Como funciona uma corretora de criptomoedas no Brasil: Guia completo para iniciantes
O mercado de criptomoedas tem crescido exponencialmente nos últimos anos e, junto com ele, a demanda por plataformas seguras e eficientes para comprar, vender e armazenar esses ativos digitais. No Brasil, as corretoras de criptomoedas – também chamadas de exchanges – são o ponto de partida para quem deseja entrar nesse universo. Este guia detalhado vai explicar, passo a passo, como essas corretoras operam, quais são os requisitos legais, como escolher a melhor opção e como iniciar suas primeiras operações com segurança.
1. O que é uma corretora de criptomoedas?
Uma corretora de criptomoedas é uma plataforma digital que intermedia a compra e a venda de moedas digitais (como Bitcoin, Ethereum, e milhares de altcoins) por meio de pares de negociação (por exemplo, BTC/BRL). Ela funciona de maneira semelhante a uma corretora tradicional de ações, mas com algumas particularidades:
- Liquidez: As exchanges mantêm um pool de ordens que garante que haja compradores e vendedores disponíveis.
- Custódia: Algumas corretoras oferecem carteiras integradas para armazenar os ativos, enquanto outras exigem que o usuário transfira para uma carteira externa.
- Regulação: No Brasil, as corretoras devem seguir normas da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e do Banco Central, além de políticas de prevenção à lavagem de dinheiro (PLD/FT).
2. Como as corretoras são regulamentadas no Brasil?
A regulamentação ainda está em evolução, mas alguns marcos são essenciais:
- Instrução CVM nº 588/2021: estabelece que as corretoras que operam com criptoativos que se enquadram como valores mobiliários devem se registrar na CVM.
- Resolução BCB nº 4.656/2022: define as regras de prestação de serviços de custódia de criptoativos por instituições financeiras.
- Lei nº 13.874/2019 (Lei da Liberdade Econômica): garante a livre iniciativa, mas não exime as corretoras de cumprir obrigações de transparência e segurança.
Para aprofundar a relação entre regulação e cripto no nosso mercado, confira o artigo Adoção de criptomoedas no Brasil: oportunidades, desafios e o futuro do ecossistema, que traz uma visão completa sobre o cenário atual.
3. Principais etapas para abrir uma conta em uma corretora
O processo de cadastro costuma ser simples, mas requer atenção a alguns detalhes:
- 1. Escolha da corretora: Avalie reputação, volume de negociação, taxa de corretagem e recursos de segurança. Uma boa referência é o guia Como Começar a Investir em Cripto: Guia Completo para Iniciantes em 2025.
- 2. Cadastro (KYC): Preenchimento de dados pessoais, envio de documentos (RG, CPF, comprovante de residência) e selfie para validar a identidade.
- 3. Configuração de segurança: Habilite autenticação de dois fatores (2FA) e, se disponível, verificação por e‑mail ou SMS.
- 4. Vinculação de conta bancária: Necessário para depósitos em reais (PIX, TED ou DOC) e para retirar fundos.
- 5. Depósito inicial: O valor mínimo varia de acordo com a corretora, mas muitas permitem iniciar com menos de R$ 100.
4. Como funciona a compra e venda de criptomoedas
Depois de depositar reais, você tem duas opções principais:
4.1. Ordem de Mercado
É a forma mais rápida: a corretora executa a compra ou venda ao preço mais próximo disponível no livro de ofertas. Ideal para quem deseja entrar ou sair imediatamente, mesmo que o preço seja ligeiramente menos favorável.
4.2. Ordem Limitada
Você define o preço desejado e a ordem só será executada se o mercado atingir esse valor. Essa estratégia permite maior controle, mas pode levar mais tempo ou não ser executada.
Ambas as modalidades estão disponíveis nas principais exchanges brasileiras e internacionais.
5. Custódia e segurança dos seus ativos
Existem duas abordagens principais:
- Custódia na própria corretora: Prático, pois a exchange gerencia chaves privadas. No entanto, confia-se na segurança da plataforma.
- Carteira externa (hardware ou software): Você controla as chaves, reduzindo riscos de hack da corretora. Para entender melhor as opções de carteira, veja o Guia Definitivo de Carteira de Criptomoedas: Segurança, Tipos e Estratégias para 2025.
Recomenda‑se sempre armazenar a maior parte dos fundos em carteiras offline (cold storage) e manter apenas o necessário para negociações diárias na exchange.
6. Taxas cobradas pelas corretoras
As principais tarifas são:
- Taxa de corretagem: Percentual sobre o volume da operação (geralmente entre 0,1% e 0,5%).
- Taxa de retirada: Valor fixo ou percentual ao transferir cripto ou fiat para fora da plataforma.
- Spread: Diferença entre o preço de compra e venda no momento da negociação.
Algumas corretoras oferecem isenção de taxa de corretagem para usuários que utilizam seu token nativo (ex.: Binance BNB). Avalie sempre o custo total antes de escolher.

7. Riscos e boas práticas
Investir em criptomoedas implica riscos específicos:
- Volatilidade: Os preços podem oscilar 20% ou mais em um único dia.
- Risco de contraparte: Caso a exchange enfrente problemas de segurança ou falência.
- Regulatório: Mudanças nas leis podem impactar a disponibilidade de determinados ativos.
Para mitigar esses riscos, siga estas recomendações:
- Use senhas fortes e 2FA.
- Divida seus ativos entre diferentes corretoras e carteiras.
- Esteja sempre atualizado sobre notícias regulatórias – fontes como CVM e Investopedia são excelentes referências.
- Não invista mais do que está disposto a perder.
8. Passo a passo para sua primeira compra
- Crie e verifique sua conta em uma corretora confiável.
- Deposite reais via PIX.
- Escolha a criptomoeda que deseja comprar (ex.: Bitcoin).
- Selecione o tipo de ordem (mercado ou limitada).
- Confirme a operação e aguarde a execução.
- Transfira para sua carteira externa se for manter a longo prazo.
Com esse fluxo, você já está pronto para participar do mercado cripto brasileiro.
9. Perguntas frequentes (FAQ)
Confira abaixo as dúvidas mais comuns dos iniciantes. As respostas são resumidas aqui, mas detalharemos no FAQ Schema ao final do artigo.
10. Conclusão
As corretoras de criptomoedas são a porta de entrada para quem deseja explorar o universo dos ativos digitais no Brasil. Entender seu funcionamento, as exigências regulatórias, as opções de segurança e as melhores práticas de negociação é essencial para operar de forma consciente e rentável. Lembre‑se de sempre escolher plataformas reconhecidas, proteger suas chaves privadas e manter-se informado sobre as mudanças do mercado. Boa negociação!