Países que Usam Criptomoedas: Guia Completo 2025

Países que Usam Criptomoedas: Guia Completo 2025

O cenário global das criptomoedas evoluiu rapidamente nos últimos anos. Em 2025, mais de 80 países adotam algum tipo de uso legalizado ou regulado para moedas digitais, seja como meio de pagamento, reserva de valor ou infraestrutura financeira. Este artigo traz uma análise profunda, técnica e atualizada para usuários brasileiros que desejam entender onde e como as criptomoedas são usadas ao redor do mundo.

Principais Pontos

  • Regulamentação varia de proibição total a aceitação plena.
  • El Salvador e Ucrânia lideram com moedas digitais como moeda oficial.
  • Estados Unidos, União Europeia e Japão apresentam marcos regulatórios avançados.
  • América Latina tem alta adoção informal, impulsionada por instabilidade econômica.
  • Infraestrutura de pagamento (POS, QR Code, NFC) está se expandindo globalmente.

Introdução: Por que mapear a adoção global?

Para investidores e entusiastas, compreender onde as criptomoedas são usadas ajuda a identificar oportunidades de negócio, riscos regulatórios e tendências de longo prazo. Além disso, a experiência de outros países pode servir de referência para o Brasil, que ainda debate a criação de um marco regulatório definitivo.

1. América do Norte

Estados Unidos

Os EUA possuem o ecossistema mais maduro do mundo. A regulação da SEC classifica a maioria dos tokens como valores mobiliários, exigindo registro ou isenção. Entretanto, o FinCEN permite o uso de criptomoedas em negócios de serviços financeiros, desde que sejam cumpridas as regras de AML/KYC.

Estados como Wyoming criaram leis específicas que reconhecem a legal personality de empresas de blockchain, facilitando a abertura de crypto‑friendly startups. O volume de pagamentos com Bitcoin e stablecoins em lojas físicas ultrapassou US$ 5 bilhões em 2024, impulsionado por integradores como Stripe e Square.

Canadá

O Canadá adota uma postura pragmática: criptomoedas são reconhecidas como bens, e as exchanges são reguladas como instituições de valores mobiliários. O país também lidera projetos de central bank digital currency (CBDC) – o Project Jasper – que já realizou testes de pagamentos transfronteiriços usando tokens digitais.

2. América Latina

El Salvador

Em setembro de 2021, El Salvador tornou o Bitcoin moeda legal. Em 2025, o governo mantém a Carteira Bitcoin (app oficial) com mais de 2,5 milhões de usuários ativos, permitindo pagamentos de contas, salário mínimo e até impostos em BTC. O país também lançou o bond Bitcoin, que arrecadou US$ 400 milhões para infraestrutura de mineração.

Argentina

A hiperinflação e controles cambiais fizeram da Argentina um dos maiores mercados de cripto da região. Em 2024, 45% da população adulta possuía algum ativo digital, usando stablecoins (USDT, USDC) para preservar valor. Exchanges locais como Ripio e SatoshiTango oferecem integração com contas bancárias via TED.

Brasil

Embora o Brasil ainda esteja definindo seu marco regulatório, o Banco Central já aprovou o PIX‑Crypto, permitindo transferências instantâneas entre contas bancárias e wallets de criptomoedas. O volume diário de transações em cripto ultrapassou R$ 30 bilhões em 2024, com destaque para o uso de stablecoins em e‑commerce.

3. Europa

União Europeia

O MiCA (Markets in Crypto‑Assets) entrou em vigor em janeiro de 2024, estabelecendo requisitos de capital, governança e transparência para emissores de tokens e prestadores de serviços. Todos os países‑membros devem adaptar suas legislações até 2026.

Países como Alemanha, França e Estônia já emitem licenças para crypto‑banks. A Alemanha reconhece o Bitcoin como unit of account para fins fiscais, enquanto a França oferece deduções de até 30% para investimentos em startups de blockchain.

