ETFs de Ethereum: Guia Completo para Investidores Brasileiros em 2025

ETFs de Ethereum: Guia Completo para Investidores Brasileiros em 2025

Nos últimos anos, os ETFs (Exchange Traded Funds) ganharam destaque como instrumentos de investimento que combinam a diversificação de fundos com a praticidade de negociação em bolsa. Quando o ativo subjacente é a Ethereum, surge então o ETF de Ethereum, uma alternativa para quem deseja exposição ao maior ecossistema de contratos inteligentes sem precisar armazenar a criptomoeda diretamente.

1. O que é um ETF de Ethereum?

Um ETF de Ethereum é um fundo negociado em bolsa que replica o desempenho do Ether (ETH), a moeda nativa da rede Ethereum. Ao comprar cotas desse fundo, o investidor obtém exposição ao preço do ETH sem enfrentar os desafios de custódia, segurança de chaves privadas ou a necessidade de criar uma carteira digital.

Os ETFs são regulamentados pelos órgãos financeiros de cada país, o que traz maior confiança ao investidor institucional e ao varejista. No Brasil, ainda não há um ETF de Ethereum listado na B3, mas já existem ETF de Ethereum nos EUA e em alguns mercados europeus.

2. Por que considerar um ETF de Ethereum?

  • Facilidade de compra e venda: Operam como ações, permitindo negociação durante o horário de mercado.
  • Custódia institucional: O fundo detém o ETH em custódia segura, reduzindo riscos de perda ou hack.
  • Regulação: Oferecem maior transparência e relatórios periódicos, atendendo às exigências de órgãos como a SEC ou a CVM.
  • Diversificação: Alguns ETFs combinam ETH com outros ativos de cripto ou com ações de empresas ligadas ao ecossistema (ex.: desenvolvedoras de DeFi).

3. Como funcionam os ETFs de Ethereum?

Existem duas principais metodologias:

  1. ETF físico (ou “full‑replication”): O fundo compra e mantém a quantidade exata de ETH que corresponde ao valor das cotas emitidas. Cada cota representa uma fração de um Ether real.
  2. ETF sintético (ou “swap‑based”): Em vez de comprar ETH, o fundo celebra contratos de swap com instituições financeiras que garantem o retorno equivalente ao desempenho do ETH. Essa estrutura pode reduzir custos operacionais, mas introduz risco de contraparte.

Ambas as abordagens são auditadas periodicamente, e os relatórios de holdings são disponibilizados ao público.

4. Principais ETFs de Ethereum disponíveis no mundo

A seguir, alguns dos ETFs mais reconhecidos (até outubro de 2025):

ETF Ticker Tipo Gestora Taxa de Administração
Ethereum Trust ETHE Sintético Grayscale 0,75%
Ethereum ETF ETHV Físico VanEck 0,20%
21Shares Ethereum ETP ETHU Físico 21Shares 0,25%

Esses produtos são negociados nas bolsas de Nova York (NYSE) e nas principais plataformas europeias.

5. Como investir em um ETF de Ethereum a partir do Brasil?

Embora ainda não haja listagens na B3, os investidores brasileiros podem acessar esses ETFs por meio de corretoras internacionais ou plataformas que ofereçam negociação de ações estrangeiras. O passo a passo básico:

ETFs de Ethereum - although listed
Fonte: Julian Rösner via Unsplash
  1. Abra conta em corretora que suporte investimentos nos EUA ou UE (ex.: Interactive Brokers, DriveWealth, ou corretoras brasileiras com parceria internacional).
  2. Envie documentação para aprovação (identidade, comprovante de residência, declaração de origem de recursos).
  3. Deposite em dólares (ou euros) via transferência internacional ou serviço de conversão da corretora.
  4. Localize o ticker do ETF desejado e execute a ordem de compra.

É importante considerar custos de conversão de moeda, taxas de corretagem e o Imposto de Renda brasileiro sobre ganhos de capital.

