# Introdução ao Circulating Supply
O termo **circulating supply** (oferta circulante) tornou‑se fundamental para investidores, analistas e entusiastas de criptomoedas. Ele representa a quantidade de tokens que está efetivamente em circulação no mercado, disponível para negociação e uso pelos usuários. Diferente da *total supply* (oferta total) ou *max supply* (oferta máxima), o circulating supply reflete o real impacto de uma moeda na liquidez, no preço e nas métricas de avaliação, como a capitalização de mercado. Neste artigo, vamos aprofundar o conceito, explicar como ele é calculado, analisar sua importância e discutir os desafios e boas práticas para interpretá‑lo corretamente.
## 1. Definição Técnica de Circulating Supply
– **Circulating Supply**: número de unidades de um token que já foram distribuídas e estão disponíveis para negociação no mercado aberto.
– **Total Supply**: soma de todas as unidades já criadas, incluindo as que ainda não foram liberadas ao público (por exemplo, tokens reservados para a equipe ou para futuros lançamentos).
– **Max Supply**: limite máximo de unidades que podem existir, caso a criptomoeda tenha um teto definido.
A distinção entre esses termos é crucial para evitar interpretações equivocadas. Por exemplo, o Bitcoin tem um *max supply* de 21 milhões, mas seu *circulating supply* está em torno de 19,4 milhões (dados de 2025). Os 1,6 milhões restantes ainda não foram minerados.
## 2. Como o Circulating Supply é Calculado?
O cálculo pode variar de projeto para projeto, mas geralmente segue estas etapas:
1. **Identificação da Total Supply** – Quantidade total de tokens já criados (inclui tokens bloqueados, vesting, etc.).
2. **Subtração de Tokens Não Circulantes** – Remover tokens que ainda não estão disponíveis ao público, como:
– Tokens mantidos em contratos de *vesting* para fundadores e equipe.
– Reservas de fundos para desenvolvimento futuro.
– Tokens bloqueados em *smart contracts* de staking que ainda não foram liberados.
3. **Ajustes de Queima ou Destruição** – Quando tokens são queimados, eles são retirados permanentemente da *total supply* e, consequentemente, do *circulating supply*.
Muitos projetos divulgam esses números em seus sites oficiais ou em plataformas de dados como CoinMarketCap ou CoinGecko. Contudo, a transparência varia: alguns projetos apresentam relatórios detalhados, enquanto outros apenas fornecem números resumidos.
## 3. Por Que o Circulating Supply Importa Para o Investidor?
### 3.1 Capitalização de Mercado
A capitalização de mercado (market cap) é calculada multiplicando‑se o preço atual de um token pela sua *circulating supply*:
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Market Cap = Preço Atual × Circulating Supply
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Esse indicador ajuda a comparar o tamanho relativo de diferentes criptomoedas. Uma moeda com alta capitalização pode ser considerada mais estável, enquanto projetos de baixa capitalização tendem a apresentar maior volatilidade.
### 3.2 Liquidez e Volume de Negociação
Um *circulating supply* maior geralmente indica maior liquidez, pois há mais tokens disponíveis para compra e venda. Contudo, a liquidez também depende do volume negociado nas exchanges. Tokens com alta oferta mas baixo volume podem sofrer slippage significativo ao executar grandes ordens.
### 3.3 Avaliação de Risco e Diluição
Se um projeto tem uma grande quantidade de tokens em vesting, há risco de diluição quando esses tokens forem liberados. Investidores experientes monitoram o calendário de desbloqueio (unlock schedule) para antecipar possíveis pressões de venda.
## 4. Casos Práticos: Analisando Tokens Populares
### 4.1 Bitcoin (BTC)
– **Circulating Supply (2025):** ~19,4 milhões
– **Max Supply:** 21 milhões
– **Impacto:** A diferença de ~1,6 milhões ainda a serem minerados gera expectativa de pouca inflação futura, reforçando a narrativa de “ouro digital”.
### 4.2 Ethereum (ETH)
– **Circulating Supply (2025):** ~124 milhões
– **Total Supply:** Não há *max supply* definido, porém a proposta do EIP‑1559 introduziu queima de taxas, reduzindo a taxa de crescimento da oferta.
