ERC-20 tokens: o que são e por que são fundamentais
Nos últimos anos, o termo ERC-20 tornou‑se onipresente nas discussões sobre criptomoedas, projetos de blockchain e finanças descentralizadas (DeFi). Mas, para quem está começando, ainda há muitas dúvidas: o que exatamente são os tokens ERC-20? Como eles funcionam? Por que são tão amplamente adotados? Este artigo aprofundado responde a todas essas perguntas, oferecendo uma visão completa e prática para investidores, desenvolvedores e entusiastas.
1. Origem do padrão ERC‑20
O padrão ERC‑20 foi proposto em 2015 por Fabian Vogelsteller, então desenvolvedor da Ethereum. “ERC” significa Ethereum Request for Comments, e o número 20 identifica a proposta específica. O objetivo era criar um conjunto de regras padronizadas que permitisse a criação de tokens fungíveis (intercambiáveis) de forma simples e segura na blockchain Ethereum.
Antes do ERC‑20, cada projeto precisava escrever seu próprio contrato inteligente para emitir tokens, o que gerava inconsistências e dificultava a integração com carteiras, exchanges e outras ferramentas. Com o padrão, qualquer token que seguisse as regras básicas poderia ser reconhecido automaticamente por aplicativos compatíveis.
2. Como funciona um token ERC‑20?
Um contrato inteligente ERC‑20 é essencialmente um pequeno programa escrito em Solidity (a linguagem de programação da Ethereum) que implementa seis funções básicas e três eventos:
totalSupply()
– retorna a quantidade total de tokens em circulação.balanceOf(address account)
– devolve o saldo de tokens de um endereço.transfer(address recipient, uint256 amount)
– transfere tokens de quem chama a função para outro endereço.allowance(address owner, address spender)
– verifica quanto um terceiro está autorizado a gastar.approve(address spender, uint256 amount)
– permite que outro endereço gaste um número limitado de tokens em seu nome.transferFrom(address sender, address recipient, uint256 amount)
– realiza a transferência usando a autorização prévia.
Os três eventos (Transfer
, Approval
e Burn
quando implementado) garantem transparência, permitindo que carteiras e exchanges monitorem todas as movimentações em tempo real.
3. Principais vantagens dos tokens ERC‑20
O sucesso do padrão deve‑se a diversos benefícios:
- Interoperabilidade: Qualquer carteira que suporte Ethereum (MetaMask, Trust Wallet, etc.) reconhece automaticamente um ERC‑20.
- Facilidade de listagem: Exchanges centralizadas e descentralizadas podem integrar rapidamente novos tokens sem desenvolver código adicional.
- Segurança auditada: Como o padrão é amplamente estudado, auditorias de segurança são mais simples e confiáveis.
- Escalabilidade: A maioria das infraestruturas Ethereum já está otimizada para lidar com transações ERC‑20, o que reduz custos de desenvolvimento.
Essas características explicam por que projetos como exchange descentralizada (DEX) e Binance adotam amplamente tokens ERC‑20 em seus ecossistemas.

4. Como criar seu próprio token ERC‑20
Para desenvolvedores, criar um token ERC‑20 envolve poucos passos:
- Instalar o ambiente de desenvolvimento (Node.js, Hardhat ou Truffle).
- Escrever o contrato em Solidity, herdando da biblioteca OpenZeppelin, que já implementa o padrão de forma segura.
- Compilar e testar o contrato localmente.
- Implantar na rede Ethereum (mainnet ou testnet como Goerli) usando uma carteira com fundos suficiente para pagar gas.
- Verificar o contrato no Etherscan para garantir transparência.
Um exemplo simples de contrato:
pragma solidity ^0.8.0;
import "@openzeppelin/contracts/token/ERC20/ERC20.sol";
contract MeuToken is ERC20 {
constructor(uint256 initialSupply) ERC20("MeuToken", "MTK") {
_mint(msg.sender, initialSupply * 10 ** decimals());
}
}
Este código cria um token chamado MeuToken (símbolo MTK) com a oferta inicial definida no momento da implantação.
5. Onde armazenar tokens ERC‑20 com segurança
Os tokens ERC‑20 podem ser guardados em diferentes tipos de wallets:
- Carteiras de software (Hot Wallets): MetaMask, Trust Wallet, etc. Ideais para uso diário e interações rápidas.
- Carteiras de hardware (Cold Wallets): Ledger, Trezor. Recomendadas para grandes quantidades, pois mantêm as chaves offline.
- Custódia de exchanges: Se você confia na exchange, pode manter seus tokens lá, mas sempre há risco de hacks.
Independentemente da escolha, nunca compartilhe sua seed phrase ou chave privada. Para mais detalhes sobre segurança de wallets, veja nosso artigo Hardware Wallet: Guia Definitivo.
6. ERC‑20 vs. outros padrões (ERC‑721, ERC‑1155)
Embora o ERC‑20 seja o padrão para tokens fungíveis, existem outros que atendem a casos de uso diferentes:

- ERC‑721: Tokens não fungíveis (NFTs), cada unidade é única.
- ERC‑1155: Combina fungibilidade e não‑fungibilidade, usado em jogos e projetos que precisam de múltiplos tipos de ativos.
Entender essas diferenças ajuda a escolher o padrão correto para seu projeto.
7. O futuro dos tokens ERC‑20
Com a migração gradual para Ethereum 2.0 e a adoção de soluções de camada 2 (Arbitrum, Optimism, Polygon), os custos de gas diminuem, tornando os tokens ERC‑20 ainda mais atraentes. Além disso, a integração com finanças descentralizadas (DeFi) – como pools de liquidez, farms e empréstimos – continua a impulsionar a demanda.
Para acompanhar as últimas atualizações, visite a página oficial da Ethereum em ethereum.org.
Conclusão
Os tokens ERC‑20 são a espinha dorsal do ecossistema Ethereum, permitindo que projetos lancem rapidamente ativos digitais interoperáveis, seguros e facilmente integráveis. Seja você um investidor que deseja diversificar sua carteira, um desenvolvedor que pretende criar um novo token ou simplesmente um curioso sobre o universo cripto, entender o padrão ERC‑20 é essencial.
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