ETF de Bitcoin no Brasil: Guia Completo 2025

ETF de Bitcoin no Brasil: Guia Completo 2025

Nos últimos anos, o Bitcoin deixou de ser apenas um ativo de nicho para se tornar um componente importante de carteiras de investimento ao redor do mundo. No Brasil, a expectativa em torno dos ETFs de Bitcoin tem crescido, impulsionada por investidores que buscam exposição ao criptoativo com a segurança e praticidade de um fundo negociado em bolsa. Este artigo aprofundado traz tudo o que você, investidor iniciante ou intermediário, precisa saber para entender, avaliar e investir em um ETF de Bitcoin no mercado brasileiro.

Principais Pontos

  • O que é um ETF e como ele se aplica ao Bitcoin.
  • Regulação da CVM e perspectivas para aprovação no Brasil.
  • Como funciona a estrutura de custódia e a segurança dos ativos.
  • Passo a passo para investir em um ETF de Bitcoin através de corretoras brasileiras.
  • Custos, taxas e comparativo com a compra direta de Bitcoin.
  • Riscos, benefícios e estratégias de alocação.

O que é um ETF?

ETF (Exchange Traded Fund) é um fundo de investimento que tem suas cotas negociadas em bolsa de valores, assim como ações. A principal vantagem dos ETFs está na capacidade de replicar a performance de um índice, commodity, moeda ou, no caso que nos interessa, de um ativo digital como o Bitcoin.

Ao comprar cotas de um ETF, o investidor adquire uma participação proporcional nos ativos que compõem o fundo, sem precisar lidar diretamente com a custódia, segurança ou a complexidade de operar em exchanges de cripto.

Como funciona um ETF de Bitcoin?

Um ETF de Bitcoin pode ser estruturado de duas formas principais:

  1. ETF físico (ou “spot”): o fundo compra e mantém Bitcoin real em custódia. Cada cota representa uma fração desse Bitcoin, e o preço da cota acompanha o preço à vista da criptomoeda.
  2. ETF de futuros: o fundo investe em contratos futuros de Bitcoin negociados em bolsas reguladas, como a CME. Nesse modelo, o preço da cota segue o mercado futuro, podendo divergir do preço spot.

No Brasil, a expectativa maior está para um ETF “spot”, pois ele oferece exposição direta ao preço à vista do Bitcoin, atendendo ao perfil de investidores que desejam simplicidade e transparência.

Regulação no Brasil

A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) tem desempenhado um papel crucial na definição das regras para fundos que pretendem incluir criptoativos. Em 2023, a CVM publicou a Instrução Instr‑2023‑xx, que estabelece requisitos de governança, auditoria e custódia para fundos que desejam investir em ativos digitais.

Principais pontos regulatórios:

  • Os gestores devem comprovar que a custódia do Bitcoin será realizada por custodiante autorizado pela CVM ou por instituição financeira reconhecida.
  • É obrigatório o uso de auditoria independente para validar a quantidade de Bitcoin mantida em carteira.
  • Os fundos devem divulgar claramente as taxas de administração, performance e custos de custódia.
  • Investidores de varejo precisam estar cientes dos riscos, com avisos de risco explícitos nos prospectos.

Até a data de publicação (24/11/2025), a CVM ainda não aprovou um ETF de Bitcoin “spot” no Brasil, mas diversas gestoras, como a XYZ Asset Management e a ABC Invest, já submeteram seus pedidos.

Painel de Mercado Atual

Embora ainda não exista um ETF de Bitcoin listado na B3, o mercado brasileiro tem alternativas que dão acesso ao criptoativo:

  • Fundos de investimento em cripto que operam em regime de closed-end, como o Crypto Fund Brazil, que compra Bitcoin e mantém em custódia.
  • ETFs de futuros negociados nos EUA, que podem ser acessados por investidores brasileiros via corretoras internacionais.
  • Plataformas de negociação de tokens lastreados em Bitcoin (e.g., tokenized Bitcoin), que oferecem liquidez similar a um ETF.

Essas opções servem como “prévia” do que se espera quando um ETF “spot” for finalmente aprovado.

Como Investir em um ETF de Bitcoin no Brasil

Quando o ETF for listado na B3, o processo de investimento será semelhante ao de compra de ações:

  1. Abrir conta em corretora: Escolha uma corretora que ofereça acesso à B3, como XP Investimentos, Rico ou Clear. O cadastro inclui verificação de identidade (KYC) e assinatura de contrato.
  2. Transferir recursos: Deposite em reais (R$) na conta da corretora. Muitas corretoras permitem transferências via TED ou boleto.
  3. Buscar o ticker: O ETF terá um código de negociação, por exemplo, “BTC11”. Use a ferramenta de busca da corretora para localizar o ativo.
  4. Enviar ordem de compra: Defina a quantidade de cotas desejada, o tipo de ordem (limit, market) e confirme a operação.
  5. Acompanhar a carteira: As cotas ficarão registradas em sua conta, e você poderá acompanhar o desempenho diário, dividendos (se houver) e custos.

