Quando falamos de tangible (ativo tangível) no contexto tradicional, nos referimos a bens físicos que podem ser tocados, vistos e avaliados – como imóveis, ouro, máquinas ou veículos. No universo das criptomoedas, o conceito parece, à primeira vista, contraditório: a maioria dos tokens são puramente digitais, sem existência física. Contudo, a inovação trazida pela tokenização está mudando esse cenário, permitindo que ativos reais sejam representados de forma segura e transparente na blockchain.
1. O que são ativos tangíveis?
De acordo com a Investopedia, ativos tangíveis são recursos físicos que possuem valor intrínseco e podem ser usados como garantia em operações financeiras. Eles são diferentes dos ativos intangíveis, como patentes ou marcas, que não têm forma física.
2. Como a blockchain traz tangibilidade ao digital?
A tecnologia de registro distribuído permite criar tokens representativos de bens reais. Cada token contém metadados que descrevem o ativo subjacente (por exemplo, número de série de um ouro, matrícula de um imóvel ou certificado de autenticidade de uma obra de arte). Quando o token é emitido, ele é backed – garantido – por esse bem físico, que costuma ficar armazenado em custódia especializada.
3. Exemplos práticos de tokenização de ativos tangíveis
- Gold-backed tokens: projetos como PAX Gold (
PAXG
) vinculam cada token a 1 grama de ouro físico armazenado em cofres auditados. - Imóveis tokenizados: plataformas como RealT permitem comprar frações de propriedades nos EUA por meio de tokens ERC‑20.
- Arte e colecionáveis: obras de arte podem ser divididas em múltiplos tokens, permitindo que investidores comprem apenas uma parte da peça.
4. Por que a tangibilidade importa para traders de cripto?
Ter um backing físico reduz a volatilidade extrema que caracteriza muitas criptomoedas puras. Além disso, ativos tangíveis oferecem:
- Segurança jurídica: a posse física pode ser comprovada em caso de disputa.
- Proteção contra inflação: bens como ouro ou imóveis tendem a preservar valor ao longo do tempo.
- Diversificação de portfólio: combinações de ativos digitais e reais aumentam a resiliência da carteira.
5. Riscos e desafios
Apesar das vantagens, a tokenização apresenta riscos que devem ser avaliados:
- Custódia: a segurança do bem físico depende de terceiros confiáveis.
- Regulação: diferentes jurisdições tratam tokens lastreados em ativos reais de maneiras distintas, o que pode gerar incertezas fiscais.
- Liquidez: nem todos os tokens tangíveis possuem mercados profundos; a venda pode exigir descontos.
6. Como começar a investir em ativos tangíveis tokenizados?
Para quem já está familiarizado com o universo cripto, o caminho mais simples é:
- Selecionar uma plataforma confiável que ofereça transparência sobre a custódia do ativo.
- Realizar a Futures Trading ou gerenciar sua carteira usando wallets seguras, preferencialmente hardware wallets, para armazenar os tokens.
- Monitorar indicadores de mercado, como o Funding Rate de contratos futuros associados ao token, para identificar oportunidades de arbitragem ou hedge.
7. Futuro dos ativos tangíveis na blockchain
À medida que reguladores avançam na definição de normas para tokens lastreados em ativos reais, espera‑se que a adoção se expanda. A combinação de smart contracts auto‑executáveis e auditorias on‑chain pode tornar a propriedade de bens físicos tão simples quanto enviar um token para outra carteira.
Em resumo, a convergência entre tangible assets e tecnologia blockchain está criando um novo paradigma de investimento, onde o físico e o digital coexistem de forma segura e transparente.