Carnê-Leão de Criptomoedas: Guia Completo para Declarar seus Ativos Digitais em 2025

O Carnê-Leão é a ferramenta usada pelos contribuintes pessoa física para recolher mensalmente o imposto devido sobre rendimentos que não têm fonte pagadora, como é o caso dos ganhos obtidos com a negociação de criptomoedas. Com o crescimento das exchanges e a diversificação de estratégias (trading, staking, DeFi), entender como declarar corretamente esses rendimentos evita multas e garante tranquilidade fiscal.

1. Quando o Carnê-Leão se aplica às criptomoedas?

Você deve utilizar o Carnê-Leão sempre que houver:

  • Venda de cripto por moeda fiduciária (real, dólar, euro) com lucro acima da isenção mensal de R$ 35.000,00 em operações de day‑trade ou R$ 35.000,00 em operações normais.
  • Recebimento de cripto como pagamento de serviços ou prestação de trabalho.
  • Rendimentos provenientes de staking, lending ou yield farming que geram renda tributável.

2. Como calcular o imposto devido

O cálculo segue a alíquota progressiva do Imposto de Renda para pessoa física:

  • Até R$ 5.000,00 – 7,5%
  • De R$ 5.000,01 a R$ 10.000,00 – 15%
  • De R$ 10.000,01 a R$ 20.000,00 – 22,5%
  • Acima de R$ 20.000,00 – 27,5%

Para cada operação, subtraia o custo de aquisição (valor pago em reais + taxas) do valor de venda. O resultado positivo é o ganho tributável. Caso haja prejuízo em algum mês, ele pode ser compensado com ganhos futuros, reduzindo o imposto a pagar.

3. Passo‑a‑passo para preencher o Carnê‑Leão

  1. Reunir os extratos das exchanges: Baixe os relatórios de movimentação (CSV ou PDF) que detalham compras, vendas, taxas e transferências.
  2. Converter valores para reais: Use a cotação do dia da operação (geralmente a cotação da B3 ou da exchange).
  3. Calcular o ganho ou perda de cada operação.
  4. Preencher o programa da Receita Federal (disponível no site da Receita Federal), informando os valores mensais de ganho, imposto devido e imposto já recolhido.
  5. Gerar o DARF com o código 0190 e efetuar o pagamento até o último dia útil do mês subsequente.

4. Ferramentas que facilitam a declaração

Existem softwares e planilhas específicas para cripto‑tax que automatizam a importação de CSVs, cálculo de ganhos e geração do DARF. Algumas opções populares no mercado brasileiro são a CoinTracking, a Koinly e a CryptoTax Brasil. Escolha a que melhor se adapta ao seu volume de operações.

5. Segurança e guarda das informações

Manter um registro organizado das suas transações é essencial. Para proteger suas chaves e ativos digitais, recomendamos consultar nosso artigo sobre Wallet e Chave Privada. Além disso, o uso de Cold Wallet garante que seus fundos permaneçam offline, reduzindo riscos de hacking que poderiam impactar sua situação fiscal.

6. Dicas finais para evitar problemas com o Fisco

  • Declare todos os ganhos, mesmo que pequenos; a Receita tem cruzamento de dados com exchanges estrangeiras.
  • Guarde os comprovantes de compra, venda e taxas por, pelo menos, 5 anos.
  • Se houver dúvidas complexas, como operações em exchanges internacionais, procure um contador especializado em cripto.

Seguindo este guia, você estará em dia com o Carnê-Leão e poderá focar no crescimento dos seus investimentos digitais sem medo de surpresas na hora da declaração.