Layer 1 Blockchains: Guia Completo, Tecnologias, Desafios e Oportunidades para 2025

Layer 1 Blockchains: O que são, como funcionam e por que são o alicerce da Web3

As layer 1 blockchains (camadas base) representam a fundação sobre a qual todo o ecossistema de cripto e aplicativos descentralizados (dApps) é construído. Enquanto projetos como Ethereum, Solana e Avalanche são frequentemente citados, a realidade é que cada uma delas possui características técnicas, econômicas e de governança únicas que influenciam diretamente a escalabilidade, a segurança e a adoção massiva.

1. Definição e diferenciação: camada base vs. camada de solução

Uma layer 1 é uma rede blockchain autônoma que valida transações, produz blocos e garante consenso sem depender de outra blockchain. Em contraste, layer 2 são soluções construídas sobre uma camada base para melhorar sua performance (ex.: rollups, sidechains).

Entender essa distinção é essencial para investidores e desenvolvedores, pois determina onde ocorrem custos de gas, onde se concentram os riscos de segurança e onde surgem oportunidades de inovação.

2. Principais blockchains de camada 1 em 2025

A seguir, apresentamos as redes que dominam o cenário atual, destacando seus mecanismos de consenso, throughput, e casos de uso mais relevantes.

  • Ethereum (ETH) – Proof‑of‑Stake (PoS) com a atualização Merge concluída. Apesar de ainda enfrentar desafios de escalabilidade, a adoção de EIP‑1559 e o desenvolvimento de rollups como Optimism e Arbitrum tornam a rede a maior plataforma de contratos inteligentes.
  • Solana (SOL) – Utiliza um consenso híbrido de Proof‑of‑History (PoH) + PoS, oferecendo alta taxa de transações por segundo (TPS) e baixas taxas, ideal para DeFi de alta frequência e NFTs.
  • Polygon (MATIC) – Embora muitas vezes classificada como layer 2, sua própria cadeia PoS funciona como uma camada base independente, focada em interoperabilidade e custo zero para usuários.
  • Avalanche (AVAX) – Consenso Snowman (uma variante do Avalanche) que permite sub‑segundos de finalização e múltiplas cadeias (X‑Chain, C‑Chain, P‑Chain) para diferentes propósitos.
  • Cosmos (ATOM) – Estrutura de hub‑and‑spoke que conecta várias blockchains independentes (zones) via Inter‑Blockchain Communication (IBC), criando um universo de cadeias interoperáveis.

3. Tecnologia por trás das layer 1: consenso, sharding e dados on‑chain

As abordagens para melhorar a escalabilidade e segurança variam bastante:

  • Proof‑of‑Stake (PoS) – Reduz o consumo energético e permite participação mais ampla. O EigenLayer exemplifica como o staking pode ser reutilizado para prover segurança adicional a outros protocolos.
  • Sharding – Divisão da rede em fragmentos que processam transações em paralelo. Ethereum 2.0 planeja introduzir o sharding nos próximos anos, prometendo milhares de TPS.
  • Proof‑of‑History (PoH) – Cria uma sequência de timestamps verificáveis, como no caso da Solana, permitindo alta velocidade sem sacrificar a descentralização.
  • Protocolo de consenso Avalanche – Baseado em amostragem aleatória de validadores, garante finalização quase instantânea e alta tolerância a falhas.

4. Por que as layer 1 são cruciais para o futuro da Web3?

Sem uma camada base robusta, toda a pilha de aplicativos descentralizados perde confiabilidade. As principais razões para focar nas layer 1 são:

layer 1 blockchains - layer without
Fonte: Shubham Dhage via Unsplash
  1. Segurança de nível de consenso – Ataques à camada base podem comprometer milhares de dApps.
  2. Economia de gas e usabilidade – Taxas elevadas limitam a adoção de usuários comuns.
  3. Interoperabilidade – Redes que oferecem pontes seguras (ex.: Cosmos IBC) facilitam a criação de ecossistemas cross‑chain.
  4. Inovação de camada 2 – Rollups, sidechains e state channels dependem de uma camada base estável para garantir finalização e segurança.

