Placas Gráficas Ideais para Minerar Ethereum em 2025
Com a evolução constante das criptomoedas, a mineração de Ethereum continua sendo uma das atividades mais populares entre os entusiastas brasileiros. Embora o merge tenha migrado a rede para proof‑of‑stake (PoS), ainda há oportunidades de minerar versões layer‑2 ou outras moedas baseadas em EVM que utilizam GPU mining. Neste artigo técnico, vamos analisar detalhadamente quais placas gráficas oferecem o melhor desempenho, eficiência energética e custo‑benefício para quem deseja iniciar ou otimizar sua operação de mineração em 2025.
Principais Pontos
- GPU mais rentável: NVIDIA RTX 4090 e AMD Radeon RX 7900 XTX.
- Consumo energético: importância do hash‑per‑watt.
- Custo‑benefício: análise de ROI considerando preço atual (R$).
- Configurações de software: drivers, overclock e mineradores.
O que é mineração de Ethereum?
A mineração de Ethereum, antes do merge, utilizava o algoritmo Ethash, que era projetado para ser resistente a ASICs e favorecer a mineração com GPUs. Mesmo após a transição para PoS, ainda há forks e sidechains que mantêm a mineração baseada em GPU, como o Ethereum Classic (ETC) e projetos layer‑2 que utilizam Ethash como base.
Por que escolher GPUs?
As GPUs oferecem flexibilidade: podem ser reprogramadas para diferentes algoritmos (Ethash, Octopus, Octa, etc.), possibilitando a migração para outras moedas caso a rentabilidade do ETH diminua. Além disso, o mercado brasileiro tem boa disponibilidade de placas gráficas, facilitando a montagem de rigs de mineração.
Evolução das placas gráficas para mineração
Desde a série GTX 10xx da NVIDIA até a atual série RTX 40xx, houve avanços significativos em:
- Taxa de hash: aumento de 2 a 5 vezes.
- Eficiência energética: melhor relação hash‑per‑watt.
- Memória GDDR6X: maior largura de banda, essencial para algoritmos que exigem memória intensiva como o Ethash.
GPUs recomendadas em 2025
A seguir, apresentamos as principais placas gráficas que se destacam no cenário brasileiro, considerando preço médio (R$), hash rate, consumo e disponibilidade.
NVIDIA GeForce RTX 4090
| Característica | Valor |
|---|---|
| Hash rate (Ethash) | ≈ 125 MH/s |
| Consumo | ≈ 450 W |
| Preço médio (Brasil) | R$ 13.900 |
| Memória | 24 GB GDDR6X |
A RTX 4090 lidera em desempenho bruto, porém seu consumo elevado exige um cooling robusto e uma fonte de alimentação de pelo menos 850 W.
NVIDIA GeForce RTX 4080
| Característica | Valor |
|---|---|
| Hash rate (Ethash) | ≈ 95 MH/s |
| Consumo | ≈ 320 W |
| Preço médio (Brasil) | R$ 9.800 |
| Memória | 16 GB GDDR6X |
Equilíbrio entre performance e consumo, ideal para quem busca uma boa margem de lucro sem necessidade de fontes extremamente potentes.
AMD Radeon RX 7900 XTX
| Característica | Valor |
|---|---|
| Hash rate (Ethash) | ≈ 90 MH/s |
| Consumo | ≈ 300 W |
| Preço médio (Brasil) | R$ 8.900 |
| Memória | 20 GB GDDR6 |
A Radeon 7900 XTX oferece excelente eficiência, especialmente quando combinada com overclock moderado e otimizações de driver AMD.
AMD Radeon RX 6800 XT (opção custo‑benefício)
| Característica | Valor |
|---|---|
| Hash rate (Ethash) | ≈ 70 MH/s |
| Consumo | ≈ 250 W |
| Preço médio (Brasil) | R$ 5.600 |
| Memória | 16 GB GDDR6 |
Para quem está iniciando, a 6800 XT apresenta boa rentabilidade com investimento mais acessível.
Comparativo de desempenho e custo‑benefício
Utilizamos a métrica MH/s por R$ e MH/s por Watt** para avaliar cada placa.
| GPU | MH/s | Preço (R$) | W | MH/s / R$ | MH/s / W |
|---|---|---|---|---|---|
| RTX 4090 | 125 | 13.900 | 450 | 0,0090 | 0,278 |
| RTX 4080 | 95 | 9.800 | 320 | 0,0097 | 0,297 |
| RX 7900 XTX | 90 | 8.900 | 300 | 0,0101 | 0,300 |
| RX 6800 XT | 70 | 5.600 | 250 | 0,0125 | 0,280 |
Embora a RTX 4090 tenha o maior hash total, a Radeon 7900 XTX apresenta a melhor relação hash‑per‑watt, e a 6800 XT oferece o melhor custo por hash para quem tem orçamento limitado.
