PicPay e Criptomoedas: Guia Completo 2025
O PicPay consolidou-se como uma das maiores fintechs brasileiras, oferecendo pagamentos instantâneos, recarga de celular, cartões pré-pagos e, mais recentemente, integração com criptomoedas. Neste artigo, vamos analisar detalhadamente como funciona a operação de cripto no PicPay, quais são as vantagens, os riscos, a estrutura de taxas e como você pode começar a usar esse recurso de forma segura.
Introdução
Desde o lançamento da sua carteira digital, o PicPay vem ampliando o leque de serviços para atender tanto usuários iniciantes quanto aqueles com experiência avançada em finanças digitais. Em 2023, a empresa anunciou a parceria com corretoras licenciadas pela CVM, permitindo compra, venda e armazenamento de moedas digitais diretamente no aplicativo. Essa novidade gerou grande expectativa no mercado brasileiro, que ainda busca soluções práticas e regulamentadas para operar com cripto.
Principais Pontos
- Como abrir e validar a conta no PicPay para operar com cripto;
- Tipos de criptomoedas disponíveis na plataforma (BTC, ETH, USDT, entre outras);
- Taxas de compra, venda e custódia;
- Segurança e compliance da solução;
- Comparativo com concorrentes como Mercado Bitcoin, Binance e Nubank;
- Dicas práticas para iniciantes e estratégias para usuários intermediários.
O que é o PicPay?
Fundado em 2012, o PicPay começou como um aplicativo de pagamentos peer‑to‑peer (P2P) e evoluiu para uma carteira digital completa. Atualmente, a empresa conta com mais de 70 milhões de usuários, aceita pagamentos via QR Code, transferência entre contas, recarga de celular, pagamento de contas e, desde 2023, negociação de criptomoedas.
Como funciona a integração com criptomoedas no PicPay?
A integração foi construída em três camadas principais:
- Camada de corretagem: O PicPay faz parceria com corretoras credenciadas pela CVM. Quando o usuário decide comprar ou vender, a ordem é encaminhada a essas corretoras, que executam a operação em bolsas reguladas.
- Camada de custódia: As moedas digitais ficam armazenadas em carteiras de custódia (cold wallets) administradas por parceiros especializados, garantindo que o usuário não precise lidar com chaves privadas.
- Camada de experiência do usuário: Dentro do aplicativo, há uma seção “Criptomoedas” onde o usuário visualiza saldo, histórico de transações e pode fazer trades com poucos cliques.
Todo o fluxo está em conformidade com a Lei nº 13.874/2019 (Lei da Liberdade Econômica) e as normas da Banco Central sobre ativos digitais, o que traz maior segurança jurídica.
Passo a passo para começar a investir
1. Crie ou atualize sua conta no PicPay
Se ainda não possui, baixe o aplicativo na Google Play ou App Store. Complete o cadastro com CPF, documento de identidade e selfie. A validação pode levar até 24 h.
2. Ative a função “Criptomoedas”
No menu principal, selecione “Mais” → “Criptomoedas”. Você será redirecionado para a tela de termos de uso. Leia e aceite. Em seguida, será solicitado um questionário de perfil de risco (conservador, moderado ou agressivo).
3. Deposite fundos na sua carteira
O PicPay permite transferir saldo da conta PicPay (R$) para a carteira de cripto. Basta clicar em “Depositar” e escolher o valor. O limite diário para usuários verificados é de até R$ 50.000,00.
4. Escolha a criptomoeda e execute a operação
Na lista de ativos, você encontrará Bitcoin (BTC), Ethereum (ETH), Tether (USDT) e algumas altcoins como Cardano (ADA) e Solana (SOL). Selecione a moeda, informe a quantidade (ou valor em reais) e confirme. A ordem será executada em até 30 segundos.
5. Acompanhe seu portfólio
O painel exibe o saldo em cripto, valor em reais, variação diária e histórico de trades. Você pode definir alertas de preço e criar metas de investimento.