6. Tributação de ETFs de Criptomoedas no Brasil

Os ganhos obtidos com a venda de cotas de ETFs são tributados como renda variável, seguindo a tabela de 15% sobre lucros líquidos acima de R$ 20.000,00 por mês. Além disso, o investidor deve declarar a posição na ficha “Bens e Direitos” (código 81 – “Cotas de Fundos de Investimento – (ETF)”). Para detalhes, consulte o Guia completo sobre impostos em Portugal (que traz paralelos úteis) ou o Guia Definitivo de Criptomoedas para Iniciantes.

7. Riscos associados aos ETFs de Ethereum

  • Risco de mercado: O preço do ETH pode oscilar drasticamente, arrastando o valor das cotas.
  • Risco regulatório: Mudanças nas normas de criptoativos podem impactar a aprovação ou manutenção de ETFs.
  • Risco de contraparte (para ETFs sintéticos): Dependência de contratos de swap com instituições financeiras.
  • Liquidez: Alguns ETFs ainda têm volume de negociação limitado, o que pode gerar spreads maiores.

8. Comparativo: Investir direto em ETH vs. ETF de Ethereum

Para ajudar na decisão, veja a tabela comparativa:

Aspecto Compra Direta de ETH ETF de Ethereum
Custódia Você precisa de carteira (hardware, software ou custodial) Custódia institucional do fundo
Regulação Sem regulação direta (dependendo da exchange) Regulado pelos órgãos financeiros do país de listagem
Taxas Taxas de retirada e spread nas exchanges Taxa de administração + corretagem
Facilidade de negociação 24/7 em exchanges Horário de mercado da bolsa (ex.: NYSE)

A escolha depende do seu perfil: quem busca praticidade e menor preocupação com segurança pode preferir o ETF; quem quer operar 24/7 e ter controle total sobre as chaves pode optar por comprar ETH diretamente.

9. Estratégias de investimento com ETFs de Ethereum

Algumas estratégias populares incluem:

  • DCA (Dollar‑Cost Averaging): Investir um valor fixo mensalmente, reduzindo o risco de timing.
  • Alocação de portfólio: Destinar, por exemplo, 5‑10% do portfólio de ações a ETFs de ETH para diversificar.
  • Hedging com opções: Em corretoras que oferecem opções sobre ETFs, usar puts para proteger contra quedas.

Para aprofundar a estratégia DCA, leia nosso Guia Completo da Estratégia DCA em Cripto.

10. Perspectivas para 2026 e além

Com a transição do Ethereum para o consenso Proof‑of‑Stake (PoS) concluída, a rede tem apresentado menor consumo energético e maior previsibilidade de emissão de ETH. Essa mudança, aliada ao crescimento dos projetos DeFi e NFT, pode impulsionar a demanda institucional por exposição ao ETH, favorecendo a criação de novos ETFs.

ETFs de Ethereum - ethereum transition
Fonte: Ryunosuke Kikuno via Unsplash

Além disso, a regulação europeia (MiCA) está avançando, o que pode abrir portas para ETFs de cripto na UE, e, possivelmente, inspirar a CVM a autorizar produtos semelhantes no Brasil nos próximos dois anos.

Conclusão

Os ETFs de Ethereum surgem como uma ponte entre o universo tradicional de investimentos e o inovador ecossistema de cripto. Eles oferecem praticidade, segurança institucional e transparência regulatória, ao mesmo tempo em que mantêm a exposição ao desempenho da maior plataforma de contratos inteligentes do mundo.

Se você está iniciando sua jornada de investimento ou já possui experiência em ativos digitais, avalie seu perfil de risco, horizonte de investimento e custos operacionais antes de decidir entre comprar ETH diretamente ou optar por um ETF. Lembre‑se de acompanhar as novidades regulatórias e de diversificar seu portfólio para mitigar riscos.

Para aprofundar ainda mais seu conhecimento, explore também o comparativo Solana vs Ethereum e descubra como diferentes blockchains podem complementar sua estratégia de investimento.

Boa análise e bons investimentos!

Referências externas: