Críticas ao modelo Move-to-Earn: desafios, riscos e oportunidades para 2025

Críticas ao modelo Move-to-Earn: Por que o hype pode estar superaquecido?

Nos últimos anos, o conceito move-to-earn (M2E) ganhou destaque como uma nova forma de combinar atividade física com recompensas em cripto. Plataformas como STEPN e Genopets prometeram transformar caminhadas e corridas em renda passiva. Contudo, apesar do entusiasmo, surgiram críticas contundentes que apontam falhas estruturais, riscos econômicos e questões de sustentabilidade.

1. Modelo econômico insustentável

O M2E depende de um tokenomics que emite moedas constantemente para recompensar usuários. Esse fluxo de emissão cria uma pressão inflacionária que, sem uma demanda real crescente, desvaloriza o token. Muitos analistas compararam o modelo a um esquema de pirâmide, onde os primeiros adotantes lucram às custas dos novos usuários.

2. Dependência de subsídios externos

Para atrair usuários, as plataformas costumam contar com fundos de investidores ou reservas próprias que subsidiam as recompensas. Quando esses recursos se esgotam, o ecossistema entra em colapso, como ocorreu em projetos que perderam mais de 80% do valor de mercado em poucos meses.

3. Falta de governança descentralizada

Grande parte dos projetos M2E ainda opera sob controle centralizado, o que impede que a comunidade participe das decisões críticas. Essa ausência de Tokens de governança dificulta ajustes no modelo econômico e aumenta o risco de decisões unilaterais que podem prejudicar os usuários.

4. Questões de privacidade e rastreamento

Para validar a atividade física, os aplicativos coletam dados de localização em tempo real. Essa prática levanta sérias dúvidas sobre privacidade, sobretudo em jurisdições com regulações rígidas de proteção de dados.

5. Impacto ambiental

Embora alguns projetos afirmen utilizar blockchains de baixo consumo energético, muitos ainda rodam em redes que exigem alto poder computacional, contribuindo para a pegada de carbono da indústria cripto.

6. Estratégias de marketing exageradas

O hype em torno do M2E tem sido impulsionado por campanhas de Marketing em Web3 que prometem retornos rápidos. Essa abordagem pode atrair investidores inexperientes, expondo-os a perdas significativas.

7. Falta de integração com comunidades reais

Para que o modelo seja sustentável, é essencial que as recompensas se traduzam em valor tangível fora do ecossistema digital. Atualmente, a maioria dos tokens M2E tem pouca utilidade prática, o que limita seu potencial de adoção em massa.

Conclusão

O modelo move-to-earn ainda está em fase experimental. Enquanto oferece oportunidades inovadoras para combinar saúde e cripto, as críticas apontam que a maioria dos projetos carece de fundamentos econômicos sólidos, governança descentralizada e respeito à privacidade. Investidores e usuários devem analisar cuidadosamente os riscos antes de se engajar.

Para aprofundar a discussão sobre governança em projetos cripto, consulte também o artigo O papel da governança em projetos cripto.

Fontes externas adicionais: