Pax (PAX) no Brasil: Guia Completo da Stablecoin e Pax Gold em 2025

Em 2025, o ecossistema de criptoativos no Brasil continua a amadurecer, e as stablecoins desempenham papel crucial ao proporcionar estabilidade e facilidade de uso em transações do dia a dia. Entre as opções mais consolidadas está a Pax, emitida pela Paxos Trust Company, que oferece duas versões principais: a stablecoin PAX, atrelada ao dólar americano (USD), e o token lastreado em ouro PAXG. Este artigo técnico, pensado para iniciantes e usuários intermediários, traz tudo que você precisa saber sobre a Pax, incluindo funcionamento, segurança, regulamentação, comparações, e como utilizá‑la no Brasil.

Principais Pontos

PAX é uma stablecoin 100 % lastreada em dólares americanos.
PAXG representa uma onça troy de ouro físico mantido em cofres auditados.
Regulamentação nos EUA e aceitação crescente no Brasil.
Como comprar, armazenar e usar PAX/PAXG em exchanges e wallets brasileiras.
Riscos, custos e diferenciais frente a USDT, USDC e outras stablecoins.

O que é a Pax?

A Paxos Trust Company, fundada em 2015 e regulada pelo Departamento de Serviços Financeiros do Estado de Nova‑York (NYDFS), lançou a stablecoin PAX em 2018 como a primeira stablecoin aprovada por um regulador dos EUA. Em 2020, a empresa introduziu o PAXG, token ERC‑20 que representa ouro físico. Ambas as moedas são emitidas na blockchain Ethereum, mas também estão disponíveis em outras redes como Solana, Algorand e Polygon, ampliando a interoperabilidade.

PAX – Stablecoin lastreada em USD

PAX mantém uma reserva de dólares mantida em contas segregadas em bancos de primeira linha. Cada token PAX em circulação tem uma reserva equivalente de USD, auditada mensalmente por firmas de contabilidade independentes. Essa transparência faz da PAX uma das stablecoins mais confiáveis do mercado.

PAXG – Token lastreado em ouro

PAXG representa uma onça troy (≈31,1035 g) de ouro físico armazenado em cofres da Brink’s nos EUA e na Europa. Cada token pode ser resgatado por ouro físico mediante solicitação, e a Paxos publica relatórios de auditoria trimestrais que confirmam a quantidade de ouro em custódia.

Como funciona a Stablecoin PAX?

O processo de emissão e queima de PAX segue três passos críticos:

Depósito: O usuário envia USD para a conta fiduciária da Paxos.
Emissão: A Paxos cria tokens PAX equivalentes ao valor depositado e os envia para a carteira do usuário.
Queima: Quando o usuário deseja resgatar USD, ele devolve os tokens PAX à Paxos, que os remove (queima) e transfere o dinheiro de volta à conta bancária.

Todo o fluxo é registrado em contrato inteligente, o que garante transparência e elimina a necessidade de intermediários para as transações entre carteiras.

Segurança e Regulamentação

Como empresa registrada sob a NYDFS, a Paxos está sujeita a requisitos de capital, auditoria e relatórios regulares. No Brasil, a Banco Central ainda não reconhece explicitamente stablecoins como moeda legal, mas permite que instituições financeiras usem ativos digitais para custódia, desde que cumpram as regras de combate à lavagem de dinheiro (AML) e de Conheça Seu Cliente (KYC).

Para usuários brasileiros, a principal recomendação é utilizar corretoras e exchanges que possuam processos KYC robustos e que ofereçam suporte a PAX/PAXG, como a Mercado Bitcoin ou a Binance (versão internacional).

Comparação com Outras Stablecoins

Stablecoin	Lastro	Regulação	Auditoria	Taxa de Emissão/Resgate
PAX	USD (contas segregadas)	NYDFS (EUA)	Mensal – CPA	0,15 % (emissão) / 0,20 % (resgate)
USDC	USD (contas de reserva)	FinCEN, regulamentos EUA	Mensal – Grant Thornton	0,10 % (emissão) / 0,15 % (resgate)
USDT	Mistura de USD, títulos, outros ativos	Sem supervisão direta	Relatórios trimestrais – auditorias variáveis	0,20 % (emissão) / 0,25 % (resgate)
PAXG	Ouro físico (onça troy)	NYDFS (EUA)	Trimestral – auditoria de ouro	0,30 % (emissão) / 0,35 % (resgate)

Observa‑se que a PAX tem vantagem em transparência e regulação, enquanto o USDC costuma ter taxas ligeiramente menores. O USDT, embora o mais usado, tem sido alvo de críticas quanto à adequação de seu lastro.

