Handshake (HNS): O Futuro Descentralizado dos Nomes de Domínio na Era Web3

## Introdução ao Handshake (HNS)

Nos últimos anos, a descentralização tem sido o motor de inovação no ecossistema cripto. Enquanto as blockchains como Bitcoin e Ethereum ganharam notoriedade por suas moedas digitais, projetos menos conhecidos, porém extremamente estratégicos, vêm surgindo para resolver problemas fundamentais da internet. Um desses projetos é o **Handshake (HNS)**, um protocolo de nomes de domínio descentralizado que visa substituir o atual sistema de DNS (Domain Name System) centralizado, vulnerável a censura, ataques e controle monopolista.

Neste artigo aprofundado, exploraremos a arquitetura técnica do Handshake, seus casos de uso, vantagens competitivas, como adquirir e usar HNS, além de analisar seu impacto no futuro da Web3. Também conectaremos este tema a conteúdos internos relevantes da nossa plataforma, como O que é Web3? Guia Completo, Tecnologias e Perspectivas para 2025, Desvendando o Trilema da Blockchain: Segurança, Escalabilidade e Descentralização e Guia Definitivo de Criptomoedas para Iniciantes.

## 1. O que é Handshake?

Handshake é um **protocolo de naming descentralizado** construído sobre uma blockchain de prova de trabalho (PoW) própria. Seu token nativo, **HNS**, funciona como combustível para registrar, renovar e transferir nomes de domínio de forma segura e sem intermediários. Diferente do tradicional DNS, onde autoridades como a ICANN controlam a alocação de domínios de nível superior (TLDs), o Handshake permite que qualquer usuário registre um TLD diretamente na cadeia, eliminando a necessidade de confiança em terceiros.

### 1.1 Principais características técnicas

– **Blockchain própria**: O Handshake utiliza uma blockchain PoW independente, otimizada para alta taxa de transação e baixo custo de registro.
– **Nomeação de TLDs**: Usuários podem registrar novos TLDs (ex.: .crypto, .hns) e até mesmo subdomínios, tudo registrado de forma imutável.
– **Compatibilidade DNSSEC**: Handshake incorpora DNSSEC nativamente, garantindo que as respostas de resolução sejam assinadas e verificáveis.
– **Integração com navegadores**: Embora ainda não seja suportado nativamente por todos os navegadores, extensões como **Handshake Resolver** e plugins de DNS sobre HTTPS (DoH) permitem acesso direto aos nomes HNS.
– **Descentralização total**: Não há ponto único de falha. Cada nó da rede valida as transações e o registro de nomes, proporcionando resistência a censura.

## 2. Por que o Handshake é importante para a Web3?

A Web3 tem como pilares a soberania dos dados, a eliminação de intermediários e a criação de um ecossistema de confiança descentralizada. O DNS tradicional, apesar de essencial, ainda é um ponto de vulnerabilidade: ataques DDoS, sequestro de domínios e censura governamental são riscos constantes.

Handshake resolve esses problemas ao **colocar a autoridade de nomeação nas mãos dos usuários**. Isso cria um alinhamento natural com as ideias de identidade soberana (DIDs), finanças descentralizadas (DeFi) e aplicações distribuídas (dApps). Ao combinar Handshake com soluções de identidade descentralizada, por exemplo, poderemos ter endereços web que também servem como identidades verificáveis, reduzindo a necessidade de login tradicional e aumentando a privacidade.

## 3. Como funciona o registro de um domínio Handshake?

### 3.1 Leilão de nomes (Auction)

O processo de registro começa com um **leilão de nomes**. Quando um usuário deseja registrar um TLD, ele envia uma transação de *commit* (compromisso) contendo um hash do nome desejado e um valor de lance. Após um período de espera (normalmente 1‑2 dias), o usuário revela o nome e o valor. O maior lance vence e o nome é atribuído ao vencedor.

### 3.2 Renovação e transferência

Domínios Handshake têm validade de um ano, renováveis mediante pagamento de taxas em HNS. A transferência de propriedade também é feita on‑chain, garantindo transparência total.

### 3.3 Resolução de nomes

Para que um navegador encontre um domínio HNS, ele precisa consultar um **resolver** que entende a blockchain Handshake. Existem duas abordagens principais:

1. **Resolver local (extensão ou aplicativo)** – O usuário instala um cliente que intercepta requisições DNS e consulta a blockchain.
2. **Resolver público (DNS over HTTPS)** – Serviços como **Handshake.org** oferecem APIs públicas que podem ser configuradas em dispositivos.

## 4. Como adquirir HNS e registrar seu domínio

1. **Obter HNS** – O token pode ser comprado em exchanges como Binance, KuCoin ou via DEXs descentralizadas (Uniswap, SushiSwap). Sempre verifique a compatibilidade da exchange com HNS.
2. **Configurar a carteira** – Carteiras compatíveis incluem **MetaMask** (com rede customizada) e **Handshake Wallet**. Salve sua seed phrase em local seguro.
3. **Participar do leilão** – Use a interface oficial de leilões em https://handshake.org para enviar seu compromisso e, posteriormente, revelar seu lance.
4. **Configurar o resolver** – Após vencer, configure o endereço IP do seu site usando o resolver público ou instalando a extensão Handshake Resolver.

