TUSD (TrueUSD) no Brasil: Guia Completo, Regulamentação, Tributação e Estratégias de Uso

TUSD (TrueUSD) no Brasil: tudo o que você precisa saber

O mercado de stablecoins tem ganhado destaque nos últimos anos, e entre elas a TrueUSD (TUSD) se destaca por sua proposta de stablecoin lastreada em dólares americanos com auditorias transparentes. Se você está considerando usar TUSD para preservar valor, fazer pagamentos ou integrar em estratégias DeFi, este guia completo traz tudo que você precisa saber: funcionamento, regulamentação no Brasil, tributação, riscos e melhores práticas.

1. O que é a TrueUSD (TUSD)?

TUSD é uma stablecoin emitida pela Trust Token. Cada token está 100 % lastreado em dólares americanos mantidos em contas segregadas e auditadas mensalmente por firmas de contabilidade independentes. Essa transparência garante que, teoricamente, 1 TUSD sempre equivalha a 1 USD.

2. Como funciona a emissão e a queima de TUSD

Quando um usuário compra TUSD, ele envia dólares (via transferência bancária ou ACH) para a Trust Token, que emite a quantidade correspondente de tokens na blockchain (Ethereum, Tron, Algorand, entre outras). O processo inverso, a queima, ocorre quando o usuário devolve TUSD para a Trust Token e recebe dólares de volta. Essa dinâmica mantém a paridade 1:1.

3. Principais blockchains que suportam TUSD

  • Ethereum (ERC‑20)
  • Tron (TRC‑20)
  • Algorand (ASA)
  • Solana (SPL)
  • Polygon (ERC‑20 compatível)

Essa variedade permite que usuários escolham a rede que melhor equilibra velocidade, custo e integração com protocolos DeFi.

4. TUSD no ecossistema DeFi brasileiro

DeFi (Finanças Descentralizadas) tem crescido rapidamente no Brasil, e TUSD aparece como um ativo de referência para:

  • Fornecimento de liquidez em pools de stablecoins.
  • Empréstimos e colaterais em plataformas como Aave, Compound e outras que já suportam TUSD.
  • Pagamentos instantâneos e cross‑border com custos reduzidos.

Ao escolher TUSD, você garante menor volatilidade em comparação com criptomoedas como BTC ou ETH, facilitando a gestão de risco.

5. Regulamentação de stablecoins no Brasil

A Regulamentação de Criptomoedas no Brasil: Guia Completo 2025 traz detalhes sobre como a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e o Banco Central (BC) tratam stablecoins. Até o momento, o BC classifica stablecoins como moedas digitais de uso restrito, exigindo que emissores sejam instituições com licença de pagamento ou que estejam registrados como “emissor de moeda digital”.

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Fonte: Agung Raharja via Unsplash

Para a TrueUSD, que ainda não possui registro específico no Brasil, o uso por consumidores é permitido, mas as plataformas que oferecem TUSD como serviço (exchanges, wallets) precisam cumprir as regras de KYC/AML descritas na KYC – Know Your Customer: Guia Completo para o Mercado Brasileiro de Criptomoedas. Isso inclui identificação do usuário, monitoramento de transações e reporte de atividades suspeitas.

6. Onde comprar e armazenar TUSD no Brasil

As Exchange Brasileira Regulada: Guia Completo para Investidores em 2025 listam as principais corretoras que já oferecem pares TUSD/BRL ou TUSD/USDT, como:

  • Mercado Bitcoin
  • Foxbit
  • Bitso
  • Binance (versão internacional, com KYC completo)

Para armazenamento, recomenda‑se o uso de wallets compatíveis com a rede escolhida (Metamask, Trust Wallet, TronLink, etc.) e, preferencialmente, a guarda em hardware wallets (Ledger, Trezor) para segurança de longo prazo.

7. Tributação de TUSD no Brasil

A Receita Federal trata stablecoins como ativos digitais. Portanto, as regras de Imposto sobre Criptomoedas: Como Declarar Corretamente e Evitar Problemas com a Receita Federal se aplicam:

  • Ganhos de capital: Se você vender TUSD por mais de R$35.000 em um mês e houver lucro, o ganho deve ser tributado (15 % a 22,5 % conforme faixa).
  • Operações de troca: Trocar TUSD por outra crypto (ex.: ETH) também gera evento tributável.
  • Declaração anual: No formulário de Declaração de Imposto de Renda (DIRPF), inclua o saldo de TUSD em “Bens e Direitos” (código 81 – Criptoativos).

É importante manter registros de todas as transações (data, valor em BRL, taxa) para facilitar a apuração.

8. Riscos e considerações ao usar TUSD

Embora a TUSD seja auditada e lastreada, alguns riscos ainda existem:

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Fonte: appshunter.io via Unsplash
  1. Risco de contraparte: A confiança está na Trust Token e nas instituições bancárias que mantêm os dólares.
  2. Risco regulatório: Mudanças nas normas brasileiras podem exigir registro de emissores ou impor restrições ao uso.
  3. Risco de rede: Cada blockchain tem vulnerabilidades; escolher a rede correta (ex.: Ethereum com gas alto) pode impactar custos.
  4. Risco de liquidez: Em momentos de alta demanda, pode haver spreads maiores ao comprar/vender.

Mitigue esses riscos diversificando stablecoins (USDC, USDT, BUSD) e mantendo parte dos fundos em moedas fiduciárias.

9. Estratégias avançadas com TUSD

Para investidores mais experientes, TUSD pode ser usado em:

  • Yield Farming: Forneça TUSD a pools de liquidez e receba recompensas em tokens nativos.
  • Staking de protocolos DeFi: Alguns projetos oferecem APRs atrativos ao bloquear TUSD como colateral.
  • Pagamentos internacionais: Empresas que recebem clientes no exterior podem aceitar TUSD para evitar volatilidade do Real.

Sempre avalie a relação risco/retorno e verifique a segurança da plataforma escolhida.

10. Futuro da TUSD e das stablecoins no Brasil

A tendência é que o Banco Central lance o Real Digital, uma moeda digital oficial. Enquanto isso, stablecoins como TUSD continuam a preencher o nicho de “moeda estável” para transações on‑chain. A integração de TUSD com projetos de identidade digital (eID) e com plataformas de pagamento pode acelerar sua adoção.

Compreender a dinâmica regulatória, tributária e tecnológica é essencial para tirar o máximo proveito da TrueUSD no Brasil. Use este guia como ponto de partida e mantenha-se atualizado nas mudanças legislativas e nas inovações DeFi.