As Layer 2 (L2) surgiram como a resposta mais eficaz aos desafios de escalabilidade das Layer 1 (L1) tradicionais. Contudo, para garantir que a experiência do usuário seja segura e confiável, as L2s precisam “ancorar” sua segurança nas L1s. Neste artigo, vamos explorar os mecanismos que permitem essa sinergia, analisar as diferentes abordagens de roll‑up, e entender como a arquitetura modular está redefinindo o panorama da segurança blockchain.
Por que a segurança da L1 é fundamental para as L2s?
As L1s, como Ethereum ou Bitcoin, possuem um consenso robusto, um nível elevado de descentralização e um histórico comprovado de resistência a ataques. Quando uma L2 publica dados ou provas na L1, ela herda esse nível de segurança porque qualquer tentativa de fraude precisaria ser revertida na própria L1, o que é economicamente inviável.
Mecanismos de segurança entre L2 e L1
- Data Availability (Disponibilidade de Dados): As L2s enviam blocos de transações resumidos (ou provas) para a L1. Enquanto a L1 garante que esses dados estejam disponíveis para todos, a L2 pode validar a integridade das transações.
- Fraud Proofs (Provas de Fraude): Em roll‑ups otimistas, os usuários podem submeter provas de fraude na L1 caso a L2 tente publicar um bloco inválido.
- Validity Proofs (Provas de Validade): Em roll‑ups ZK, a L2 gera uma prova criptográfica (SNARK/STARK) que demonstra a validade de todas as transações, e a L1 verifica essa prova de forma instantânea.
Arquitetura modular: L1s especializadas + L2s especializadas
A tendência emergente é separar as funções de consenso, disponibilidade de dados e execução. Essa abordagem modular permite que cada camada se concentre em seu ponto forte, aumentando a segurança global.
Para entender melhor essa divisão, confira nosso artigo Blockchain Modular vs Monolítica: Qual a Melhor Arquitetura para Criptomoedas em 2025?, que detalha as vantagens e os trade‑offs entre blockchains monolíticas e modulares.
Camada de disponibilidade de dados – Celestia
Celestia (TIA) oferece uma camada dedicada exclusivamente à disponibilidade e consenso de dados, permitindo que L2s se conectem a ela para armazenar os blocos de transações sem precisar executar a lógica de consenso. Veja o artigo completo Celestia (TIA) e a camada de disponibilidade de dados: a revolução dos blockchains modulares para entender como essa separação fortalece a segurança das L2s.
Camada de execução – Fuel Network
Fuel Network foca na execução de transações de alta performance, delegando a segurança da disponibilidade de dados a uma L1 ou a uma camada de disponibilidade como Celestia. Saiba mais em Fuel Network e a camada de execução: Guia completo 2025.
Desafios e considerações de segurança
- Centralização dos validadores: Se poucos validadores controlam a camada de disponibilidade, a segurança pode ser comprometida.
- Custos de postagem na L1: Taxas de gas elevadas podem tornar a postagem de provas inviável para certas L2s.
- Complexidade de auditoria: A interação entre múltiplas camadas requer auditorias rigorosas e ferramentas avançadas.
Melhores práticas para desenvolvedores e usuários
- Escolha L2s que utilizem validity proofs quando a latência de confirmação for crítica.
- Verifique se a camada de disponibilidade de dados está descentralizada e auditada por terceiros.
- Mantenha fundos em carteiras que suportem withdrawals seguros, permitindo a prova de fraude se necessário.
Conclusão
As L2s dependem intrinsecamente da segurança das L1s, mas o futuro aponta para uma arquitetura modular onde cada camada desempenha um papel especializado – consenso, disponibilidade e execução. Essa separação não só aumenta a escalabilidade, como também eleva o nível de segurança ao distribuir riscos e permitir auditorias mais focadas. Ao entender esses mecanismos, desenvolvedores e usuários podem tomar decisões mais informadas e contribuir para um ecossistema blockchain mais robusto.