## 5. Vantagens competitivas do Handshake frente ao DNS tradicional

| Característica | DNS tradicional | Handshake (HNS) |
|—————-|—————-|—————–|
| Controle centralizado | Sim (ICANN, registradores) | Não – governado por consenso da rede |
| Resiliência a ataques DDoS | Vulnerável a ataques em servidores DNS raiz | Distribuído – cada nó valida consultas |
| Censura | Possível bloqueio por governos ou ISPs | Altamente resistente – requer controle de rede completa |
| Custos de renovação | Varia por registrador, geralmente altos | Taxas baixas em HNS, previsíveis |
| Compatibilidade com DNSSEC | Implementado, mas depende de registradores | Nativo, sem necessidade de terceiros |

## 6. Casos de uso reais

### 6.1 Sites de alta privacidade

Plataformas que priorizam anonimato, como fóruns de discussão sobre liberdade de expressão, podem hospedar seus domínios em Handshake para evitar derrubadas arbitrárias.

### 6.2 Identidade descentralizada (DID)

Empresas de identidade digital podem mapear DIDs para nomes Handshake, criando URLs legíveis que apontam para documentos verificáveis.

### 6.3 Finanças descentralizadas (DeFi)

Protocolos DeFi podem usar domínios HNS para branding de contratos inteligentes, facilitando a descoberta por usuários não técnicos.

## 7. Desafios e riscos a considerar

– **Adoção limitada** – Ainda não há suporte nativo nos navegadores mais populares; depende de extensões ou resolvers.
– **Complexidade de leilões** – O processo de commit/reveal pode ser confuso para iniciantes.
– **Volatilidade do HNS** – Como qualquer token, o preço do HNS pode flutuar, afetando custos de registro.
– **Regulação** – Autoridades podem tentar regular ou bloquear resolvers, embora a natureza descentralizada dificulte a ação.

## 8. Como integrar Handshake ao seu projeto Web3

1. **Escolha um resolver** – Utilize APIs públicas como a da Handshake.org ou implemente seu próprio nó.
2. **Mapeie contratos inteligentes** – Associe endereços de contrato a subdomínios (ex.: `contract.myproject.hns`).
3. **Utilize DNSLink** – Combine Handshake com IPFS usando registros DNSLink (`dnslink=/ipfs/`), permitindo que sites estáticos sejam servidos de forma totalmente descentralizada.
4. **Automatize renovação** – Crie scripts que monitorem a data de expiração e paguem taxas automaticamente usando bots de contrato.

## 9. Futuro do Handshake e da nomeação descentralizada

A longo prazo, espera‑se que Handshake evolua para suportar **naming hierárquico avançado**, permitindo domínios de nível 3 (ex.: `sub.subdomain.hns`). Além disso, a integração com **Layer‑2 solutions** como **Polygon** pode reduzir ainda mais custos de transação, tornando o registro mais acessível.

A comunidade também está trabalhando em **padrões de interoperabilidade**, como **EIP‑1577 (DNSLink)**, que podem unificar a resolução de nomes entre ENS (Ethereum Name Service) e Handshake, criando um ecossistema de nomes verdadeiramente universal.

## 10. Conclusão

Handshake (HNS) representa um passo decisivo rumo a uma internet mais livre, segura e descentralizada. Ao eliminar a necessidade de autoridades centralizadas para registro de domínios, o protocolo fortalece a soberania dos usuários e abre portas para inovações em identidade digital, DeFi e infraestrutura Web3.

Para quem está começando, recomendamos familiarizar‑se com os conceitos básicos de blockchain (veja nosso O que é blockchain e como comprar Bitcoin) e, em seguida, explorar o Handshake como uma extensão natural da nova internet.

Se você deseja garantir seu próprio nome de domínio descentralizado, comece hoje mesmo a adquirir HNS, participe de um leilão e contribua para a construção de uma web sem censura.

## Perguntas Frequentes (FAQ)

O que diferencia o Handshake do ENS (Ethereum Name Service)?

O Handshake funciona em sua própria blockchain PoW e permite registro de TLDs completos (.xyz, .crypto, .hns), enquanto o ENS registra subdomínios dentro do domínio .eth na Ethereum. Handshake oferece maior independência de rede, mas ainda requer resolvers externos.

É possível usar um domínio Handshake para apontar para um site hospedado no IPFS?

Sim. Basta criar um registro DNSLink (`dnslink=/ipfs/`) no seu domínio Handshake. Os navegadores que suportam DNSLink resolverão o conteúdo diretamente do IPFS.

Qual a taxa média de registro de um TLD no Handshake?

Depende do valor do lance no leilão. Em geral, nomes curtos e populares exigem lances mais altos. A taxa de renovação anual costuma ser de alguns HNS, o que equivale a poucos dólares (dependendo do preço do token).