dYdX vs GMX: comparativo completo 2025

dYdX vs GMX: comparativo completo 2025

As exchanges descentralizadas (DEX) de derivativos têm ganhado destaque no ecossistema cripto, oferecendo alavancagem, negociação de contratos futuros e perpétuos sem a necessidade de intermediários. Entre as opções mais populares, dYdX e GMX se destacam pela profundidade de liquidez, inovação tecnológica e comunidade ativa. Este artigo técnico, voltado para usuários brasileiros iniciantes e intermediários, analisa detalhadamente os dois protocolos, abordando arquitetura, segurança, custos, experiência do usuário e casos de uso.

Principais Pontos

  • Arquitetura de camada 2 (dYdX) vs camada 1 (GMX)
  • Modelos de liquidez: order book vs pool AMM
  • Taxas de negociação e funding
  • Segurança: auditorias, bugs e seguros
  • Experiência do usuário: UI, mobile e integração com wallets brasileiras

Introdução ao cenário de DEXs de derivativos

Em 2025, o volume diário negociado em derivativos cripto ultrapassa US$ 150 bilhões, segundo dados da DeFi Llama. A demanda por produtos alavancados está impulsionada por traders que buscam exposição rápida a ativos como Bitcoin (BTC), Ether (ETH) e tokens de finanças descentralizadas (DeFi). As DEXs oferecem vantagens claras: ausência de KYC, controle total dos fundos e transparência on‑chain. Contudo, também apresentam desafios, como latência de transação e complexidade de uso.

O que é dYdX?

dYdX foi lançada em 2017 pela Alameda Research e evoluiu para um protocolo de Layer 2 baseado em zk‑Rollups. A plataforma permite negociação de contratos perpétuos, futuros e opções com alavancagem de até 25×, suportando mais de 30 pares de ativos. O uso de zk‑Rollups reduz drasticamente as taxas de gás, trazendo custos de aprox. R$ 0,10 por transação, comparado aos R$ 2,00‑R$ 5,00 da Ethereum L1.

Arquitetura técnica

O backbone do dYdX combina:

  • StarkEx: motor de prova de validade que agrega centenas de transações em um único proof on‑chain.
  • Order book off‑chain: correspondência de ordens ocorre fora da cadeia, garantindo alta velocidade.
  • Smart contracts de liquidação na Ethereum, responsáveis por garantir a integridade dos saldos.

Essa separação entre matching engine e settlement permite latência inferior a 1 segundo, essencial para traders de alta frequência.

Modelo de liquidez

dYdX utiliza um order book tradicional, alimentado por provedores de liquidez (LPs) que depositam colaterais em contratos inteligentes. Os LPs recebem recompensas em DYDX e taxas de negociação, promovendo um ecossistema de market makers descentralizados.

Taxas e custos

As taxas de negociação são estruturadas em três faixas:

  • Taker: 0,03 % (≈ R$ 0,15 por US$ 500 de volume)
  • Maker: 0,00 % (reembolso total das taxas de taker)
  • Funding rate: taxa periódica que pode ser positiva ou negativa, ajustada a cada 8 horas.

Além disso, há uma taxa de withdrawal de R$ 2,00 para ETH e R$ 1,00 para tokens ERC‑20.

O que é GMX?

GMX, lançada em 2021, opera como uma DEX de derivativos baseada em Arbitrum e Optimism, duas rollups de camada 1. Diferente do dYdX, GMX adota um modelo de liquidity pool AMM (Automated Market Maker) inspirado no Uniswap, mas especializado em contratos perpétuos.

Arquitetura técnica

GMX combina:

  • Pool de liquidez: usuários depositam USDC, ETH e outros ativos como colateral.
  • Oráculos Chainlink para price feeds precisos.
  • Smart contracts de margem que calculam PnL em tempo real.

O protocolo tem sido auditado por Quantstamp e Trail of Bits, com relatórios públicos disponíveis no GitHub.

Modelo de liquidez

Ao contrário de um order book, GMX utiliza pools de margem onde os provedores de liquidez recebem uma parte das taxas de negociação (até 0,20 %) e recompensas em GMX e GLP. Esse modelo reduz a necessidade de correspondência de ordens, simplificando a experiência para usuários menos experientes.

Taxas e custos

GMX apresenta a seguinte estrutura tarifária:

  • Taxa de negociação: 0,10 % para taker, 0,00 % para maker.
  • Taxa de funding: 0,03 % a 0,07 % ao dia, dependendo da posição.
  • Taxa de retirada: R$ 1,50 para ETH, R$ 0,80 para tokens ERC‑20.

Os custos de gás na camada Arbitrum são ainda menores que no zk‑Rollup, rondando R$ 0,05 por transação.

Comparação detalhada: dYdX vs GMX

1. Camada de execução e escalabilidade

dYdX utiliza zk‑Rollups, oferecendo finalidade instantânea e custos de transação quase zero. Contudo, depende de um sequenciador centralizado que pode introduzir pontos de falha.