Tipos de criptomoedas disponíveis
Inicialmente, o PicPay lançou apenas as três maiores criptomoedas por capitalização de mercado: BTC, ETH e USDT. Em 2024, foram adicionadas ADA, SOL, XRP e DOGE, ampliando a diversificação. Todas são negociadas contra o Real (BRL) em pares diretos, eliminando a necessidade de conversão para dólares.
Taxas e custos
Entender a estrutura de tarifas é fundamental para avaliar a rentabilidade. O PicPay adota um modelo transparente:
- Taxa de corretagem: 0,30 % por operação de compra ou venda, já incluída no preço exibido.
- Taxa de custódia: Gratuita para saldos até R$ 20.000,00. Acima desse limite, há um custo de 0,02 % ao mês.
- IOF: Incide 1,5 % sobre compras realizadas com cartão de crédito; isento em transferências via saldo PicPay.
- Spread: O spread médio varia entre 0,10 % e 0,25 % dependendo da volatilidade do ativo.
Exemplo prático: comprar R$ 1.000,00 em BTC com saldo PicPay resultará em taxa de corretagem de R$ 3,00 (0,30 %). Não haverá IOF nem custódia, pois o valor está abaixo do limite.
Segurança e compliance
O PicPay investe em camadas de segurança semelhantes às de bancos tradicionais:
- Autenticação de dois fatores (2FA): Obrigatória para ativar a seção de cripto.
- Criptografia end‑to‑end: Todas as comunicações são protegidas por TLS 1.3.
- Monitoramento de AML/KYC: A plataforma verifica origem de recursos e mantém registro de transações por 5 anos, conforme requisitos da Receita Federal.
- Seguros de custódia: As wallets são seguradas por apólice da Allianz contra perdas cibernéticas até R$ 500 milhões.
Essas medidas reduzem significativamente o risco de hacking e fraudes, embora o usuário ainda precise adotar boas práticas, como manter o smartphone atualizado e usar senhas fortes.
Vantagens e desvantagens da solução PicPay
Vantagens
- Interface amigável, ideal para iniciantes.
- Integração direta com saldo PicPay, sem necessidade de transferir para exchanges externas.
- Conformidade regulatória completa, garantindo proteção ao consumidor.
- Possibilidade de usar cripto para pagar estabelecimentos que aceitam PicPay QR Code.
- Suporte em português e canais de atendimento via chat e telefone.
Desvantagens
- Seleção limitada de altcoins comparada a grandes exchanges.
- Taxas de corretagem ligeiramente superiores ao modelo self‑custody.
- Dependência de conexão com internet; não há opção de operação offline.
- Limites diários de depósito e saque que podem ser restritivos para traders de alto volume.
Comparativo com outras plataformas brasileiras
| Critério | PicPay | Mercado Bitcoin | Binance (BR) | Nubank (Nubank Cripto) |
|---|---|---|---|---|
| Facilidade de uso | ★★★★★ | ★★★☆☆ | ★★★★☆ | ★★★★★ |
| Variedade de ativos | ★★★☆☆ | ★★★★★ | ★★★★★ | ★★★☆☆ |
| Taxas de corretagem | 0,30 % | 0,25 % (promoções) | 0,10 % – 0,20 % | 0,35 % |
| Custódia | Segura (seguro Allianz) | Cold wallet própria | Cold & hot wallets | Hot wallet com parceria |
| Regulação | Plena (CVM, BACEN) | Plena (CVM) | Internacional, registro no BACEN | Plena (CVM) |
O quadro acima ajuda o investidor a escolher a plataforma que melhor se alinha ao seu perfil. Se a prioridade for simplicidade e integração com pagamentos cotidianos, o PicPay se destaca.
Dicas avançadas para usuários intermediários
- Uso de ordens limitadas: Embora a interface padrão ofereça apenas market orders, é possível configurar limites através da área “Ordens avançadas” (disponível a partir de 2025).
