Market Maker vs Taker: Entenda as Diferenças, Estratégias e Impactos no Mercado Cripto Brasileiro

Quando você começa a operar em exchanges de criptomoedas, um dos termos mais recorrentes que aparecerá é market maker vs taker. Embora pareça simples, compreender profundamente quem são os market makers e takers, como eles influenciam a liquidez, as taxas e a experiência de negociação, pode ser a diferença entre sucesso e prejuízo.

1. O que são Market Makers e Takers?

Um market maker (criador de mercado) é aquele que coloca ordens limitadas no livro de ofertas, oferecendo liquidez ao mercado. Em troca, costuma receber descontos nas taxas de negociação. Já o taker (tomador) consome essa liquidez ao executar ordens contra as já existentes, pagando a taxa padrão ou ligeiramente superior.

Essas duas funções coexistem em todas as exchanges, mas a forma como cada plataforma distribui incentivos pode variar bastante.

2. Como as Taxas são Calculadas: Market Maker vs Taker

Na maioria das exchanges brasileiras, as taxas são estruturadas em dois níveis:

  • Taxa de maker: aplicada quando sua ordem adiciona liquidez ao livro (ordens limit).
  • Taxa de taker: aplicada quando sua ordem remove liquidez (ordens market ou limit que são preenchidas imediatamente).

Por exemplo, a Exchange Brasileira Regulada: Guia Completo para Investidores em 2025 oferece 0,10% para makers e 0,20% para takers, mas esses valores podem mudar conforme o volume mensal negociado.

3. Por que a Liquidez Importa?

A liquidez é a capacidade de comprar ou vender um ativo rapidamente sem afetar significativamente seu preço. Market makers são os pilares da liquidez, pois mantêm ordens de compra e venda em diferentes níveis de preço. Quando há poucos makers, o spread (diferença entre o melhor bid e ask) aumenta, tornando as operações mais caras para os takers.

Em mercados menos líquidos, como alguns tokens de altcoins no Brasil, a presença de market makers confiáveis pode reduzir drasticamente o slippage (deslizamento) e melhorar a execução das ordens.

market maker vs taker - less liquid
Fonte: Pascal Meier via Unsplash

4. Estratégias para Makers

Se você deseja atuar como market maker, considere as seguintes táticas:

  1. Coloque ordens limit próximas ao preço de mercado: Isso aumenta a probabilidade de sua ordem ser preenchida rapidamente.
  2. Use algoritmos de market making: Ferramentas como bots de arbitragem e de spread podem automatizar a colocação de ordens.
  3. Aproveite os descontos de taxa: Muitas exchanges dão descontos progressivos para quem gera alto volume de liquidez.

Para quem opera em ambientes DeFi, entender como Cross Chain Swaps: O Guia Definitivo para Trocas Inter‑Chain Seguras e Eficientes em 2025 funcionam pode abrir oportunidades de arbitragem entre diferentes cadeias, atuando indiretamente como maker.

5. Estratégias para Takers

Os takers se beneficiam de rapidez e precisão. Algumas boas práticas incluem:

  • Utilizar ordens market somente quando necessário: Elas garantem execução imediata, mas podem gerar slippage.
  • Acompanhar o depth chart: Observe a profundidade do livro para identificar onde grandes ordens podem mover o preço.
  • Dividir grandes ordens em blocos menores: Isso reduz o impacto no preço e pode evitar taxas de taker mais altas em alguns modelos de fee.

6. Impacto nas Exchanges Centralizadas vs Descentralizadas

Nas exchanges centralizadas (CEX), a distinção maker/taker é clara e as taxas são definidas pela própria plataforma. Em exchanges descentralizadas (DEX), a mecânica muda:

  • Os Automated Market Makers (AMM) substituem o livro de ofertas tradicional, e todos os usuários são, em essência, makers ao fornecer liquidez em pools.
  • Ao retirar liquidez ou fazer swaps, o usuário paga uma taxa fixa (geralmente 0,30% ou menos) que é distribuída entre os provedores de liquidez.

Entender essas diferenças é crucial para quem pretende operar tanto em CEX quanto em DEX.

7. Como Escolher a Melhor Exchange para sua Estratégia

Ao decidir onde operar, leve em conta:

  1. Modelo de taxas maker/taker: Avalie o custo real considerando seu volume esperado.
  2. Profundidade do livro: Exchanges com maior volume tendem a ter spreads menores.
  3. Segurança e regulamentação: Prefira plataformas que seguem as normas da CVM e do Banco Central.

Para aprofundar a questão regulatória, consulte o Regulamentação de Criptomoedas no Brasil: Guia Completo 2025.

market maker vs taker - depth look
Fonte: Arthur A via Unsplash

8. Casos de Uso Reais no Brasil

Vamos analisar dois cenários típicos:

8.1. Day Trader que atua como taker

Maria faz 10 trades por dia em Bitcoin, usando ordens market para aproveitar movimentos de curto prazo. Ela paga a taxa padrão de taker (0,20%) e aceita um pequeno slippage. Sua estratégia funciona bem em momentos de alta volatilidade, mas ela perde parte dos lucros nas taxas.

8.2. Provedor de Liquidez em AMM

João fornece liquidez para o pool USDC/ETH em uma DEX baseada em Uniswap. Ele recebe parte das taxas de swap (0,30%) proporcional ao seu share no pool, além de recompensas de governança. Embora não pague taxa de taker, ele está exposto ao risco de impermanent loss.

9. Dicas Práticas para Otimizar Custos

  • Monitore seu volume mensal e negocie com a exchange por taxas menores se necessário.
  • Combine estratégias: use ordens limit (maker) para a maioria das trades e reserve ordens market (taker) para situações de emergência.
  • Aproveite programas de fidelidade e rebates oferecidos por algumas plataformas.

10. Futuro do Modelo Maker/Taker

Com a evolução das finanças descentralizadas, o modelo tradicional pode ser complementado por novos mecanismos como Liquidity Mining e Dynamic Fee Structures, onde as taxas variam em tempo real de acordo com a volatilidade e o uso da rede.

Plataformas como Investopedia e CoinDesk já discutem essas inovações, indicando que o papel do market maker continuará central para a eficiência dos mercados.

Em resumo, entender a diferença entre market maker vs taker, saber quando agir como cada um e escolher a exchange adequada são passos essenciais para maximizar seus resultados no cenário cripto brasileiro.