Como usar uma bridge de blockchain: Guia completo, passo a passo e melhores práticas

Como usar uma bridge de blockchain

As bridges de blockchain (ou pontes) são ferramentas essenciais para quem deseja mover ativos digitais entre diferentes redes. Elas permitem que tokens, NFTs e outros ativos sejam transferidos de uma blockchain para outra, ampliando a liquidez, possibilitando novas oportunidades de investimento e facilitando a interoperabilidade entre ecossistemas. Neste guia aprofundado, você aprenderá tudo o que precisa saber: o que são bridges, como funcionam, quais são os principais tipos, riscos envolvidos e, claro, como usar uma bridge de blockchain de forma segura.

1. O que é uma bridge de blockchain?

Uma bridge (ponte) de blockchain funciona como um intermediário que conecta duas redes distintas, permitindo a transferência de ativos entre elas. Em termos simples, a ponte bloqueia o ativo na cadeia de origem e cria um token representativo (geralmente chamado de “wrapped token”) na cadeia de destino. Quando o usuário decide retornar o ativo à rede original, a ponte queima o token representativo e desbloqueia o ativo original.

2. Por que usar uma bridge?

  • Liquidez ampliada: ativos que estavam restritos a uma única rede podem ser negociados em múltiplas DEXs.
  • Oportunidades de rendimento: ao mover tokens para redes com yield farming mais atrativo, o investidor pode obter retornos superiores.
  • Interoperabilidade de NFTs: colecionadores podem exibir seus NFTs em diferentes marketplaces.
  • Escalabilidade: algumas bridges permitem usar redes de camada 2 (Layer 2) mais rápidas e baratas.

3. Tipos de bridges

Existem diferentes arquiteturas, cada uma com vantagens e desvantagens:

3.1. Bridges centralizadas

Operadas por uma entidade única que controla os fundos e executa as transferências. São rápidas, porém introduzem risco de contraparte.

3.2. Bridges descentralizadas (trustless)

Baseadas em contratos inteligentes que garantem que a transferência ocorra de forma automática e sem a necessidade de confiança em terceiros. Exemplos incluem Wormhole e Celer cBridge.

3.3. Bridges híbridas

Combinam elementos centralizados e descentralizados para equilibrar velocidade e segurança.

4. Como escolher a bridge certa

Ao selecionar uma ponte, considere:

Como usar uma bridge de blockchain - selecting bridge
Fonte: Masood Aslami via Unsplash
  • Segurança: verifique auditorias de código e histórico de incidentes.
  • Taxas: algumas cobram taxas de rede, outras adicionam uma margem.
  • Velocidade: tempo de confirmação da transação.
  • Suporte a tokens: nem todas as bridges suportam todos os ativos.
  • Reputação: procure por reviews e opiniões da comunidade.

5. Passo a passo: Como usar uma bridge de blockchain

Vamos demonstrar o processo usando a Wormhole Bridge para transferir USDC da rede Ethereum para a Binance Smart Chain (BSC). O procedimento é semelhante em outras pontes.

5.1. Preparar a carteira

Certifique‑se de que sua carteira suporta ambas as redes. A MetaMask é uma das opções mais populares e permite conectar tanto ao Ethereum quanto à BSC. Caso ainda não tenha a MetaMask configurada, siga o guia completo para instalá‑la.

5.2. Conectar à Bridge

Acesse o site oficial da Wormhole (https://wormholebridge.com/). No canto superior direito, clique em “Connect Wallet” e selecione MetaMask. Autorize a conexão.

5.3. Selecionar a origem e o destino

Escolha Ethereum como rede de origem e Binance Smart Chain como destino. Em seguida, selecione o token que deseja transferir (por exemplo, USDC) e informe a quantidade.

5.4. Aprovar a transação

Antes de enviar, a ponte solicitará que você aprove o contrato inteligente a gastar seus USDC. Clique em “Approve” e confirme a transação na MetaMask. Aguarde a confirmação (geralmente alguns minutos).

5.5. Executar a ponte

Depois da aprovação, clique em “Transfer”. Uma nova janela da MetaMask aparecerá solicitando a assinatura da transação de bloqueio de USDC na Ethereum. Confirme e aguarde a confirmação da rede.

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Fonte: Marcela Vitória via Unsplash

5.6. Receber o token na rede de destino

Assim que a transação for confirmada, a Wormhole mintará o wrapped USDC (USDC‑bsc) na Binance Smart Chain. Você pode visualizar o saldo na MetaMask ao mudar a rede para BSC.

5.7. Verificar o recebimento

Use um explorador de blocos como BscScan para confirmar que o contrato de ponte criou o token em sua carteira.

6. Boas práticas de segurança

Embora as bridges descentralizadas sejam projetadas para serem trustless, ainda há riscos. Siga estas recomendações:

  • Use apenas bridges auditadas: procure por relatórios de auditoria pública.
  • Teste com valores pequenos: faça uma transferência de teste antes de mover grandes quantias.
  • Mantenha sua carteira segura: ative autenticação de dois fatores (2FA) e nunca compartilhe sua seed phrase.
  • Fique atento a anúncios de vulnerabilidades: comunidades como Chainlink e Ethereum costumam publicar alertas.

7. Principais bridges do mercado (2025)

Bridge Redes suportadas Tipo Taxas aproximadas
Wormhole Ethereum, Solana, BSC, Polygon, Avalanche Descentralizada 0,3% + gas
Celer cBridge Ethereum, BSC, Polygon, Arbitrum, Optimism Descentralizada 0,1% + gas
Polygon Bridge Ethereum ↔ Polygon Descentralizada Gas Ethereum + taxa mínima
Binance Bridge BSC ↔ Ethereum, BSC ↔ Tron Centralizada 0,2% + gas

8. Quando evitar usar uma bridge

Existem cenários em que a utilização de uma ponte pode não ser a melhor escolha:

  • Quando o ativo tem alta volatilidade e as taxas de transação podem superar os ganhos potenciais.
  • Se a bridge não possui auditoria recente ou histórico de incidentes de segurança.
  • Quando a rede de destino tem problemas de congestionamento que podem atrasar a confirmação.

9. Futuro das bridges de blockchain

À medida que o ecossistema Web3 evolui, as bridges estão se tornando mais sofisticadas. Projetos como Polkadot e Chainlink estão desenvolvendo soluções de interoperabilidade nativas que podem reduzir a dependência de pontes externas. Além disso, o surgimento de bridges de camada 0 (Layer 0) promete conectar múltiplas blockchains de forma mais segura e com menor custo.

10. Conclusão

Dominar o uso de bridges de blockchain é essencial para quem deseja aproveitar ao máximo o potencial do universo cripto. Ao seguir este guia, você entende o que são as pontes, como escolher a mais segura, como executar a transferência passo a passo e quais práticas adotar para proteger seus ativos. Lembre‑se sempre de testar com valores pequenos, usar wallets confiáveis como a MetaMask e manter-se atualizado sobre auditorias e vulnerabilidades. Com essas precauções, você poderá movimentar seus tokens entre redes de forma eficiente, segura e lucrativa.