Como Minerar Bitcoin: Tudo o que Você Precisa Saber em 2025
O Bitcoin continua sendo a criptomoeda mais conhecida e valorizada do mundo. Embora muitas pessoas comprem e vendam BTC nas exchanges, uma parcela crescente de entusiastas busca entender e participar do processo que garante a segurança e a emissão da rede: a mineração. Neste guia aprofundado, vamos explicar passo a passo como minerar Bitcoin, desde os conceitos básicos até as estratégias avançadas para maximizar seus lucros.
1. O que é mineração de Bitcoin?
A mineração de Bitcoin é o mecanismo que valida as transações, protege a rede contra fraudes e cria novos bitcoins. Cada bloco válido é encontrado por um minerador que resolve um problema matemático complexo (o Proof‑of‑Work ou PoW). O primeiro a encontrar a solução recebe a recompensa de bloco, que atualmente é de 6,25 BTC, além das taxas de transação incluídas no bloco.
Para entender melhor a fundo, recomendamos a leitura do nosso artigo O que é mineração de criptomoedas: Guia completo e aprofundado, que aborda os fundamentos da mineração de forma mais ampla.
2. Como funciona o Proof‑of‑Work (PoW)
O PoW exige que os miners encontrem um hash menor que um alvo definido pela rede. Esse hash é gerado a partir do cabeçalho do bloco, que inclui:
- Versão da blockchain
- Hash do bloco anterior
- Merkle root das transações
- Timestamp
- Dificuldade atual
- Nonce (número arbitrário que o minerador ajusta)
Ao variar o nonce, o minerador altera o resultado do hash até que ele satisfaça a condição de dificuldade. Esse processo consome enorme poder computacional, o que garante a segurança da rede.
3. Equipamentos necessários: ASICs vs GPUs vs CPUs
Na era inicial do Bitcoin, era possível minerar com CPUs e GPUs domésticas. Hoje, a dificuldade da rede tornou‑se tão alta que apenas os ASICs (Application‑Specific Integrated Circuits) são economicamente viáveis. Os ASICs são chips projetados exclusivamente para o algoritmo SHA‑256 usado pelo Bitcoin.
Alguns dos modelos mais populares em 2025 são:
- Antminer S19 Pro – 110 TH/s, consumo de ~3250 W.
- WhatsMiner M50 – 112 TH/s, consumo de ~3400 W.
- AvalonMiner 1246 – 90 TH/s, consumo de ~3400 W.
Se o objetivo for diversificar ou testar a mineração em pequena escala, ainda é possível usar GPUs para minerar altcoins que utilizam algoritmos diferentes (e.g., Ethash). No entanto, para como minerar Bitcoin, a escolha de um ASIC adequado é crucial.

4. Configurando sua primeira mineradora
- Escolha o hardware: adquira um ASIC que se enquadre no seu orçamento e na disponibilidade de energia elétrica.
- Instale o equipamento: posicione a mineradora em um local bem ventilado, conectado a uma fonte de energia estável. Use cabos de alimentação de qualidade e, se necessário, um no‑break ou UPS.
- Configure um software de mineração: a maioria dos ASICs vem com firmware próprio que pode ser configurado via interface web. Insira o endereço da pool que você escolher (ver seção 5).
- Crie ou adicione uma carteira Bitcoin: você precisará de um endereço para receber as recompensas. Consulte nosso artigo O que é uma carteira de criptomoedas (wallet) e como escolher a melhor para você para escolher a carteira ideal.
- Inicie a mineração: após inserir as credenciais da pool, salve as alterações e reinicie o equipamento.
5. Pools de mineração: Por que e como escolher
Minerar Bitcoin de forma solo (solo mining) se tornou inviável para a maioria dos participantes devido à alta dificuldade e ao custo energético. As pools de mineração juntam o poder de hash de múltiplos miners, aumentando a frequência de descoberta de blocos e proporcionando pagamentos mais regulares.