5. Desafios atuais e caminhos para superá‑los

Mesmo com avanços notáveis, as blockchains de camada 1 ainda enfrentam obstáculos críticos:

  • Escalabilidade vs. descentralização – O famoso trilema da blockchain ainda pressiona desenvolvedores a equilibrar esses três pilares.
  • Fragmentação de ecossistemas – A multiplicidade de redes cria barreiras para usuários que precisam gerenciar várias carteiras e tokens.
  • Regulação e compliance – Incertezas regulatórias podem impactar a adoção institucional.

Estratégias emergentes incluem a adoção de sharding dinâmico, rollups otimistas e zk‑rollups (zero‑knowledge), além de iniciativas de governança on‑chain para melhorar a tomada de decisão.

6. Casos de uso reais que dependem de layer 1

Vários setores já estão explorando o potencial das blockchains de camada base:

  • Finanças descentralizadas (DeFi) – Protocolos como Uniswap, Aave e Curve rodam diretamente no Ethereum, aproveitando sua segurança e liquidez.
  • Tokenização de ativos reais (RWA) – Projetos que tokenizam imóveis, commodities ou títulos utilizam a camada base para garantir a imutabilidade dos registros. Veja nosso artigo sobre potencial de RWAs para mais detalhes.
  • Governança pública – Iniciativas de transparência governamental, como o registro de licitações ou identidade digital, têm usado blockchains públicas. Consulte Casos de Uso de Blockchain no Setor Público para exemplos práticos.
  • Infraestrutura de computação descentralizada – Redes como Akash e Golem fornecem poder computacional via contratos inteligentes, dependendo de uma camada base segura.

7. Como escolher a melhor layer 1 para o seu projeto

Ao avaliar qual blockchain de camada base adotar, considere os seguintes critérios:

Critério O que analisar
Segurança Histórico de ataques, número de validadores, auditorias independentes.
Escalabilidade TPS atuais, roadmap de sharding ou rollups, custos de gas estimados.
Ecossistema Quantidade de desenvolvedores, bibliotecas SDK, suporte de wallets.
Governança Modelo de decisão (on‑chain vs. off‑chain), transparência e participação da comunidade.
Interoperabilidade Disponibilidade de pontes seguras, compatibilidade com IBC ou outras standards.

Esses fatores ajudam a equilibrar risco e oportunidade, garantindo que seu dApp ou token tenha bases sólidas para crescer.

layer 1 blockchains - factors help
Fonte: GuerrillaBuzz via Unsplash

8. O futuro das layer 1: tendências para 2025 e além

Algumas previsões que moldarão o próximo ciclo de desenvolvimento:

  • Consolidação de rollups zk – Tecnologias como zkSync e StarkNet prometem privacidade e escalabilidade sem comprometer a segurança.
  • Restaking e reutilização de stake – Protocolos como EigenLayer permitem que o mesmo ETH staked seja usado para proteger múltiplas camadas, aumentando a eficiência do capital.
  • Integração com IA e Web3 – A tokenização da atenção (BAT) e oráculos avançados (Chainlink) criarão novos fluxos de dados para blockchains de camada base.
  • Governança descentralizada avançada – Modelos de voto quadrático e delegação líquida podem melhorar a tomada de decisão em redes como Cosmos.

Manter-se atualizado sobre essas evoluções é essencial para quem deseja permanecer competitivo no mercado cripto.

9. Conclusão

As layer 1 blockchains são o alicerce da revolução Web3. Sua capacidade de combinar segurança, escalabilidade e interoperabilidade determinará o ritmo de adoção das finanças descentralizadas, dos ativos digitais e das aplicações governamentais. Ao compreender as nuances técnicas, os casos de uso reais e as tendências emergentes, investidores, desenvolvedores e entusiastas podem tomar decisões mais informadas e participar ativamente da construção do futuro digital.

Para aprofundar ainda mais o assunto, recomendamos a leitura dos artigos EigenLayer: O Que É, Como Funciona e Por Que Está Revolucionando a Segurança das Blockchains e Casos de Uso de Blockchain no Setor Público, que ilustram como as camadas base estão sendo aplicadas na prática.