O que são Structured Products?

Structured products (produtos estruturados) são instrumentos financeiros criados por bancos ou instituições de investimento que combinam ativos tradicionais (como ações, títulos ou commodities) com derivativos (opções, futuros, swaps) para oferecer perfis de risco‑retorno personalizados. Eles permitem ao investidor acessar estratégias sofisticadas sem precisar operar diretamente os derivativos subjacentes.

Como funcionam na prática?

Um produto estruturado normalmente consiste em duas partes:

Componente de capital protegido: parte da aplicação que garante a devolução de parte ou total do capital investido ao vencimento, dependendo das condições pré‑estabelecidas.
Componente de retorno variável: derivativos que geram ganhos (ou perdas) ligados ao desempenho de um ou mais ativos de referência, como índices de ações, moedas ou criptomoedas.

Exemplo clássico: um note que paga 80% do retorno do S&P 500, mas protege 100% do capital investido se o índice cair até -30% até a data de vencimento.

Tipos mais comuns de Structured Products

Notas de capital protegido (Principal Protected Notes – PPN): garantem a devolução integral do capital investido.
Notas de retorno alavancado (Leveraged Notes): amplificam o desempenho do ativo subjacente, tanto em alta quanto em baixa.
Notas de rendimento fixo + variável (Yield Enhancement): combinam um cupom fixo com exposição a um ativo mais volátil.
Notas vinculadas a criptomoedas: recentes no mercado cripto, combinam exposição a Bitcoin ou altcoins com proteção parcial.

Vantagens e desvantagens

Vantagens:

Personalização de risco/retorno.
Possibilidade de acessar mercados difíceis de negociar diretamente.
Estrutura de capital protegido (em alguns casos).

Desvantagens:

Liquidez geralmente limitada – muitos produtos só podem ser resgatados no vencimento.
Complexidade de cálculo de payoff, que pode confundir investidores menos experientes.
Custos implícitos (taxas de estruturação, spreads de derivativos).

Relação com o mercado de Futures

Os derivativos que dão sustentação aos structured products são, em sua maioria, contratos de Futures Trading. Entender como funcionam os contratos futuros, a alavancagem e os riscos associados é essencial para avaliar a viabilidade de um produto estruturado.

Para quem já opera com Futures, Alavancagem e Riscos, os structured products podem ser vistos como uma forma de “embalar” estratégias de hedge ou de geração de renda sem precisar gerir diariamente as posições de margem.

Como analisar um Structured Product antes de investir

Entenda o payoff: leia o prospecto e simule diferentes cenários de preço do ativo subjacente.
Verifique a proteção de capital: qual o nível de capital protegido e em quais condições.
Analise a liquidez: veja se há mercado secundário ou se o investimento só será resgatado no vencimento.
Considere os custos: taxas de estruturação, spreads e eventuais comissões de corretora.
Avalie o emissor: a solidez do banco ou instituição que emitiu o produto.

Exemplos práticos no cenário cripto

Com o crescimento das criptomoedas, bancos têm criado notas que combinam proteção parcial do capital com exposição ao preço do Bitcoin. Esses produtos utilizam contratos de Futures Perpétuos na Binance para gerar o componente de retorno variável.

Recursos externos para aprofundamento

Para entender ainda melhor a estrutura e a regulação dos structured products, consulte fontes reconhecidas como Investopedia e o CFA Institute.

Conclusão

Structured products são instrumentos poderosos para investidores que desejam combinar proteção de capital com exposição a ativos de alta volatilidade, incluindo criptomoedas. Contudo, sua complexidade e falta de liquidez exigem uma análise cuidadosa e um entendimento sólido dos derivativos subjacentes, especialmente dos contratos de futures. Avalie sempre o perfil de risco, os custos e a credibilidade do emissor antes de alocar recursos.