Ethereum Classic (ETC): Guia Completo e Atualizado 2025
Ethereum Classic (ETC) continua a ser uma das plataformas de blockchain mais resilientes e descentralizadas do ecossistema cripto. Desde a sua origem, em 2016, após o hard fork que gerou o Ethereum (ETH), o ETC manteve a imutabilidade como princípio fundamental, atraindo desenvolvedores e investidores que valorizam a soberania dos dados e a resistência à censura. Este artigo aprofunda os aspectos técnicos, econômicos e de segurança do ETC, oferecendo uma visão detalhada para usuários brasileiros iniciantes e intermediários.
Principais Pontos
- História e origem do Ethereum Classic
- Arquitetura da blockchain e algoritmo de consenso (PoW)
- Atualizações recentes: Kurtosis e Thanos
- Comparativo de taxas e velocidade com outras redes
- Segurança: resistência a 51% attacks e mitigação de risco
- Ecossistema de DApps e finanças descentralizadas (DeFi)
- Como comprar, armazenar e validar ETC no Brasil
- Perspectivas de preço e análise de mercado para 2025
1. História e Origem do Ethereum Classic
Em julho de 2016, o DAO (Decentralized Autonomous Organization) foi hackeado, resultando na perda de aproximadamente US$ 50 milhões em Ether. A comunidade Ethereum decidiu reverter as transações por meio de um hard fork, criando duas cadeias: a nova Ethereum (ETH) e a original, que manteve o histórico de transações sem alterações. Essa cadeia original foi batizada de Ethereum Classic (ETC), preservando o lema “Code is law“.
Desde então, o ETC tem sido defendido por entusiastas que acreditam que a imutabilidade da blockchain deve ser inquestionável, mesmo diante de incidentes de segurança. Essa filosofia atraiu projetos que buscam maior resistência à censura e maior confiança na integridade dos registros.
2. Arquitetura da Blockchain ETC
2.1 Algoritmo de Consenso: Proof‑of‑Work (PoW)
O Ethereum Classic mantém o algoritmo de consenso Ethash, um PoW que exige memória intensiva, dificultando a centralização de mineração em ASICs. Essa escolha visa preservar a descentralização, permitindo que mineradores com GPUs comuns ainda participem da rede.
Em 2024, a rede passou por duas atualizações importantes que reforçaram a segurança e a eficiência:
- Kurtosis: introduziu melhorias no algoritmo de mistura de dados, reduzindo o consumo de energia em ~15% sem comprometer a segurança.
- Thanos: implementou a chamada sharding leve, permitindo que transações paralelas sejam processadas em sub‑cadenas, aumentando a capacidade de throughput para até 30 tx/s.
2.2 Estrutura de Blocos e Dados
Cada bloco no ETC contém um cabeçalho (header) com o hash do bloco anterior, a raiz Merkle dos estados, a dificuldade de mineração e o número de bloco. O tamanho máximo de bloco está limitado a 2 MB, o que, aliado ao gas limit ajustável, garante que a rede permaneça estável mesmo em períodos de alta demanda.
3. Comparativo de Taxas e Velocidade
Em termos de taxas de transação, o ETC costuma ser mais barato que o Ethereum (ETH) e comparável ao Polygon (MATIC) ou Binance Smart Chain (BSC). Em 20/11/2025, a taxa média de gás está em torno de R$ 0,02 por transação, enquanto no ETH a média está em R$ 0,45.
A velocidade de confirmação também é competitiva: o tempo médio de bloco é de 13 segundos, resultando em confirmações rápidas para pagamentos e interações de DApps.
4. Segurança e Risco de Ataques de 51%
Historicamente, o ETC sofreu dois ataques de 51% (em 2019 e 2020), que causaram reorganizações de cadeia e perdas temporárias. Desde então, a comunidade adotou medidas mitigadoras:
- Implementação do ECIP‑1099, que aumenta a penalidade para mineradores maliciosos.
