Rollups que não dependem de uma L1 para a liquidação: Guia Completo e Atualizado para 2025

Rollups que não dependem de uma L1 para a liquidação

Nos últimos anos, a escalabilidade tem sido o grande desafio das blockchains públicas. Rollups surgiram como a solução mais promissora, pois permitem que a maioria das transações seja processada fora da camada base (L1) mantendo a segurança da Ethereum. Contudo, a dependência total de uma L1 para a liquidação final ainda gera custos e gargalos. Neste artigo, exploraremos os rollups que não dependem de uma L1 para a liquidação, também conhecidos como rollups com disponibilidade de dados externa (Validium, zk‑Rollups com data availability layers e optimistic rollups híbridos). Você entenderá como funcionam, quais são as principais vantagens, os desafios técnicos e as perspectivas para 2025 e além.

1. Por que buscar independência da L1?

A maioria dos rollups atuais (zk‑Rollups e Optimistic Rollups) ainda publicam os dados de transação na L1. Essa publicação garante data availability (disponibilidade de dados) e permite que qualquer usuário verifique o estado usando apenas a cadeia base. Porém, isso traz duas limitações:

  • Custo de gas: Cada dado postado na L1 consome gas, elevando o custo total das transações.
  • Limite de throughput: A capacidade de escrita da L1 ainda é um gargalo, limitando a quantidade de transações que podem ser enviadas por segundo (TPS).

Ao deslocar a disponibilidade de dados para uma camada externa, os rollups podem reduzir drasticamente as taxas e aumentar o throughput, mantendo, em teoria, a mesma segurança criptográfica.

2. Principais categorias de rollups independentes

2.1 Validium

O modelo Validium combina provas de validade (zk‑SNARKs ou zk‑STARKs) com data availability off‑chain. Os dados são armazenados em uma data availability committee (DAC) ou em uma solução de armazenamento descentralizado (por exemplo, Celestia). A cadeia base apenas recebe a prova de validade, não os dados brutos.

Exemplos reais:

2.2 zk‑Rollups com Data Availability Layers (DA‑Layers)

Projetos como Celestia e Avail oferecem camadas de disponibilidade de dados (DA‑Layers) que são projetadas exclusivamente para armazenar blobs de dados de forma segura e barata. Um zk‑Rollup pode publicar suas provas na L1 (Ethereum) e enviar os blobs de dados para a DA‑Layer, obtendo assim independência total da L1 para a liquidação dos dados.

Rollups que não dependem de uma L1 para a liquidação - data layers
Fonte: Steve Johnson via Unsplash

2.3 Optimistic Rollups híbridos

Alguns optimistic rollups estão experimentando a separação da data availability usando off‑chain data availability committees. O mecanismo de disputa ainda ocorre na L1, mas os dados de transação ficam em um serviço externo, reduzindo custos.

3. Como funciona a segurança quando a L1 não armazena os dados?

A segurança continua baseada em duas garantias fundamentais:

  1. Provas criptográficas: Seja uma SNARK, STARK ou fraude proof, a prova garante que a transação é válida.
  2. Disponibilidade de dados confiável: O DAC ou a DA‑Layer deve ser suficientemente descentralizada e auditável para que nenhum ator mal‑intencionado possa ocultar ou modificar os dados.

Se o DAC falhar, os usuários podem recorrer a um mecanismo de challenge na L1, forçando a publicação dos dados faltantes ou invalidando a cadeia secundária. Esse modelo cria um “fallback” que preserva a segurança da rede.

4. Vantagens práticas

  • Redução de custos: Sem a necessidade de publicar dados na L1, as taxas de gas podem cair de dezenas de dólares para menos de um centavo por transação.
  • Maior throughput: A capacidade de escrita da camada externa costuma ser muito maior, permitindo milhares de TPS.
  • Flexibilidade de design: Projetos podem escolher diferentes estratégias de disponibilidade (DAC, DA‑Layer, armazenamento em nuvem descentralizada) conforme a necessidade de segurança e custo.

5. Desafios e riscos

  • Confiança no DAC: Embora criptograficamente verificáveis, os DACs ainda exigem um nível de confiança institucional ou econômica.
  • Complexidade de implementação: Integrar provas de validade com sistemas de DA externos aumenta a complexidade de desenvolvimento e auditoria.
  • Problemas de censura: Um DAC mal‑configurado pode censurar dados, exigindo mecanismos de disputa robustos.

6. Casos de uso emergentes

Os rollups independentes são particularmente atraentes para:

  1. Finanças descentralizadas (DeFi) de alta frequência: Onde latência e custos são críticos.
  2. Jogos Play‑to‑Earn (P2E) e NFTs de alta taxa de transação, que exigem milhares de operações por segundo.
  3. Aplicações empresariais que precisam de privacidade de dados e escalabilidade sem depender da congestão da L1.

7. Comparação com soluções de camada 2 tradicionais

Para entender melhor onde os rollups independentes se posicionam, veja a comparação abaixo:

Critério Rollup tradicional (dados na L1) Rollup independente (Validium/DA‑Layer)
Custo de gas Alto (dados publicados) Baixo (dados off‑chain)
Throughput Limitado pela L1 Escala com a DA‑Layer
Segurança Máxima (dados na L1) Alta, depende da robustez do DAC/DA‑Layer
Complexidade de auditoria Baixa (dados públicos) Moderada a alta

8. Como começar a usar um rollup independente

Se você é desenvolvedor ou investidor, siga estes passos:

Rollups que não dependem de uma L1 para a liquidação - developer investor
Fonte: Sufyan via Unsplash
  1. Escolha a tecnologia: Validium (StarkNet), zk‑Rollup + Celestia, ou Optimistic + DAC.
  2. Estude a documentação oficial (ex.: Ethereum Rollups Docs).
  3. Teste em testnets: StarkNet Testnet, Celestia Testnet ou Optimism Kovan.
  4. Integre wallets que suportam provas de validade, como MetaMask com plugins de rollup.
  5. Monitore a saúde do DAC/DA‑Layer usando ferramentas de observabilidade (ex.: Blocknative).

9. Perspectivas para 2025 e além

O ecossistema está evoluindo rapidamente. Prevemos que, até 2025:

  • Celestia se tornará a DA‑Layer padrão para múltiplos rollups, consolidando um ecosystem of data availability.
  • Projetos como StarkNet e Polygon zkEVM lançarão versões totalmente off‑chain de seus rollups.
  • Reguladores europeus poderão reconhecer rollups independentes como soluções de camada 2 com requisitos de capital mais leves, impulsionando a adoção institucional.

Essas tendências apontam para um futuro onde a segurança da camada base e a escalabilidade de camada 2 coexistem sem o trade‑off tradicional.

10. Conclusão

Os rollups que não dependem de uma L1 para a liquidação representam a próxima fronteira da escalabilidade blockchain. Ao separar a data availability da camada base, eles reduzem custos, aumentam o throughput e abrem caminho para aplicações de alta demanda. Contudo, a confiança no mecanismo de disponibilidade externa e a complexidade de implementação ainda são desafios a serem superados.

Se você deseja estar na vanguarda da inovação, vale a pena acompanhar projetos como StarkNet Validium, Celestia e os novos optimistic rollups híbridos. O futuro da Web3 será definido por soluções que combinam segurança, escalabilidade e descentralização – exatamente o que esses rollups prometem entregar.

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