Como adquirir e armazenar PAX/PAXG no Brasil

Os passos para comprar e guardar PAX ou PAXG são simples, porém exigem atenção a custos e segurança:

Escolha uma exchange: Opte por plataformas que listam PAX/PAXG e que estejam registradas na CVM ou na Receita Federal. Exemplos: Mercado Bitcoin, Bitso, Binance.
Realize o KYC: Forneça documentos como RG, CPF e comprovante de residência. Esse procedimento é obrigatório para evitar bloqueios de conta.
Deposite reais (R$): Use PIX ou TED para transferir R$ para a conta da exchange. As taxas de depósito variam entre R$0,00 e R$5,00.
Converta para USDT ou USDC: Muitas vezes, a exchange exige que você primeiro compre uma stablecoin mais líquida (USDT/USDC) para depois trocar por PAX.
Swap para PAX/PAXG: Use a ferramenta de swap interna ou o mercado de pares PAX/USDC.
Armazene em wallet segura: Para segurança máxima, transfira os tokens para uma carteira não custodial (ex.: Metamask, Trust Wallet) ou para uma hardware wallet como Ledger Nano X.

Ao usar uma hardware wallet, lembre‑se de manter a frase de recuperação (seed phrase) offline e em local seguro.

Casos de Uso da Pax no Brasil

Os usuários brasileiros têm aproveitado a estabilidade das stablecoins para diversos fins:

Remessas internacionais: Enviar PAX via blockchain para familiares nos EUA ou Europa reduz custos de SWIFT de R$30‑R$50 para cerca de R$5‑R$10 em taxas de rede.
Pagamentos de serviços digitais: Plataformas de freelancers e marketplaces (ex.: Workana, 99Freelas) aceitam PAX como forma de pagamento, permitindo liquidação quase instantânea.
Investimento em ouro digital: PAXG oferece exposição ao ouro sem a necessidade de armazenar o metal físico, útil para diversificação de portfólio.
DeFi no Brasil: Protocolos DeFi como Aave e Compound suportam PAX, possibilitando rendimentos de 3‑7 % ao ano, superiores ao CDI.

Riscos e Considerações

Embora a Pax seja considerada segura, investidores devem estar cientes de alguns riscos:

Risco regulatório: Mudanças nas leis brasileiras sobre cripto podem impactar a disponibilidade de exchanges que listam PAX.
Risco de contraparte: Caso a Paxos enfrente problemas financeiros ou legais, a capacidade de resgate pode ser afetada.
Taxas de rede: Em períodos de alta congestão na Ethereum, as taxas (gas) podem subir para R$30‑R$50 por transação.
Volatilidade de ouro: PAXG acompanha o preço do ouro, que pode oscilar significativamente em cenários macroeconômicos.

Para mitigar esses riscos, recomenda‑se diversificar entre diferentes stablecoins e manter parte dos ativos em wallets frias.

FAQ – Perguntas Frequentes sobre a Pax

1. A Paxos é regulada nos EUA?

Sim. A Paxos opera sob a supervisão do Departamento de Serviços Financeiros do Estado de Nova‑York (NYDFS) e segue normas de AML/KYC.

2. Posso usar PAX para pagar contas no Brasil?

Algumas fintechs e aplicativos de pagamento já permitem integração com stablecoins, mas a maioria ainda requer conversão para reais via exchange.

3. Qual a diferença entre PAX e USDC?

Ambas são stablecoins lastreadas em USD, mas a PAX tem auditoria mensal e está registrada como trust nos EUA, enquanto a USDC é emitida por um consórcio (Centre) e tem auditoria trimestral.

4. Como resgatar ouro físico do PAXG?

É possível solicitar a entrega do ouro físico mediante pagamento de taxa de logística (aprox. US$ 100) e envio para um endereço autorizado.

Conclusão

A Pax, tanto na forma de stablecoin PAX quanto no token lastreado em ouro PAXG, representa uma alternativa robusta e regulada para quem busca estabilidade e exposição ao mercado global sem abrir mão da segurança oferecida por auditorias e reservas 100 % garantidas. No Brasil, a adoção ainda está em fase de crescimento, mas já se mostra promissora para remessas, pagamentos digitais e estratégias de investimento em DeFi. Ao seguir boas práticas – escolha de exchanges confiáveis, uso de wallets não custodiais e diversificação de ativos – os usuários podem aproveitar ao máximo os benefícios da Pax, minimizando riscos regulatórios e operacionais.