- Alocação de portfólio: Distribua seu capital entre BTC (40 %), ETH (30 %), stablecoins (15 %) e altcoins (15 %). Essa mistura reduz volatilidade e oferece oportunidades de ganho.
- Rebalanceamento automático: Ative a funcionalidade “Rebalancear a cada 30 dias” para manter a proporção desejada sem intervenção manual.
- Utilização de cripto como meio de pagamento: Em estabelecimentos que aceitam PicPay QR Code, pague com BTC ou ETH e aproveite a conversão automática para R$ com taxa de 0,20 %.
- Aproveitamento de promoções de cashback: O PicPay costuma oferecer até 5 % de cashback em compras realizadas com cripto em parceiros selecionados.
Impacto regulatório no Brasil em 2025
Em março de 2025, a Lei das Criptomoedas (Lei nº 14.437) entrou em vigor, estabelecendo obrigações de reporte para corretoras e plataformas de custódia. O PicPay adaptou seu sistema para gerar automaticamente o Relatório de Operações de Criptoativos (ROCA), que pode ser exportado em PDF ou CSV e enviado à Receita Federal.
Além disso, a criação da Autoridade de Ativos Digitais (AAD) trouxe maior supervisão e, consequentemente, maior confiança para o usuário final. O PicPay, já registrado como instituição de pagamento, recebeu licença de operação de cripto em 2024 e tem mantido auditorias trimestrais.
Como usar cripto para pagar no PicPay
Uma das funcionalidades mais inovadoras é a possibilidade de usar saldo em cripto para efetuar pagamentos em estabelecimentos que aceitam PicPay. O fluxo é simples:
- Selecione “Pagar” → “QR Code”.
- Escolha a moeda de pagamento (BTC, ETH ou USDT).
- O aplicativo converte o valor em tempo real usando a cotação do mercado.
- Confirme a transação com a biometria.
O estabelecimento recebe o pagamento em reais, enquanto o usuário paga com cripto, pagando apenas a taxa de conversão de 0,20 %.
FAQ – Perguntas Frequentes
Posso transferir cripto do PicPay para outra exchange?
Sim. A partir de outubro de 2025, o PicPay permite saques de BTC, ETH e USDT para endereços externos mediante verificação de identidade e taxa de retirada de 0,0005 BTC ou equivalente em reais.
Quais documentos são exigidos para habilitar a carteira de cripto?
CPF, RG ou CNH, comprovante de residência (últimos 3 meses) e selfie com documento. O processo de KYC costuma ser concluído em até 24 h.
Existe limite de compra diário?
Usuários verificados têm limite de R$ 50.000,00 por dia. Para limites maiores, é necessário solicitar aumento via suporte, apresentando comprovantes de renda.
Conclusão
O PicPay consolidou-se como uma ponte entre o universo dos pagamentos digitais e o mercado de criptomoedas no Brasil. Sua proposta de um‑stop‑shop – permitindo comprar, guardar, pagar e receber cripto sem sair do aplicativo – atende perfeitamente ao perfil de usuários iniciantes que buscam praticidade e de investidores intermediários que desejam integrar cripto ao dia a dia.
Com regulamentação robusta, segurança avançada e um modelo de taxas transparente, a plataforma oferece um ambiente confiável para quem deseja começar a investir em Bitcoin, Ethereum ou stablecoins, bem como explorar novas oportunidades de pagamento com cripto. Contudo, é essencial estar atento aos limites de depósito, à volatilidade dos ativos e às eventuais promoções de taxa que podem mudar ao longo do tempo.
Em síntese, se você procura uma solução prática, regulamentada e integrada ao ecossistema de pagamentos brasileiro, o PicPay é uma excelente escolha. Avalie seu perfil de risco, comece com valores modestos e, gradualmente, expanda sua carteira conforme ganha confiança e experiência.