O que é o “coeficiente de Nakamoto”? Entenda o Indicador de Descentralização do Bitcoin

O que é o “coeficiente de Nakamoto”?

O coeficiente de Nakamoto (Nakamoto Coefficient) é uma métrica criada para quantificar o nível de descentralização de uma rede blockchain, especialmente do Bitcoin. Ele indica o número mínimo de entidades (nós, mineradores ou validadores) que precisariam ser comprometidas simultaneamente para que a rede perdesse sua segurança ou fosse controlada por um único grupo.

Como funciona o cálculo?

Para entender o cálculo, imagine que a rede Bitcoin tem n mineradores que, juntos, controlam 100% do poder de hash. Cada minerador possui uma porcentagem p_i do total. O coeficiente de Nakamoto é o menor número k tal que a soma das maiores k porcentagens ultrapassa 50% do poder total. Formalmente:

k = min { k | Σ_{i=1}^{k} p_i > 50% }

Se k for alto, significa que seria necessário comprometer muitas partes da rede para obter controle, indicando alta descentralização. Se k for baixo, a rede está mais concentrada.

Por que o coeficiente de Nakamoto importa?

Um coeficiente alto traz confiança aos usuários e investidores, pois diminui o risco de ataques de 51% e de censura. Ele também serve como ferramenta comparativa entre diferentes blockchains (Proof‑of‑Work, Proof‑of‑Stake, etc.) e auxilia desenvolvedores a identificar áreas que precisam de maior distribuição de poder.

Exemplo prático no Bitcoin

Em 2024, a distribuição de poder de hash entre as maiores pools de mineração mostrava que as cinco maiores pools somavam cerca de 45% do total, enquanto as dez maiores ultrapassavam 70%. Portanto, o coeficiente de Nakamoto do Bitcoin está em torno de 6 – 7, indicando que seria necessário comprometer pelo menos seis das maiores pools para obter controle majoritário.

Como melhorar o coeficiente de Nakamoto?

  • Incentivar a operação de nós individuais: menores pools e mineradores solo aumentam a diversidade.
  • Desenvolver soluções de camada 2 que não concentrem poder: como a Lightning Network, que permite pagamentos off‑chain sem depender de poucos nós.
  • Promover a descentralização de software: múltiplas implementações de nós (Bitcoin Core, BTCD, etc.) evitam pontos únicos de falha.

Recursos internos para aprofundar

Para quem deseja entender melhor como a descentralização se aplica na prática, recomendamos a leitura dos seguintes artigos do nosso site:

Leitura externa recomendada

Para aprofundar o conceito e sua origem, consulte o Bitcoin Whitepaper de Satoshi Nakamoto e o artigo da Investopedia sobre descentralização.

Conclusão

O coeficiente de Nakamoto é uma ferramenta poderosa para avaliar a saúde descentralizada de blockchains. No caso do Bitcoin, um valor entre 6 e 7 demonstra uma rede ainda bastante robusta, mas que requer vigilância contínua para evitar a concentração excessiva de poder de mineração.