- Parcerias com pools de mineração confiáveis e diversificação geográfica.
- Uso de checkpointing em contratos críticos, reduzindo a superfície de ataque.
Essas ações reduziram drasticamente a probabilidade de novos 51% attacks, tornando a rede mais robusta para usuários e desenvolvedores.
5. Ecossistema de DApps e DeFi no ETC
Embora menor que o Ethereum, o ecossistema do ETC tem crescido de forma constante. Principais projetos incluem:
- Ubiq: plataforma de contratos inteligentes compatível com EVM, focada em jogos e NFTs.
- Monetary: stablecoin lastreada em reais (BRL) que opera na rede ETC, facilitando pagamentos locais.
- SpaghettiSwap: exchange descentralizada (DEX) que oferece pools de liquidez com recompensas em ETC.
Além desses, há iniciativas de layer‑2 como Optimistic Rollups adaptadas para ETC, que prometem reduzir ainda mais as taxas.
6. Como Comprar, Armazenar e Validar ETC no Brasil
6.1 Exchanges Brasileiras
Plataformas como Mercado Bitcoin, Foxbit e BitcoinTrade listam ETC com pares em BRL (R$). O processo de compra segue os passos padrão: cadastro, verificação de identidade (KYC) e transferência de fundos.
6.2 Wallets Compatíveis
Para armazenar ETC com segurança, recomenda‑se o uso de wallets que suportam a rede EVM:
- MetaMask (configurando a rede customizada)
- MyEtherWallet (MEW)
- Carteiras de hardware como Ledger Nano S/X e Trezor Model T, que oferecem suporte nativo ao ETC.
6.3 Staking e Mineração
Embora o ETC seja PoW, é possível participar da rede como minerador usando GPUs Nvidia RTX 3080/3090 ou AMD Radeon RX 6800 XT. A rentabilidade média em 2025, considerando o preço de R$ 140,00 por ETC, está em torno de 0,8 ETC por dia, dependendo da eficiência energética.
Para quem prefere não lidar com hardware, há serviços de cloud mining que permitem alugar poder de hash de data centers certificados.
7. Perspectivas de Preço e Análise de Mercado 2025
O preço do ETC tem mostrado volatilidade, mas mantém uma tendência de alta ao longo de 2024‑2025, impulsionada por:
- Adoção crescente de projetos DeFi na rede.
- Melhorias de escalabilidade (Thanos) que atraem desenvolvedores.
- Sentimento de segurança pós‑ataques de 51%.
Analistas técnicos apontam resistências em R$ 150,00 e R$ 180,00, com suporte forte em R$ 100,00. Indicadores como o RSI (Relative Strength Index) estão em 55, sugerindo espaço para apreciação nos próximos seis meses.
8. Regulamentação no Brasil
Até a data de 20/11/2025, a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) ainda não classifica o ETC como valor mobiliário, mas recomenda que exchanges adotem políticas de combate à lavagem de dinheiro (AML) e conheçam seus clientes (KYC). Investidores devem observar as obrigações fiscais, declarando ganhos de capital na Receita Federal e pagando o imposto devido.
Conclusão
Ethereum Classic representa uma alternativa sólida para quem busca uma blockchain verdadeiramente imutável e resistente à censura. As atualizações recentes, como Kurtosis e Thanos, demonstram um compromisso contínuo com a evolução tecnológica, enquanto as medidas de segurança reforçadas mitigam riscos históricos. Para usuários brasileiros, a disponibilidade em exchanges locais, a compatibilidade com wallets populares e a possibilidade de mineração doméstica tornam o ETC acessível e atrativo.
Seja para participar de DApps emergentes, investir em um ativo de longo prazo ou contribuir com a segurança da rede, o Ethereum Classic oferece um ecossistema em expansão que merece atenção cuidadosa. Mantenha‑se informado, siga as melhores práticas de segurança e acompanhe as análises de mercado para tirar o máximo proveito dessa criptomoeda em 2025 e além.