GMX opera em rollups de camada 1 (Arbitrum/Optimism). A camada L1 ainda impõe limites de TPS (≈ 4.500), mas o modelo de AMM diminui a necessidade de correspondência de ordens, mitigando congestionamento.

2. Liquidez e profundidade de mercado

O order book do dYdX costuma apresentar spread médio de 0,2 % em pares de alta liquidez (BTC/USDC, ETH/USDC). Em momentos de alta volatilidade, however, o spread pode ampliar para >1 %.

GMX, por ser baseado em pools AMM, tem slippage controlado por constante K. Em mercados profundos, o slippage costuma ficar abaixo de 0,3 %, mas em tokens menores pode chegar a 2 %.

3. Segurança

Ambos os protocolos passaram por auditorias renomadas, mas há diferenças notáveis:

  • dYdX: auditorias anuais, bug bounty ativo com recompensa média de US$ 15.000. Não possui seguro de fundo, porém mantém um insurance fund de US$ 20 milhões.
  • GMX: duas auditorias completas (Quantstamp 2022, Trail of Bits 2023) e parceria com Bridge Mutual para cobertura de até US$ 10 milhões em caso de falha de contrato.

4. Experiência do usuário (UX)

Para traders brasileiros, a interface Guia dYdX oferece suporte a wallets como Metamask, WalletConnect e a brasileira BitKeep. A plataforma também disponibiliza tutoriais em português e suporte via Discord.

GMX apresenta um design mais enxuto, com foco em usuários iniciantes. A integração com Análise GMX inclui suporte a Ledger e Coinbase Wallet, porém ainda carece de documentação completa em português.

5. Custos operacionais para o trader brasileiro

Considerando a taxa de conversão média de 1 USD = R$ 5,20 (nov/2025), temos:

  • dYdX: taxa taker de 0,03 % ≈ R$ 0,16 por US$ 500 de volume + gás R$ 0,10 = R$ 0,26 total.
  • GMX: taxa taker de 0,10 % ≈ R$ 0,52 por US$ 500 + gás R$ 0,05 = R$ 0,57 total.

Portanto, dYdX apresenta custos ligeiramente menores para volumes baixos, enquanto GMX pode ser mais econômico em volumes muito altos devido ao rebate de maker.

6. Disponibilidade de ativos e alavancagem

Ambas oferecem alavancagem de até 25×, mas dYdX possui opções de volatilidade (vega) e contratos de opções, algo que GMX ainda não implementou.

GMX tem foco em ativos de alta capitalização (BTC, ETH, LINK, SOL) e recentemente adicionou pares de stablecoins (USDC/DAI) para traders que buscam menor risco.

Casos de uso recomendados

Quando escolher dYdX

  • Trader avançado que necessita de order book profundo e price discovery preciso.
  • Necessidade de negociar opções ou futuros com datas de expiração específicas.
  • Preferência por taxas de taker mais baixas e alta velocidade de execução.

Quando escolher GMX

  • Iniciante que busca interface simples e liquidez suficiente em pares principais.
  • Usuário que deseja ganhar recompensas de pool de liquidez enquanto negocia.
  • Operações de curto prazo onde a diferença de taxa de gás é crucial.

Impacto regulatório no Brasil

Em 2024, a CVM (Comissão de Valores Mobiliários) publicou diretrizes para plataformas de negociação de derivativos cripto, exigindo registro de “provedores de liquidez” e políticas KYC para grandes volumes (> R$ 100 mil). Tanto dYdX quanto GMX ainda operam sem KYC, mas usuários brasileiros que ultrapassem o limite devem considerar a migração para exchanges que ofereçam compliance.

Roadmap e inovações previstas para 2025

dYdX

  • Lançamento da dYdX v4 com suporte a Layer‑3 (optimistic rollups) para maior escalabilidade.
  • Integração com Oráculo de preços da Binance para reduzir latência.
  • Programa de staking de DYDX com recompensas de até 12 % ao ano.

GMX

  • Expansão para Polygon zkEVM, trazendo ainda menos custos de gás.
  • Implementação de options vaults para negociação de opções.
  • Lançamento de GMX DAO para governança descentralizada com token GMX.

Conclusão

Ambas as plataformas representam o futuro das negociações de derivativos sem intermediários, mas atendem a perfis de usuários diferentes. O dYdX destaca‑se pela profundidade de mercado, suporte a opções e menor custo por transação em volumes pequenos, sendo a escolha ideal para traders experientes que exigem precisão. Já o GMX oferece uma experiência mais amigável, custos de gás ainda menores e oportunidades de ganho passivo através de pools de liquidez, tornando‑se a opção recomendada para iniciantes e traders que valorizam simplicidade.

Para o investidor brasileiro, a decisão deve levar em conta não apenas as taxas, mas também a segurança dos fundos, a conformidade regulatória e a disponibilidade de suporte em português. Independentemente da escolha, é essencial diversificar o risco, utilizar wallets de hardware e manter boas práticas de gerenciamento de margem.

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