Nos últimos anos, a identidade descentralizada (DID) tem ganhado destaque como a solução capaz de devolver ao indivíduo o verdadeiro controle sobre seus dados pessoais. Diferente dos modelos tradicionais, onde grandes plataformas armazenam e gerenciam informações sensíveis, as DIDs permitem que cada pessoa seja a guardiã de sua própria identidade digital, reduzindo riscos de vazamentos e abusos.
O que é uma DID?
Uma DID (Decentralized Identifier) é um identificador único que não depende de nenhuma autoridade central. Ela funciona em conjunto com um Especificação W3C de DIDs, que define como criar, resolver e atualizar esses identificadores de forma segura e interoperável.
Como as DIDs devolvem o controle dos dados?
1️⃣ Propriedade dos Dados: O usuário possui as chaves criptográficas que dão acesso ao seu DID. Sem essas chaves, ninguém pode ler ou modificar os dados associados.
2️⃣ Consentimento Granular: Cada transação de dados exige a assinatura do usuário, permitindo consentimento específico por serviço ou finalidade.
3️⃣ Portabilidade: Como os dados são vinculados ao DID e não a um provedor, o usuário pode migrar entre serviços sem perder histórico ou precisar reenviar informações.
Benefícios para a privacidade e a segurança
Ao adotar DIDs, empresas e governos podem alinhar suas práticas ao Regulamento Geral de Proteção de Dados (GDPR), que exige transparência e consentimento explícito. Além disso, a descentralização reduz pontos únicos de falha, dificultando ataques massivos.
Casos de uso no Brasil
Na esfera pública, projetos como Blockchain e votação eletrônica: Transformando a democracia no Brasil em 2025 já demonstram como DIDs podem garantir identidade verificável para eleitores, eliminando fraudes e aumentando a confiança no processo eleitoral.
No setor privado, Aplicações da blockchain além das finanças mostram que DIDs podem ser integradas a cadeias de suprimentos, certificações acadêmicas e serviços de saúde, proporcionando identidade soberana em múltiplos contextos.
Desafios e o caminho a percorrer
Embora promissoras, as DIDs ainda enfrentam barreiras como a padronização completa, a necessidade de infraestrutura de resolução escalável e a educação do usuário final. Iniciativas globais e parcerias entre universidades, startups e órgãos reguladores são essenciais para superar esses obstáculos.
Conclusão
As DIDs representam uma mudança de paradigma: de modelos centralizados que lucram com a exploração de dados para um ecossistema onde o indivíduo detém o poder. Ao adotar essa tecnologia, tanto empresas quanto governos podem construir relações de confiança mais sólidas, alinhadas às exigências de privacidade contemporâneas.