É importante observar que, embora o investimento seja em reais, o valor da cota será atrelado ao preço do Bitcoin em dólares (USD), convertido ao câmbio do dia.

Custos e Taxas

Os principais custos associados a um ETF de Bitcoin incluem:

  • Taxa de administração: Normalmente entre 0,5% e 1,5% ao ano, dependendo da gestora.
  • Taxa de custódia: Pode variar de R$ 30 a R$ 150 mensais, refletindo o serviço de guarda de ativos digitais.
  • Taxa de performance: Algumas gestoras cobram um percentual sobre o lucro que exceder um benchmark (ex.: 20% sobre retornos acima de 10% ao ano).
  • Corretagem: Algumas corretoras oferecem compra sem corretagem para ETFs, mas outras podem cobrar R$ 5 a R$ 10 por operação.

Compare sempre o custo total (CET) antes de decidir.

Riscos e Benefícios

Como todo investimento, o ETF de Bitcoin tem prós e contras:

Benefícios Riscos
Exposição ao Bitcoin sem necessidade de carteira própria. Volatilidade alta do preço do Bitcoin.
Liquidez diária na B3. Risco regulatório – mudanças de regra podem impactar o fundo.
Possibilidade de investimento em reais (R$) com custódia institucional. Taxas de administração podem reduzir retornos.
Transparência de preços e auditoria regular. Risco de contraparte da gestora.

Comparativo: ETF de Bitcoin vs Compra Direta

Para ajudar na decisão, veja um comparativo prático entre investir via ETF e comprar Bitcoin diretamente em exchanges:

Aspecto ETF de Bitcoin Compra Direta
Custódia Custódia institucional e auditada. Você precisa de wallet própria ou custodiante externo.
Liquidez Negociação em bolsa durante o horário de mercado. Liquidez 24/7 nas exchanges.
Taxas Taxa de administração + custódia. Taxas de retirada, spread e corretagem.
Regulação Regulado pela CVM e B3. Regulação ainda incipiente no Brasil.
Facilidade Compra como ação, sem necessidade de chaves. Requer conhecimento de endereços, chaves e segurança.

O ETF pode ser a escolha ideal para quem busca simplicidade e segurança institucional, enquanto a compra direta pode ser mais atrativa para quem deseja total controle e operar fora do horário de bolsa.

Estratégias de Alocação

Investidores experientes costumam combinar o ETF de Bitcoin com outros ativos para otimizar risco e retorno. Algumas estratégias comuns:

  • Alocação fixa: Destinar 5% a 10% da carteira ao ETF, independente do cenário de mercado.
  • DCA (Dollar‑Cost Averaging): Investir um valor fixo mensal em cotas, suavizando a volatilidade.
  • Rebalanceamento trimestral: Ajustar a porcentagem de Bitcoin para manter o peso desejado na carteira.
  • Hedging com futuros: Utilizar contratos de futuros para proteger posições em momentos de alta volatilidade.

Impacto Fiscal

No Brasil, a tributação sobre ganhos de capital em ETFs segue as mesmas regras das ações. As alíquotas são:

  • 15% sobre ganhos até R$ 5 milhões.
  • 17,5% entre R$ 5 milhões e R$ 10 milhões.
  • 20% entre R$ 10 milhões e R$ 30 milhões.
  • 22,5% acima de R$ 30 milhões.

É obrigatório declarar as cotas na ficha “Renda Variável”. A corretora costuma fornecer o informe de rendimentos ao final do ano.

Perspectivas Futuras

Analistas apontam que a aprovação de um ETF de Bitcoin “spot” na B3 pode ocorrer ainda em 2025, impulsionada por:

  • Pressão de investidores institucionais que demandam produtos regulados.
  • Desenvolvimento de infraestrutura de custódia nacional, como a parceria entre a Banco Central e fintechs de cripto.
  • Experiências bem‑sucedidas de ETFs de Bitcoin nos EUA e Europa, que servem de benchmark regulatório.

Quando o ETF for lançado, espera‑se um aumento significativo no volume de investimentos em cripto no Brasil, tornando o país um dos maiores mercados da América Latina para ativos digitais.

Conclusão

O ETF de Bitcoin representa uma evolução natural no ecossistema de investimentos brasileiros, combinando a atratividade do maior criptoativo do mundo com a segurança e praticidade de um fundo regulado. Embora ainda aguardemos a aprovação definitiva pela CVM, a estrutura regulatória já está delineada, e as gestoras estão prontas para lançar seus produtos.

Para o investidor brasileiro, entender as diferenças entre ETFs, fundos de cripto e a compra direta, avaliar custos, riscos e oportunidades fiscais, e definir uma estratégia de alocação são passos essenciais para aproveitar o potencial de valorização do Bitcoin de forma consciente.

Fique atento às novidades da CVM, acompanhe os anúncios das gestoras e, quando o ETF chegar à B3, aproveite a oportunidade com a disciplina de um investidor informado.