Consumo energético e cálculo de ROI
Para estimar o retorno sobre investimento (ROI), considere:
- Preço da energia elétrica (kWh) – média nacional: R$ 0,78.
- Consumo da GPU (W) + overhead da máquina (≈ 150 W).
- Preço atual do ETH ou da moeda minerada (ex.: ETC ≈ R$ 1.200).
- Dificuldade de mineração e taxa de bloco.
Exemplo de cálculo simplificado para a RTX 4080:
- Consumo total: 320 W + 150 W = 470 W → 0,47 kWh/h.
- Custo horário: 0,47 kWh × R$ 0,78 = R$ 0,3666.
- Hash rate: 95 MH/s → 0,095 GH/s.
- Recompensa diária estimada (ETC): ~0,006 ETC ≈ R$ 7,20.
- Lucro líquido diário: R$ 7,20 – (24 h × R$ 0,3666) = R$ 7,20 – R$ 8,80 = -R$ 1,60 (perda).
Este exemplo demonstra a importância de analisar a tarifa de energia e buscar regiões com custo menor ou usar energia renovável.
Dicas de otimização de GPU para mineração
- Overclock de memória: aumentar a frequência da memória em 10‑15 % costuma melhorar o hash sem elevar muito o consumo.
- Undervolt do core: reduzir a voltagem da GPU pode diminuir o consumo em até 30 % mantendo a estabilidade.
- Configurações de driver: habilitar Power Management Mode para “Prefer Maximum Performance”.
- Software de mineração: usar versões otimizadas de PhoenixMiner ou Claymore Dual Miner, que oferecem melhor eficiência para Ethash.
- Resfriamento: montar rigs com fluxo de ar vertical e usar fans de alta pressão para manter temperaturas abaixo de 70 °C.
Configuração de software recomendada
Passo a passo simplificado:
- Instalar drivers oficiais da NVIDIA/AMD (versão 531+).
- Baixar minerador PhoenixMiner v5.2c (compatível com Windows e Linux).
- Editar o
start.batcom seu pool de mineração (ex.:stratum+tcp://etc.2miners.com:1010) e wallet. - Aplicar parâmetros de overclock:
-ocmem 2000 -ocgpu 0 -tstop 70(exemplo). - Monitorar via HWMonitor ou Minerstat.
Segurança e manutenção da rig
Além da eficiência, a longevidade da sua operação depende de cuidados essenciais:
- Limpeza periódica das ventoinhas para evitar acúmulo de poeira.
- Uso de estabilizador ou UPS para proteger contra quedas de energia.
- Atualização constante dos drivers e firmware das GPUs.
- Monitoramento de temperatura e desligamento automático em caso de superaquecimento.
Futuro da mineração de Ethereum e alternativas
Com a transição do Ethereum para PoS, a demanda por GPUs no algoritmo Ethash diminuiu, porém surgiram novas oportunidades:
- Ethereum Classic (ETC): mantém o Ethash e continua rentável em regiões com energia barata.
- Conflux (CFX) e Polygon (MATIC) via zk‑rollups: utilizam algoritmos que também se beneficiam de GPUs.
- GPU‑friendly DeFi projects: contratos que exigem cálculos intensivos de GPU para validar transações.
Portanto, investir em uma GPU de alta eficiência ainda pode ser estratégico para diversificar sua carteira de mineração.
Conclusão
Escolher a placa gráfica correta para minerar Ethereum (ou suas variantes) em 2025 requer analisar não apenas o hash rate bruto, mas também o consumo energético, o preço de aquisição e a disponibilidade no mercado brasileiro. As GPUs da série RTX 40xx da NVIDIA e as Radeon RX 7900 XTX da AMD se destacam pela combinação de potência e eficiência, enquanto modelos como a RX 6800 XT oferecem um caminho mais acessível para iniciantes.
Ao aplicar práticas de overclock moderado, undervolt e um gerenciamento cuidadoso de energia, é possível maximizar o retorno e garantir a longevidade da sua operação. Mantenha-se atento às mudanças de preço da energia, às atualizações de software e às novas oportunidades de mineração em projetos emergentes para manter sua estratégia lucrativa.