MakerDAO e a stablecoin DAI: Guia completo, funcionamento e oportunidades em 2025

MakerDAO e a stablecoin DAI – Tudo o que você precisa saber em 2025

O universo das Finanças Descentralizadas (DeFi) tem crescido de forma exponencial nos últimos anos, e no centro desse ecossistema está a MakerDAO, uma das primeiras organizações autônomas descentralizadas (DAO) criadas na blockchain do Ethereum. Seu produto mais famoso, a stablecoin DAI, oferece a promessa de estabilidade de preço atrelada ao dólar americano, mas sem depender de uma entidade centralizada. Neste guia aprofundado, vamos analisar a história, a tecnologia, os riscos, as oportunidades de investimento e as perspectivas futuras da MakerDAO e da DAI, tudo pensado para o público brasileiro que deseja se posicionar de forma segura no mercado DeFi.

1. O que é a MakerDAO?

A MakerDAO é um protocolo de smart contracts construído sobre a blockchain Ethereum. Seu objetivo principal é criar um sistema de crédito descentralizado, permitindo que usuários depositem ativos digitais como garantia (colateral) e, em troca, emitam a stablecoin DAI. A governança do protocolo é feita pelos detentores do token MKR, que votam em mudanças de parâmetros como taxas de juros, tipos de colateral aceitos e limites de risco.

2. Como a DAI mantém a paridade com o dólar?

Ao contrário de outras stablecoins centralizadas (por exemplo, USDC ou USDT), a DAI não possui reservas em dólares mantidas por um banco. Em vez disso, sua estabilidade vem de um mecanismo de colateralização excessiva:

  • Os usuários depositam ativos digitais (ETH, WBTC, USDC, entre outros) em um contrato inteligente chamado Vault (anteriormente chamado CDP).
  • Esses ativos são bloqueados como garantia. Cada vault tem um ratio de colateralização mínimo, geralmente acima de 150%.
  • Com base no valor da garantia, o usuário pode gerar DAI até o limite permitido.
  • Se o preço do colateral cair e o ratio ficar abaixo do mínimo, o sistema aciona mecanismos de liquidação, vendendo parte da garantia para recompor a paridade.

Esses processos são automatizados por smart contracts e monitorados em tempo real por bots chamados keepers. Quando o mercado está estável, a taxa de juros (chamada Stability Fee) pode ser ajustada para incentivar ou desincentivar a geração de DAI, ajudando a equilibrar a oferta e a demanda.

3. Evolução histórica da DAI

Desde seu lançamento em 2017, a DAI passou por diversas fases de aprimoramento:

  1. Multi‑Collateral DAI (MCD) – Em 2019, a MakerDAO introduziu a capacidade de usar múltiplos tipos de colateral, ampliando a diversificação e reduzindo a dependência do ETH.
  2. Introdução do token MKR como governança – O MKR permite que a comunidade vote em parâmetros críticos, como a taxa de estabilidade e a lista de colaterais.
  3. Atualizações de risco e novos tipos de colateral – Em 2021‑2023, foram adicionados ativos como USDC, WBTC, LUSD e até tokens de renda fixa, aumentando a robustez do sistema.

Essas mudanças demonstram a capacidade da MakerDAO de se adaptar a diferentes condições de mercado, mantendo a DAI como uma das stablecoins mais resilientes.

4. Vantagens da DAI frente a outras stablecoins

  • Descentralização total – Não há custodiante central que possa congelar ou confiscar fundos.
  • Transparência – Todas as transações e regras são públicas e auditáveis na blockchain.
  • Flexibilidade de uso – Pode ser usada como colateral em outros protocolos DeFi (ex.: Aave, Compound) ou para pagamentos em plataformas que aceitam tokens ERC‑20.
  • Resistência à censura – Como não depende de terceiros, a DAI pode ser transferida globalmente sem restrições.

Entretanto, essas vantagens vêm acompanhadas de riscos específicos que precisam ser compreendidos antes de investir.

