Placas gráficas para minerar Ethereum: Guia completo, escolha certa e otimização de lucros

Placas gráficas para minerar Ethereum: tudo o que você precisa saber

O Ethereum continua sendo uma das criptomoedas mais lucrativas para mineração, apesar das mudanças recentes no seu modelo de consenso. Se você está pensando em entrar no universo da mineração ou deseja otimizar sua operação, a escolha da placa gráfica (GPU) correta é o ponto de partida fundamental. Neste guia, vamos analisar os fatores críticos, comparar os modelos mais eficientes em 2025 e mostrar como montar um rig rentável.

Por que escolher GPUs ao invés de ASICs?

Embora os ASICs (Application‑Specific Integrated Circuits) ofereçam alta taxa de hash para algoritmos específicos, as GPUs ainda são a melhor opção para minerar Proof‑of‑Work (PoW) do Ethereum por vários motivos:

  • Versatilidade: Uma mesma GPU pode ser reconfigurada para minerar outras moedas (Ravencoin, Ergo, etc.) caso o Ethereum migre totalmente para Proof‑of‑Stake.
  • Disponibilidade: As GPUs são produzidas por diversos fabricantes (NVIDIA, AMD) e costumam ter estoque mais estável que os ASICs.
  • Valor de revenda: Quando a mineração deixar de ser rentável, a placa ainda pode ser vendida como hardware de jogos.

Principais algoritmos e o papel do ethash

O algoritmo de mineração do Ethereum, chamado ethash, foi projetado para ser resistente a ASICs, favorecendo a descentralização. Ele depende intensivamente de memória (RAM) e de acesso rápido à VRAM da GPU. Por isso, a quantidade de memória (6 GB, 8 GB, 12 GB…) e a largura de banda da memória são critérios essenciais.

Critérios de escolha da placa gráfica

  1. Hashrate: Medido em MH/s (megahashes por segundo). Quanto maior, mais ETH você gera.
  2. Consumo de energia: Medido em watts. A eficiência (MH/s por watt) determina a margem de lucro.
  3. Memória VRAM: O ethash usa aproximadamente 4 GB de DAG; portanto, placas com 6 GB ou mais são recomendadas para garantir estabilidade a longo prazo.
  4. Custo inicial: O ROI (retorno sobre investimento) depende do preço da placa e da taxa de hash.
  5. Suporte ao driver: Drivers atualizados (NVIDIA GeForce, AMD Radeon) garantem compatibilidade com softwares como Claymore, PhoenixMiner ou NBMiner.

Top 5 GPUs para minerar Ethereum em 2025

A seguir, listamos as cinco GPUs que apresentam a melhor relação custo‑benefício, considerando preço médio no mercado brasileiro em junho de 2025.

Placas gráficas para minerar Ethereum - list five
Fonte: Logan Voss via Unsplash
Modelo Hashrate (MH/s) Consumo (W) Eficiência (MH/W) Preço (R$) Observação
NVIDIA RTX 4090 ~115 350 0,33 27.000 Alta performance, porém custo elevado.
AMD Radeon RX 7900 XTX ~100 300 0,33 22.500 Excelente relação memória‑largura de banda.
NVIDIA RTX 3080 12 GB ~98 250 0,39 15.000 Boa escolha para rigs de médio porte.
AMD Radeon VII ~90 250 0,36 12.000 16 GB de HBM2 – ótimo para DAG futuro.
NVIDIA RTX 3060 Ti 8 GB ~60 120 0,50 8.000 Melhor custo‑benefício para iniciantes.

Como calcular a rentabilidade

Para saber se a sua operação será lucrativa, use a fórmula:

Lucro Diário = (Hashrate * Recompensa ETH * Preço ETH) - (Consumo * Custo Energia)

Onde:

  • Recompensa ETH = número de ETH gerados por bloco (aprox. 2 ETH) dividido pela dificuldade atual.
  • Preço ETH = cotação em reais (ex.: R$ 9.800).
  • Custo Energia = tarifa de kWh (ex.: R$ 0,80).

Ferramentas como CryptoCompare facilitam esse cálculo. Lembre‑se de atualizar a dificuldade e o preço da moeda diariamente.

O futuro da mineração de Ethereum: o impacto da transição para PoS

Com a migração definitiva para Proof‑of‑Stake (PoS), a mineração tradicional de Ethereum deixará de existir. No entanto, a comunidade ainda mantém a Ethereum Classic (ETC) e outras redes compatíveis com PoW, permitindo que seu rig continue gerando renda.

Placas gráficas para minerar Ethereum - ethereum definitive
Fonte: Mohammad h Afshari via Unsplash

Além disso, a experiência adquirida com GPUs pode ser aplicada a outras oportunidades de yield farming, staking ou mineração de NFTs que utilizam algoritmos intensivos em memória.

Dicas avançadas para maximizar o ROI

  • Overclock de memória: Aumente a frequência da VRAM em 5‑10 % para ganhar até 5 % de hashrate, mantendo a temperatura abaixo de 70 °C.
  • Undervolt da GPU: Reduza a voltagem em 50‑100 mV para economizar energia sem perder performance.
  • Uso de software de gerenciamento: NiceHash ou Hive OS permitem monitoramento em tempo real e ajustes automáticos.
  • Refrigeração eficiente: Instale ventiladores de 120 mm em configuração push‑pull e considere um sistema de água para rigs densas.
  • Distribuição de carga: Em rigs com várias GPUs, ajuste o power limit individualmente para equilibrar consumo e produção.

Montando seu rig: passo a passo

  1. Escolha da placa‑mãe: Opte por modelos com pelo menos 6 slots PCIe x16 (ex.: ASUS Prime Z690‑M).
  2. Fonte de alimentação (PSU): Calcule a potência total (GPU × W + CPU + periféricos) e adquira uma PSU com 80 PLUS Gold ou superior, com margem de 20 %.
  3. Processador: Não precisa ser high‑end; um Intel i5 ou AMD Ryzen 5 basta.
  4. RAM: 8 GB DDR4 é suficiente para o sistema operacional.
  5. Armazenamento: SSD de 240 GB para o OS e softwares de mineração.
  6. Instalação do SO: Windows 10/11 ou Linux (Ubuntu) – Linux costuma ser mais estável e consome menos recursos.
  7. Configuração do minerador: Baixe o PhoenixMiner ou NBMiner, adicione seu endereço de carteira e pool (ex.: Ethermine).
  8. Teste de estabilidade: Rode o minerador por 24 h monitorando temperatura e taxa de hash.

Para quem ainda está no início, recomendamos ler o Guia Definitivo de Criptomoedas para Iniciantes, que traz conceitos essenciais antes de investir em hardware.

Recursos adicionais e leituras recomendadas

Com as informações acima, você está pronto para escolher a placa gráfica ideal, montar um rig eficiente e maximizar seus ganhos na mineração de Ethereum. Lembre‑se de acompanhar as atualizações da rede e ajustar sua estratégia conforme o mercado evolui.