Nos últimos anos, a expressão jogos com propriedade de ativos tem ganhado destaque no ecossistema cripto. Mas o que exatamente são esses jogos e por que eles estão redefinindo a forma como criamos, negociamos e utilizamos valor digital?
1. O que são “jogos” com propriedade de ativos?
Trata‑se de plataformas lúdicas – sejam videogames, jogos de estratégia ou ambientes virtuais – que incorporam tokens representando ativos reais ou digitais. Diferente dos jogos tradicionais, onde os itens são meramente dados de uso interno, nesses ambientes cada item, personagem ou terreno possui um token único (NFT ou token fungível) que pode ser comprado, vendido ou transferido fora da própria plataforma.
2. Por que a propriedade de ativos é revolucionária?
Ao transformar itens de jogo em Tokens de governança, os desenvolvedores criam um valor econômico real que pode ser usado em outras aplicações DeFi, em marketplaces ou até mesmo como garantia em empréstimos. Essa interoperabilidade gera novos modelos de negócios, como:
- Play‑to‑Earn (P2E): jogadores são recompensados com tokens que têm valor fora do jogo.
- Metaversos interconectados: ativos de um jogo podem ser levados para outro, ampliando a utilidade.
- Governança descentralizada: detentores de ativos podem votar em decisões de desenvolvimento, como explicam os artigos sobre votação de propostas em DAOs e governança em projetos cripto.
3. Como os ativos são tokenizados?
A tokenização segue padrões abertos, como ERC‑721 e ERC‑1155 para NFTs ou ERC‑20 para tokens fungíveis. Esses padrões garantem que o ativo possa ser reconhecido e negociado em qualquer carteira ou exchange que suporte o padrão. Para aprofundar, veja o guia da Ethereum sobre token standards e a definição de tokenização na Wikipedia.
4. Exemplos de jogos que já adotam a propriedade de ativos
Alguns projetos pioneiros incluem:
- Axie Infinity: cada Axie é um NFT que pode ser criado, vendido ou usado em batalhas.
- Decentraland: terrenos virtuais são representados por NFTs que podem ser desenvolvidos ou comercializados.
- Illuvium: combina gráficos AAA com um ecossistema de tokens que dão aos jogadores participação nos lucros do jogo.
5. Desafios e considerações de segurança
Embora a propriedade de ativos abra oportunidades, também traz riscos:
- Volatilidade de preço: o valor dos tokens pode oscilar drasticamente.
- Riscos de smart contracts: bugs podem resultar em perda de ativos. A auditoria de contratos é essencial.
- Regulação: alguns países podem classificar esses tokens como valores mobiliários.
Para mitigar esses riscos, recomendo seguir boas práticas de segurança, como as apresentadas em nosso artigo sobre Segurança de smart contracts com IA.
6. Futuro dos jogos com propriedade de ativos
Com a evolução das DAOs, dos Layer‑2 e da interoperabilidade entre blockchains, esperamos que os jogos se tornem verdadeiros ecossistemas econômicos. A capacidade de criar, negociar e usar ativos digitais em múltiplas plataformas abrirá caminho para novas formas de entretenimento, trabalho e investimento.
Em resumo, os “jogos” com propriedade de ativos não são apenas uma novidade lúdica; são um passo decisivo rumo a uma economia digital verdadeiramente descentralizada.