Paxos Trust: Tudo o que Você Precisa Saber sobre o Custódio de Ativos Digitais e sua Relevância no Brasil

Paxos Trust: Guia Completo para Entender a Custódia de Ativos Digitais

Nos últimos anos, o mercado de criptoativos tem evoluído rapidamente, trazendo à tona questões cruciais sobre custódia, conformidade regulatória e segurança dos investidores. Entre os players que se destacam nesse cenário, Paxos Trust Company surge como uma referência global, oferecendo serviços de custódia, emissão de stablecoins e infraestrutura de liquidez. Neste artigo aprofundado, vamos explorar o que é a Paxos Trust, como funciona seu modelo de custódia, quais são os impactos regulatórios no Brasil e como você pode interagir com esses serviços de forma segura.

1. O que é a Paxos Trust Company?

A Paxos Trust Company, fundada em 2015 e sediada em Nova York, é uma empresa licenciada pelos reguladores dos EUA (incluindo o Departamento de Serviços Financeiros do Estado de Nova York). Seu objetivo principal é construir infraestrutura financeira confiável para ativos digitais, conectando o mundo cripto ao sistema bancário tradicional.

Os principais produtos da Paxos incluem:

  • Paxos Standard (USDP): stablecoin lastreada 1:1 em dólares americanos, auditada mensalmente.
  • Paxos Custody: solução de custódia institucional que garante a guarda de criptomoedas e tokens digitais com seguros e auditorias regulares.
  • Paxos Settlement: plataforma de liquidação que permite a troca de ativos digitais em tempo real.

2. Como funciona a custódia da Paxos?

A custódia da Paxos combina tecnologia de ponta (cold storage, multi‑signature wallets, hardware security modules) e conformidade regulatória estrita. Cada ativo armazenado passa por processos de:

  1. Segregação de fundos: os ativos dos clientes são mantidos separados dos fundos operacionais da empresa.
  2. Audições independentes: auditorias trimestrais por empresas de contabilidade reconhecidas confirmam que o número de tokens custodiados corresponde ao saldo declarado.
  3. Seguros: a Paxos mantém apólices de seguro que cobrem perdas decorrentes de incidentes de segurança física ou cibernética.

Esses mecanismos dão aos investidores institucionais (fundos, bancos, corretoras) a confiança necessária para alocar grandes volumes de capital em criptoativos.

3. Paxos e as stablecoins: por que o USDP é relevante para o Brasil?

O SEC reconheceu a importância das stablecoins como ponte entre o fiat e o cripto. O USDP da Paxos, por ser totalmente lastreado e auditado, oferece uma alternativa estável para quem deseja fazer transações internacionais, proteger valor contra volatilidade ou usar como moeda de negociação em exchanges.

No Brasil, a crescente adoção de stablecoins está ligada a duas tendências:

paxos trust - brazil growing
Fonte: Gustavo Juliette via Unsplash
  • Facilidade de conversão entre reais e dólares para pagamentos internacionais.
  • Integração com plataformas DeFi que exigem ativos com alta liquidez e baixa volatilidade.

Assim, entender como a Paxos garante a estabilidade do USDP é essencial para quem pretende utilizá-lo em exchanges brasileiras reguladas.

4. Regulação no Brasil: onde a Paxos se encaixa?

Embora a Paxos seja uma empresa norte‑americana, seu modelo de custódia tem implicações diretas para o mercado brasileiro. A Regulamentação de Criptomoedas no Brasil: Guia Completo 2025 estabelece que:

  • Instituições que oferecem serviços de custódia devem estar registradas na CVM ou no Banco Central como instituições de pagamento.
  • É obrigatório aplicar políticas de KYC (Conheça Seu Cliente) e AML (Anti‑Lavagem de Dinheiro).
  • Stablecoins que pretendem ser usadas como meio de pagamento precisam de aprovação da BCB e da CMN.

Para exchanges brasileiras que desejam oferecer USDP ou outros tokens da Paxos, a conformidade com as normas acima é indispensável.

5. Conformidade e boas práticas: Compliance e KYC

A Paxos já possui certificações de SOC 2 Type II e ISO 27001, demonstrando seu comprometimento com a segurança da informação. No Brasil, quem trabalha com esses ativos deve seguir as diretrizes de Compliance Exchange e KYC – Know Your Customer. As principais etapas incluem:

  1. Verificação de identidade (documento oficial, selfie, comprovante de endereço).
  2. Monitoramento de transações suspeitas usando algoritmos de análise de risco.
  3. Relatórios periódicos às autoridades (FATF, Receita Federal).

Seguir esses procedimentos reduz o risco de sanções e aumenta a confiança dos investidores.

6. Comparação com outras soluções de custódia

Além da Paxos, outras empresas oferecem serviços de custódia, como Coinbase Custody, Gemini e Fireblocks. Principais diferenciais da Paxos:

Critério Paxos Coinbase Custody Gemini
Licença regulatória (US) NY DFS Trust Charter NY DFS Trust Charter NY DFS Trust Charter
Auditoria de reservas Mensal (independente) Trimestral Trimestral
Seguro contra perdas Sim, cobertura até US$ 100M Sim, cobertura limitada Sim, cobertura parcial
Integração com stablecoins USDP, BUSD, outros USDC, DAI USDC, GUSD

Para investidores institucionais que buscam transparência total e seguro robusto, a Paxos costuma ser a escolha mais segura.

paxos trust - institutional investors
Fonte: Kanchanara via Unsplash

7. Como usar a Paxos Trust via exchanges brasileiras

Passo a passo para quem deseja comprar USDP ou armazenar cripto em custódia Paxos através de uma exchange regulada no Brasil:

  1. Escolha uma exchange que suporte USDP – verifique se a plataforma tem parceria com custodians aprovados (ex.: Exchange Brasileira Regulada).
  2. Complete o cadastro KYC seguindo as diretrizes da CVM e da BCB.
  3. Deposite reais (BRL) via PIX ou TED.
  4. Converta BRL para USDP usando a taxa de câmbio da própria exchange ou de um provedor de liquidez integrado à Paxos.
  5. Opcional: Transferir para custódia Paxos caso a exchange ofereça a opção de “withdraw to Paxos Custody”.

Ao seguir esse fluxo, você garante que seus ativos estejam sob a proteção de auditorias independentes e seguros reconhecidos.

8. Riscos e considerações finais

Embora a Paxos seja uma das custodians mais confiáveis, todo investimento em cripto traz riscos:

  • Risco regulatório: mudanças nas leis brasileiras podem afetar a disponibilidade de stablecoins.
  • Risco de contraparte: apesar das auditorias, a falha de uma instituição terceirizada pode impactar a liquidez.
  • Volatilidade de mercado: mesmo stablecoins podem enfrentar pressões de mercado que afetem a paridade 1:1.

Portanto, diversifique sua carteira, acompanhe as atualizações regulatórias e mantenha boas práticas de segurança (uso de hardware wallets, senhas fortes, autenticação 2FA).

Conclusão

A Paxos Trust Company representa um marco importante na convergência entre o sistema financeiro tradicional e o universo cripto. Sua abordagem baseada em licenças regulatórias, auditorias transparentes e seguros robustos a torna uma opção atrativa tanto para investidores institucionais quanto para usuários de exchanges brasileiras que buscam estabilidade e conformidade.

Ao entender como a custódia funciona, como se relaciona com a regulação local e quais são as melhores práticas de KYC e compliance, você estará mais preparado para aproveitar as oportunidades que as stablecoins e os serviços de custódia oferecem, minimizando riscos e maximizando a segurança dos seus ativos digitais.