– **Impacto:** A queima de taxas diminui gradualmente o *circulating supply*, podendo gerar pressão de alta a longo prazo.
### 4.3 Tokens DeFi – Exemplo: Uniswap (UNI)
– **Circulating Supply:** ~620 milhões
– **Total Supply:** 1 bilhão
– **Tokens em Vesting:** ~300 milhões alocados à equipe e ao fundo de desenvolvimento.
– **Impacto:** O grande volume em vesting representa risco de diluição, especialmente se o preço do token subir e os detentores decidirem vender.
## 5. Ferramentas e Fontes Para Verificar o Circulating Supply
– **CoinMarketCap** – https://coinmarketcap.com/
– **CoinGecko** – https://www.coingecko.com/
– **Relatórios Oficiais** – Whitepapers, blogs e dashboards de projetos.
– **Exploradores de Blockchain** – Etherscan, BscScan, Solscan, que permitem rastrear tokens em contratos de vesting.
## 6. Relação Entre Circulating Supply e Outras Métricas Criptográficas
| Métrica | Como Interage com Circulating Supply |
|————————|————————————–|
| **Market Cap** | Directamente proporcional ao *circulating supply* (preço × oferta). |
| **Liquidity Ratio** | Liquidez ÷ *Circulating Supply* – indica quanto do total disponível está efetivamente negociado. |
| **Velocity of Money** | Volume de transações ÷ *Circulating Supply* – mede a frequência de circulação dos tokens. |
| **Inflation Rate** | (Novos tokens emitidos ÷ *Circulating Supply*) × 100 – taxa de crescimento da oferta. |
## 7. Desafios na Interpretação do Circulating Supply
1. **Transparência Inconsistente** – Nem todos os projetos divulgam detalhes de vesting ou queima de tokens.
2. **Tokens Bloqueados em Staking** – Alguns protocolos consideram tokens em staking como “não circulantes”, enquanto outros os incluem.
3. **Manipulação de Dados** – Em casos de projetos fraudulentos, os números podem ser inflados ou subestimados para criar falsas impressões de valor.
## 8. Boas Práticas para Investidores Brasileiros
– **Verifique Fontes Múltiplas** – Compare os números de CoinMarketCap, CoinGecko e o próprio site do projeto.
– **Analise o Calendário de Unlock** – Use ferramentas como TokenUnlock.io para acompanhar datas de liberação.
– **Considere o Contexto Regulatórios** – Em 2025, a *Regulamentação de Criptomoedas no Brasil* exige maior transparência nas informações de oferta. Consulte o guia Regulamentação de Criptomoedas no Brasil: Guia Completo 2025 para entender como a lei pode impactar a divulgação de dados.
– **Avalie a Liquidez nas Exchanges Brasileiras** – Acesse o Exchange Brasileira Regulada: Guia Completo para Investidores em 2025 para escolher plataformas com alta profundidade de mercado.
## 9. O Futuro do Circulating Supply com a Evolução das Blockchains
Com a ascensão das **Layer‑2** (L2) e das **sidechains**, novos tokens podem ser emitidos em ambientes de segunda camada, complicando ainda mais a mensuração da oferta circulante. Além disso, a popularização de **wrapped tokens** – como o WBTC – cria versões “representativas” de ativos, onde o *circulating supply* do token original pode diferir do *circulating supply* da sua versão encapsulada. Para entender melhor esse fenômeno, leia nosso artigo Wrapped Tokens: explicação completa, funcionamento e impactos no ecossistema cripto.
## 10. Conclusão
O *circulating supply* é muito mais que um número estático; ele influencia a capitalização de mercado, a liquidez, a percepção de risco e até a política monetária de um token. Investidores que dominam essa métrica conseguem tomar decisões mais informadas, antecipar potenciais diluições e identificar oportunidades de compra quando a oferta real está subvalorizada. Ao combinar dados de fontes confiáveis, analisar calendários de desbloqueio e acompanhar desenvolvimentos regulatórios, você estará preparado para navegar com segurança no dinâmico mercado cripto brasileiro.