Como funcionam e por que são controversos: O debate sobre MEV e Proposer‑Builder Separation

Introdução

Nos últimos anos, o Maximal Extractable Value (MEV) e a Proposer‑Builder Separation (PBS) ganharam destaque nas discussões sobre a segurança e a equidade das redes blockchain, especialmente no Ethereum. Ambos os conceitos prometem melhorar a eficiência da cadeia, mas também geram controvérsias que afetam usuários, desenvolvedores e investidores.

O que é MEV?

MEV refere‑se ao valor adicional que os mineradores (ou validadores, no caso de PoS) podem extrair ao reordenar, incluir ou excluir transações dentro de um bloco. Essa prática pode gerar lucros significativos, porém cria externalidades negativas como front‑running, sandwich attacks e a chamada “block space rent”.

Para entender melhor como mitigar esses riscos, confira o nosso guia detalhado em Soluções para mitigar o MEV: Guia completo para 2025.

Por que o MEV é controverso?

  • Desigualdade de acesso: usuários com recursos para pagar taxas mais altas têm prioridade, desfavorecendo pequenos investidores.
  • Instabilidade da rede: estratégias agressivas de extração podem levar a reorgs frequentes e aumento da latência.
  • Centralização: pools de mineração ou validadores que dominam o MEV podem concentrar poder, como analisado em Impacto do MEV nos utilizadores: O que você precisa saber em 2024.

Proposer‑Builder Separation (PBS): Como funciona?

PBS separa duas funções críticas da produção de blocos: o proposer, que escolhe qual bloco será incluído na cadeia, e o builder, que monta o bloco otimizando a remuneração (incluindo MEV). Essa divisão cria um mercado onde builders competem para oferecer o bloco mais lucrativo ao proposer, que, por sua vez, escolhe o melhor preço.

Para uma visão aprofundada, veja Proposer‑Builder Separation (PBS): O que é, como funciona e por que está revolucionando o Ethereum.

Controvérsias ao redor do PBS

  • Risco de centralização de builders: poucos builders podem dominar o mercado, criando um ponto único de falha.
  • Complexidade de auditoria: a separação dificulta a transparência, já que a composição exata do bloco fica oculta até o momento da proposta.
  • Impacto regulatório: a extração de valor por meio de PBS pode ser vista como forma de “excesso de lucro” em algumas jurisdições.

Como a comunidade está respondendo?

Várias iniciativas estão surgindo para equilibrar os benefícios do MEV e do PBS com a necessidade de justiça e descentralização. Entre elas:

  1. Implementação de MEV‑Boost com provedores de serviços auditados.
  2. Desenvolvimento de protocolos de fair ordering que limitam a manipulação de transações.
  3. Uso de documentação oficial da Ethereum para educar validadores sobre boas práticas.

Conclusão

MEV e PBS são ferramentas poderosas que podem melhorar a eficiência das blockchains, mas seu uso inadequado gera controvérsias que ameaçam a descentralização e a confiança dos usuários. A comunidade cripto deve continuar a desenvolver soluções técnicas e de governança que mitiguem os efeitos negativos, garantindo que a inovação beneficie a todos.

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