Como os NFTs usam o IPFS para armazenar seus metadados: Guia completo

Introdução

Os NFTs (tokens não-fungíveis) ganharam destaque como a forma mais popular de representar ativos digitais únicos na blockchain. Contudo, o verdadeiro valor de um NFT vai muito além do token em si: ele depende dos metadados – informações que descrevem o que o token representa, como imagens, vídeos, atributos, royalties e muito mais. Guardar esses metadados de forma segura, imutável e acessível é essencial, e é aí que entra o IPFS – InterPlanetary File System.

O que são metadados de um NFT?

Metadados são um conjunto de dados estruturados (geralmente em formato JSON) que descrevem o NFT. Um exemplo típico inclui:

  • name: nome da obra;
  • description: descrição detalhada;
  • image: URL da imagem ou vídeo;
  • attributes: propriedades que dão valor ao colecionável.

Esses dados são referenciados pelo token através de um tokenURI armazenado no contrato inteligente.

Por que usar IPFS?

Armazenar metadados em servidores centralizados (ex.: AWS, Google Cloud) cria um ponto único de falha. Se o servidor cair ou for hackeado, o NFT perde sua referência visual ou funcional, comprometendo a confiança do comprador. O IPFS oferece:

  • Descentralização: arquivos são distribuídos entre nós ao redor do mundo.
  • Imutabilidade: cada arquivo recebe um content identifier (CID) único que nunca muda.
  • Persistência: enquanto houver nós que “pinam” o conteúdo, ele permanece acessível.

Para aprofundar, veja a documentação oficial da Ethereum sobre IPFS Storage.

Passo a passo: como armazenar metadados de NFT no IPFS

  1. Crie o JSON de metadados: siga o padrão ERC‑721 ou ERC‑1155. Exemplo:
    {
      "name": "Arte Digital #001",
      "description": "Uma obra única criada por João.",
      "image": "ipfs://bafybeihd...",
      "attributes": [{"trait_type": "Cor", "value": "Azul"}]
    }
  2. Faça upload da mídia (imagem, vídeo, áudio) para o IPFS usando um serviço como Pinata ou Web3.Storage. O serviço retornará um CID, ex.: bafybeihd....
  3. Atualize o campo image no JSON com o CID obtido (ex.: ipfs://bafybeihd...).
  4. Faça upload do próprio JSON para o IPFS. Você receberá um segundo CID que representará todo o conjunto de metadados.
  5. Defina o tokenURI no contrato inteligente apontando para ipfs://CID_DO_JSON. Quando o NFT for consultado, carteiras como MetaMask ou OpenSea buscarão o JSON e renderizarão a arte.

Melhores práticas de segurança e persistência

  • Pinagem (pinning): use serviços de pinning ou rode seu próprio nó IPFS para garantir que os arquivos não desapareçam.
  • Backups em múltiplas plataformas: combine Pinata, Filecoin ou Arweave para redundância.
  • Versionamento: nunca altere um CID existente; crie um novo CID se precisar atualizar metadados, mantendo a imutabilidade.

Casos de uso no ecossistema brasileiro

Autores e músicos brasileiros têm aproveitado o IPFS para proteger suas criações digitais. Confira alguns artigos que aprofundam o tema:

Conclusão

O IPFS se consolidou como a solução padrão para armazenar metadados de NFTs de forma descentralizada, imutável e resiliente. Ao seguir as práticas descritas neste guia, desenvolvedores e criadores garantem que seus ativos digitais permaneçam acessíveis e confiáveis, fortalecendo a confiança dos colecionadores e impulsionando a adoção massiva dos NFTs no Brasil e no mundo.