Algumas pools reconhecidas em 2025 são:
Ao escolher uma pool, considere:
- Taxa cobrada (geralmente entre 1% e 2%).
- Localização dos servidores (menor latência = menor perda de hash).
- Modelo de pagamento (PPS, PPLNS, etc.).
Uma boa prática é registrar-se em duas pools diferentes como backup, caso haja instabilidade em uma delas.
6. Custos de energia e rentabilidade
Os custos operacionais são dominados pelo consumo elétrico. Calcule sua rentabilidade usando ferramentas como WhatToMine ou a calculadora da CoinWarz. Insira os seguintes parâmetros:
- Taxa de hash (TH/s) do seu ASIC.
- Consumo energético (W).
- Custo da energia (R$/kWh) – no Brasil, costuma variar entre R$0,45 e R$0,80.
- Dificuldade da rede (atualizada automaticamente).
Exemplo: um Antminer S19 Pro com 110 TH/s, consumo de 3250 W, e custo de energia de R$0,60/kWh tem um lucro líquido aproximado de R$2.300 por mês (valores sujeitos a flutuação do preço do BTC e da taxa de câmbio).
7. Estratégias avançadas para maximizar ganhos
Além da escolha de hardware e pool, experimente as estratégias abaixo:

- Overclocking e undervolting: ajuste o firmware do ASIC para obter mais TH/s com menor consumo. Tenha cuidado com superaquecimento.
- Refrigeração eficiente: use sistemas de ar‑condicionado, ventiladores ou até soluções de resfriamento a água para reduzir o desgaste e melhorar a eficiência.
- Operação em regiões com energia barata: alguns mineradores migram para lugares como Quebec (Canadá) ou áreas com energia hidrelétrica subventionada.
- Uso de energia renovável: energia solar ou eólica pode reduzir custos e melhorar a pegada ecológica.
8. Aspectos regulatórios no Brasil
Em 2025, a regulamentação brasileira ainda está em desenvolvimento. O Banco Central e a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) monitoram as atividades de mineração por questões de consumo energético e possíveis impactos ambientais. Recomenda‑se:
- Manter registros contábeis claros dos custos e receitas.
- Consultar um advogado especializado em cripto para garantir conformidade fiscal.
Para entender melhor a relação entre criptomoedas e finanças tradicionais, veja o artigo O que é Blockchain? Guia Completo, Conceitos, Aplicações e Futuro da Tecnologia.
9. Segurança da operação
Mesmo que a mineração seja feita em hardware dedicado, a segurança não pode ser negligenciada:
- Atualize o firmware dos ASICs regularmente para proteger contra vulnerabilidades.
- Use firewalls e redes VLAN para isolar os equipamentos de outros dispositivos.
- Armazene as credenciais da pool em arquivos encriptados.
- Monitore a temperatura e o consumo com alertas automáticos.
10. O futuro da mineração de Bitcoin
Com o halving esperado para 2024 e a crescente adoção institucional, a competição pela mineração continuará a subir. A tendência aponta para:
- Adoção de tecnologia de chiplets mais eficientes.
- Maior integração de energia renovável nos grandes data centers.
- Possíveis mudanças de consenso (por exemplo, propostas de Taproot e Lightning Network que podem reduzir a necessidade de alta capacidade de hash para certas transações).
Manter‑se atualizado nas notícias e nos fóruns de mineração (r/BitcoinMining, Bitcointalk) é essencial para não ficar para trás.
Conclusão
Minerar Bitcoin pode ser altamente lucrativo, mas demanda investimento em hardware especializado, planejamento de custos energéticos e atenção às questões regulatórias. Seguindo este guia, você terá uma base sólida para iniciar ou melhorar sua operação de mineração em 2025. Lembre‑se de analisar sua rentabilidade regularmente e de adaptar sua estratégia às mudanças do mercado.
Se você ainda está no início da jornada cripto, recomendamos também ler Como Começar a Investir em Criptomoedas: Guia Definitivo para Iniciantes no Brasil para entender o ecossistema antes de aprofundar-se na mineração.