O Open Finance surge como a evolução natural do Open Banking, ampliando o compartilhamento seguro de dados financeiros para incluir contas de investimento, seguros, previdência e outros produtos. No Brasil, a iniciativa está sendo implementada pelo Banco Central em conjunto com a Autoridade Nacional de Proteção de Dados (ANPD), com o objetivo de fomentar a concorrência, melhorar a experiência do consumidor e acelerar a inovação no setor financeiro.
Ao permitir que clientes autorizem o acesso de terceiros a seus dados financeiros mediante consentimento explícito, o Open Finance cria um ecossistema onde fintechs, bancos tradicionais e novos players podem oferecer serviços mais personalizados, como recomendações de investimento, comparação de seguros e soluções de crédito sob medida.
Como o Open Finance funciona na prática?
Quando o consumidor autoriza o compartilhamento, os dados são transmitidos por meio de APIs padronizadas, seguindo protocolos de segurança rigorosos (TLS, OAuth 2.0 e criptografia de ponta a ponta). As instituições participantes são responsáveis por garantir a integridade e a confidencialidade das informações, sob supervisão do Banco Central.
Principais benefícios para consumidores e empresas
- Maior transparência: o cliente tem controle total sobre quem acessa seus dados e pode revogar permissões a qualquer momento.
- Produtos mais competitivos: a concorrência impulsiona redução de tarifas e melhores condições de crédito.
- Inovação acelerada: fintechs podem criar soluções baseadas em IA e análise de dados em tempo real.
- Integração com novas tecnologias: o Open Finance abre caminho para a integração com CBDC (Moeda Digital do Banco Central) e com plataformas de Real Digital, criando um ambiente financeiro ainda mais interconectado.
Open Finance e a revolução das CBDCs
O desenvolvimento da CBDC no Brasil – conhecida como Real Digital – complementa o Open Finance ao oferecer uma forma de pagamento digital emitida pelo Banco Central. Essa moeda digital pode ser utilizada em transações instantâneas, reduzindo custos operacionais e ampliando a inclusão financeira.
Desafios e considerações regulatórias
Embora o potencial seja enorme, o Open Finance enfrenta desafios como a padronização de APIs, a necessidade de robustos mecanismos de consentimento e a mitigação de riscos cibernéticos. A regulação brasileira tem evoluído rapidamente, com publicações de normas técnicas pelo Banco Central do Brasil e diretrizes da ANPD para garantir a proteção dos dados pessoais.
Perspectivas para 2025 e além
Até 2025, espera‑se que mais de 80% das instituições financeiras brasileiras estejam plenamente integradas ao ecossistema Open Finance, permitindo que consumidores acessem uma gama completa de serviços financeiros através de um único consentimento. A integração com soluções de DeFi também deve ganhar força, oferecendo alternativas descentralizadas de crédito e investimento.
Em resumo, o Open Finance representa uma mudança de paradigma que coloca o consumidor no centro da inovação financeira, ao mesmo tempo em que cria oportunidades inéditas para bancos, fintechs e demais participantes do mercado.
Para aprofundar seu conhecimento, confira também as análises de especialistas no Fundo Monetário Internacional (FMI) sobre o impacto das finanças abertas nas economias emergentes.