Alternativas Descentralizadas ao Infura: Guia Completo para Desenvolvedores Web3 em 2025

Alternativas Descentralizadas ao Infura: Por que e Como Escolher a Melhor Infraestrutura para sua DApp

Desde que o Infura ganhou destaque como provedor de nós (node) para o Ethereum, milhares de desenvolvedores confiam nele para acessar a blockchain sem precisar gerir servidores próprios. Contudo, a centralização de um ponto único de falha, custos variáveis e questões de privacidade têm impulsionado a busca por soluções mais descentralizadas, resilientes e econômicas. Este artigo aprofunda as principais alternativas descentralizadas ao Infura, analisando suas características, casos de uso e como integrá‑las em projetos Web3 modernos.

1. O que significa “alternativa descentralizada”?

Uma solução descentralizada oferece redundância por meio de múltiplos nós operados por diferentes provedores, eliminando a dependência de um único ponto de controle. No contexto de APIs de blockchain, isso se traduz em:

  • Alta disponibilidade: se um nó falhar, outro assume automaticamente.
  • Privacidade aprimorada: os dados de chamadas RPC não ficam concentrados em um único provedor.
  • Custo previsível: modelos de pagamento por uso ou planos gratuitos mais generosos.

2. Principais alternativas descentralizadas ao Infura

2.1 Alchemy – “Infraestrutura de Desenvolvimento Web3”

Embora a Alchemy seja conhecida como um provedor de alta performance, sua arquitetura distribui nós em várias regiões e provedores, oferecendo redundância semelhante à de redes descentralizadas. Entre os diferenciais:

  • Dashboard avançado com métricas de desempenho em tempo real.
  • Ferramentas de depuração como Enhanced APIs e Notify (webhooks).
  • Planos gratuitos robustos, ideais para projetos de teste.

Para desenvolvedores que precisam de monitoramento detalhado e não se importam com a centralização parcial, Alchemy ainda pode ser a escolha mais prática.

2.2 Ankr – Rede de Nós Distribuídos

A Ankr posiciona‑se claramente como uma solução descentralizada. Sua rede é composta por milhares de nós operados por usuários ao redor do mundo, formando um marketplace de infraestrutura onde cada provedor oferece recursos de computação sob demanda.

  • Suporte a múltiplas blockchains (Ethereum, Binance Smart Chain, Polygon, etc.).
  • Modelo de pagamento por pay‑as‑you‑go com tarifas competitivas.
  • API unificada que simplifica a troca entre diferentes redes.

Ao escolher Ankr, você ganha resiliência geográfica e a possibilidade de contribuir para o ecossistema operando seu próprio nó e recebendo recompensas.

2.3 Pocket Network – “Rede P2P de Nós para DApps”

O Pocket Network leva a descentralização ao próximo nível: cada desenvolvedor que utiliza a rede também pode colar seu próprio nó e ser recompensado em $POKT por servir outras DApps. Essa abordagem cria um circuito virtuoso de participação.

Alternativas descentralizadas ao Infura - network pocket
Fonte: GuerrillaBuzz via Unsplash
  • Suporte nativo a mais de 30 blockchains.
  • Modelo de preço baseado em gas‑less para o desenvolvedor (custo pago em $POKT).
  • Garantia de SLAs por meio de staking e penalidades.

Para projetos que desejam alinhar incentivos econômicos à descentralização, Pocket Network é a escolha mais alinhada ao ethos da Web3.

2.4 QuickNode – Simplicidade com Escalabilidade

Embora QuickNode não se autodenomine totalmente descentralizado, sua arquitetura multi‑provider permite a seleção de nós de diferentes regiões e provedores, mitigando o risco de um único ponto de falha. Também oferece:

  • Endpoints rápidos com latência baixa.
  • Suporte a APIs avançadas como GraphQL e WebSocket.
  • Planos gratuitos e escaláveis para startups.

É uma boa ponte para quem ainda está testando a migração de Infura para soluções mais distribuídas.

3. Como migrar do Infura para uma solução descentralizada

A migração não precisa ser um processo doloroso. Siga estes passos:

  1. Mapeie as chamadas RPC que sua DApp realiza (eth_getBalance, eth_sendRawTransaction, etc.).
  2. Escolha o provedor que oferece suporte a essas chamadas e ao nível de SLA desejado.
  3. Atualize as variáveis de ambiente (por exemplo, INFURA_PROJECT_ID → ALCHEMY_API_KEY).
  4. Teste em rede de teste (Goerli, Sepolia) para validar a integração.
  5. Implemente fallback usando múltiplos provedores – caso o primeiro falhe, o segundo assume.

Um exemplo de código JavaScript usando ethers.js com fallback:

const { ethers } = require('ethers');
const providers = [
  new ethers.providers.JsonRpcProvider('https://eth-mainnet.alchemyapi.io/v2/SEU_ALCHEMY_KEY'),
  new ethers.providers.JsonRpcProvider('https://rpc.ankr.com/eth'),
  new ethers.providers.JsonRpcProvider('https://mainnet.gateway.pokt.network/v1/lb/')
];
let provider;
for (const p of providers) {
  try {
    await p.getBlockNumber(); // Testa conexão
    provider = p;
    break;
  } catch (e) { /* ignora e tenta próximo */ }
}
if (!provider) throw new Error('Nenhum provedor disponível');
// Continue usando `provider` normalmente

4. Quando optar por uma solução descentralizada?

Considere as seguintes situações:

Alternativas descentralizadas ao Infura - consider following
Fonte: PAVEL FAUSTOV via Unsplash
  • Aplicações críticas (ex.: exchanges, custodians) que não podem tolerar downtime.
  • Projetos que **precisam de compliance** com regulamentos de soberania de dados.
  • Startups que desejam **reduzir custos** ao máximo, aproveitando planos gratuitos ou recompensas de staking.
  • Desenvolvedores que desejam contribuir para a rede operando nós próprios.

5. Casos de uso reais de alternativas descentralizadas

Algumas empresas e projetos já migraram com sucesso:

  • Uniswap V3 usa uma combinação de Alchemy e Ankr para garantir alta disponibilidade.
  • Chainlink integra Pocket Network para prover dados de oráculos em múltiplas cadeias.
  • Plataformas DeFi como Aave utilizam QuickNode como fallback durante picos de tráfego.

6. Boas práticas de segurança ao usar provedores descentralizados

Mesmo com a descentralização, a segurança das chaves privadas e a integridade das chamadas RPC são cruciais:

  1. Use HTTPS sempre que possível para evitar ataques man‑in‑the‑middle.
  2. Armazene as credenciais (API keys) em variáveis de ambiente seguras, nunca em código‑fonte.
  3. Implemente rate limiting no seu backend para prevenir abuso.
  4. Monitore métricas de latência e taxa de erro; ajuste o fallback dinamicamente.

7. Recursos internos recomendados

Para aprofundar seu conhecimento sobre Web3 e blockchain, confira estes artigos já publicados em nosso site:

8. Conclusão

O ecossistema de provedores de nós está evoluindo rapidamente, e a centralização que predominava há alguns anos está dando lugar a soluções mais resilientes e economicamente viáveis. Ao avaliar Alchem​y, Ankr, Pocket Network ou QuickNode, leve em conta fatores como latência, custo, suporte a múltiplas cadeias e, sobretudo, o grau de descentralização que sua aplicação requer.

Adotar uma alternativa descentralizada ao Infura não é apenas uma escolha técnica, mas também um passo estratégico rumo a uma Web3 mais robusta e verdadeiramente distribuída.