O Ethereum nasceu da necessidade de expandir as possibilidades da blockchain além das simples transações financeiras. Enquanto o Bitcoin provou que era viável criar dinheiro digital descentralizado, seu protocolo era limitado a um conjunto fixo de funcionalidades. Em 2013, o programador russo‑canadense Vitalik Buterin propôs uma plataforma de smart contracts que permitia que desenvolvedores criassem aplicações descentralizadas (dApps) diretamente na blockchain.
1. O Surgimento da Ideia (2013‑2014)
Buterin publicou o Ethereum Whitepaper em novembro de 2013, detalhando uma máquina virtual (EVM) capaz de executar código Turing‑completo. A proposta rapidamente ganhou apoio de figuras influentes do mundo cripto, como Gavin Wood, que desenvolveu a primeira especificação da EVM, e Joseph Lubin, futuro co‑fundador da ConsenSys.
2. A Campanha de Crowdfunding (Julho‑2014)
Para financiar o desenvolvimento, a equipe lançou uma campanha de crowdsale em 2014, vendendo 60 milhões de Ether (ETH) por cerca de 18 milhões de dólares. O sucesso da venda provou o interesse global e consolidou o Ethereum como o segundo maior projeto de blockchain da época.
3. Lançamento da Mainnet (Julho‑2015)
Em 30 de julho de 2015, a rede principal (mainnet) do Ethereum entrou em operação. O bloco gênese continha 72 milhões de ETH, distribuídos entre os participantes da crowdsale. Desde então, a comunidade tem crescido exponencialmente, impulsionada por inovações como como funciona a blockchain e a adoção de padrões de token como ERC‑20 e ERC‑721.
4. A Era dos ICOs e da DeFi (2017‑2020)
O Ethereum rapidamente se tornou a plataforma preferida para Initial Coin Offerings (ICOs), permitindo que milhares de projetos levantassem fundos com contratos inteligentes. Essa explosão de capital alimentou o surgimento da Finança Descentralizada (DeFi), onde protocolos como Curve Wars e Uniswap redefiniram empréstimos, trocas e rendimentos sem intermediários.
5. Atualizações Técnicas: da Homestead ao Ethereum 2.0
Desde a primeira atualização “Homestead” (2016) até a série de hard forks “London” (2021) e “Berlin”, o Ethereum tem evoluído para melhorar segurança, escalabilidade e eficiência de custos. O próximo grande salto será o Ethereum 2.0 (também chamado de “Merge”), que migrará a rede de Proof‑of‑Work (PoW) para Proof‑of‑Stake (PoS), reduzindo drasticamente o consumo energético.
6. Impacto no Brasil e Portugal
Em Portugal, a comunidade Ethereum tem se destacado com eventos, meetups e iniciativas como Ethereum em Lisboa: Guia Completo para Entusiastas e Investidores. No Brasil, o ecossistema DeFi tem crescido, trazendo oportunidades para investidores locais.
7. O Futuro do Ethereum
Com a adoção de sharding, rollups e melhorias na camada de consenso, o Ethereum pretende atender a bilhões de usuários, suportando tudo, desde jogos NFT até sistemas de identidade auto‑soberana. A visão original de Buterin — uma “computação mundial descentralizada” — está cada vez mais próxima de se tornar realidade.
Para aprofundar ainda mais, confira também o Guia completo de como funciona a governação do Ethereum, que explica como a comunidade decide upgrades e políticas de rede.