MakerDAO e a stablecoin DAI - however advantages
Fonte: Joshua Fernandez via Unsplash

5. Principais riscos e como mitigá‑los

Embora a DAI seja considerada segura, existem riscos inerentes ao modelo DeFi:

  1. Risco de colateralização insuficiente – Se o preço de um ativo colateral cair rapidamente (ex.: crash do ETH), o sistema pode não conseguir liquidar a tempo, gerando perda de valor da DAI.
  2. Vulnerabilidades em smart contracts – Bugs ou falhas de código podem ser explorados por hackers. Audits regulares são essenciais, mas não garantem 100% de segurança.
  3. Risco regulatório – Autoridades podem impor restrições ao uso de stablecoins descentralizadas, impactando a liquidez e a adoção.
  4. Risco de governança – Decisões equivocadas da comunidade (ex.: alteração de taxas) podem afetar a estabilidade.

Para reduzir esses riscos, recomenda‑se:

6. Como adquirir DAI de forma segura

Existem três caminhos principais para obter DAI:

  1. Comprar em exchanges centralizadas – Plataformas como Binance, Coinbase ou Kraken permitem a compra direta de DAI com fiat ou outras criptomoedas. Certifique‑se de transferir os tokens para sua própria carteira após a compra.
  2. Gerar DAI via Vaults – Deposite ETH, USDC ou outros ativos elegíveis em um Vault no site oficial da MakerDAO e emita DAI. Esse método exige compreensão do mecanismo de colateralização e das taxas de estabilidade.
  3. Obter DAI em protocolos DeFi – Forneça liquidez em pools de Uniswap, Curve ou SushiSwap e receba DAI como recompensa. Essa estratégia pode gerar rendimentos adicionais, mas traz risco de impermanent loss.

Independentemente do método escolhido, sempre armazene a DAI em uma carteira que suporte tokens ERC‑20, como MetaMask, Trust Wallet ou uma carteira de hardware.

7. Casos de uso práticos da DAI no Brasil

No cenário brasileiro, a DAI tem ganhado espaço em diferentes nichos:

  • Pagamentos transfronteiriços – Empresas que precisam pagar fornecedores estrangeiros utilizam DAI para evitar a volatilidade do Bitcoin e as taxas bancárias.
  • Financiamento de projetos DeFi – Startups brasileiras podem captar recursos emitindo DAI via Vaults, oferecendo aos investidores uma stablecoin ao invés de USDT ou USDC.
  • Proteção contra inflação – Investidores que buscam preservar poder de compra em períodos de alta inflação podem alocar parte de seu portfólio em DAI.

Esses casos demonstram que a DAI não é apenas um ativo especulativo, mas uma ferramenta funcional para negócios e indivíduos.

MakerDAO e a stablecoin DAI - cases demonstrate
Fonte: Windo Nugroho via Unsplash

8. Perspectivas para 2025 e além

O futuro da MakerDAO e da DAI dependerá de três fatores críticos:

  1. Adaptação regulatória – A União Europeia já avançou com o regulamento MiCA, que traz regras claras para stablecoins. Caso o Brasil siga um caminho semelhante, a DAI pode ganhar maior legitimidade institucional.
  2. Expansão de colaterais – A inclusão de ativos tokenizados de Real World Assets (RWA) (ex.: imóveis, commodities) pode reduzir a dependência de cripto‑ativos voláteis, aumentando a confiança dos usuários.
  3. Integração com outras layer‑2 – Soluções como Polygon (MATIC) ou Optimism podem trazer escalabilidade e taxas menores, tornando a DAI ainda mais atraente para micro‑transações.

Com essas evoluções, a DAI tem potencial para se consolidar como a stablecoin de referência para aplicações DeFi, pagamentos e reserva de valor em ambientes de alta volatilidade.

9. Conclusão

A MakerDAO e a DAI representam um marco na história das finanças descentralizadas, oferecendo uma stablecoin verdadeiramente autônoma e resiliente. Embora existam riscos associados ao modelo de colateralização e à governança descentralizada, as ferramentas de mitigação – como a manutenção de margem de segurança, auditorias de código e boas práticas de segurança – permitem que investidores e empresas utilizem a DAI com confiança.

Se você deseja explorar oportunidades no DeFi, entender a MakerDAO e a DAI é essencial. Comece estudando o Guia Completo de Finanças Descentralizadas (DeFi), proteja seus ativos seguindo o Guia Definitivo para Evitar Scams de Cripto e, quando estiver pronto, experimente gerar DAI via Vaults ou adquira a stablecoin em exchanges confiáveis.

O universo DeFi está em constante evolução, e a MakerDAO está na vanguarda dessa revolução. Aproveite as oportunidades, mas sempre com responsabilidade e conhecimento.