Suíça

A Suíça continua sendo o “Crypto Valley”. O cantão de Zug oferece isenção de impostos sobre ganhos de capital em cripto para residentes, e a FINMA (Autoridade Financeira Suíça) fornece diretrizes claras para ICOs e DeFi.

4. Ásia

Japão

O Japão foi pioneiro ao legalizar exchanges em 2017. Atualmente, o país possui mais de 20 provedores licenciados pela Financial Services Agency (FSA). O uso de cripto em pagamentos mobile, via QR Code, cresceu 35% em 2024, impulsionado por parcerias com redes de varejo como Rakuten e FamilyMart.

Coreia do Sul

Embora o governo sul‑coreano imponha limites de 5% no investimento em cripto para residentes, o país lidera em staking e finanças descentralizadas (DeFi). Exchanges como Upbit e Bithumb oferecem contas vinculadas a cartões de crédito, facilitando compras instantâneas.

Singapura

Singapura combina regulação flexível com incentivo fiscal. O MAS (Monetary Authority of Singapore) criou a Token and Services Act, que classifica tokens utilitários, de segurança e de pagamento. O país também hospeda o Project Ubin, uma iniciativa de CBDC baseada em blockchain.

5. África

África do Sul

Com um mercado de cripto estimado em US$ 2 bilhões, a África do Sul adotou regulamentos que exigem registro de exchanges e relatórios de transações acima de R$ 10 mil. O uso de stablecoins como o USDT é comum para remessas transfronteiriças.

Quênia

O Quênia tem alta penetração de pagamentos móveis (M‑Pesa). Projetos piloto combinam M‑Pesa com Bitcoin, permitindo que usuários convertam crédito móvel em cripto com taxas abaixo de 1%.

6. Oceania

Austrália

A Austrália introduziu o Digital Currency Act em 2023, que regula stablecoins e exige auditoria trimestral de reservas. Exchanges australianas são obrigadas a reportar transações acima de AUD 10 mil ao AUSTRAC.

Nova Zelândia

O país segue a abordagem da Austrália, mas com foco em inovação. O governo apoia projetos de tokenização de ativos agrícolas, permitindo que produtores vendam parte da colheita como tokens.

7. Países com Proibição ou Restrições Severas

Algumas nações ainda proíbem o uso de criptomoedas ou impõem sanções rigorosas:

  • China: embora permita mineração em algumas regiões, o comércio e a posse de cripto são ilegais desde 2021.
  • Rússia: reconhece cripto como propriedade, mas proíbe seu uso como pagamento.
  • Marrocos e Argélia: proíbem totalmente a compra, venda e posse de moedas digitais.

8. Tendências Futuras (2025‑2030)

Os próximos anos devem consolidar as seguintes tendências:

  1. CBDCs globais: mais de 30 países testarão moedas digitais de bancos centrais, integrando-as a sistemas de pagamento existentes.
  2. Regulação harmonizada: blocos econômicos (UE, ASEAN) buscarão padrões comuns para evitar arbitragem regulatória.
  3. Interoperabilidade de blockchains: protocolos como Polkadot e Cosmos permitirão que tokens circularem livremente entre diferentes redes.
  4. Uso institucional: fundos de pensão, seguradoras e bancos de investimento aumentarão a exposição a cripto, exigindo relatórios de risco avançados.

Conclusão

Mapear os países que usam criptomoedas revela um panorama heterogêneo: enquanto alguns adotam o Bitcoin como moeda oficial, outros criam ambientes regulatórios favoráveis para startups e projetos de CBDC. Para o usuário brasileiro, entender essas diferenças é essencial para escolher onde investir, como proteger seus ativos e quais oportunidades de negócios perseguir. O futuro aponta para maior integração entre moedas digitais e o sistema financeiro tradicional, tornando a educação contínua e a atenção às mudanças regulatórias fundamentais para quem deseja prosperar no universo cripto.