Como usar uma bridge de blockchain
As bridges de blockchain (ou pontes) são ferramentas essenciais para quem deseja mover ativos digitais entre diferentes redes. Elas permitem que tokens, NFTs e outros ativos sejam transferidos de forma transparente, ampliando a liquidez e possibilitando o acesso a novos ecossistemas DeFi. Neste artigo, você aprenderá tudo o que precisa saber para usar uma bridge com segurança, entenderá os diferentes tipos disponíveis, e seguirá um passo a passo detalhado que cobre desde a preparação da carteira até a verificação da transação concluída.
1. O que é uma bridge de blockchain?
Uma bridge funciona como um intermediário que cria uma ligação entre duas blockchains distintas. Quando você envia um token de Chain A para Chain B, a bridge bloqueia (ou queima) o token original na origem e emite um token “representativo” na rede de destino. Esse token representativo tem o mesmo valor e propriedades, permitindo que você o utilize como se fosse o original na nova cadeia.
Para entender os fundamentos da tecnologia que sustenta as bridges, confira nosso artigo O que é Blockchain? Guia Completo, Conceitos, Aplicações e Futuro da Tecnologia. Ele traz uma visão aprofundada sobre consenso, smart contracts e a arquitetura que torna as pontes possíveis.
2. Como funciona uma bridge de blockchain?
O processo geral pode ser resumido em quatro etapas:
- Lock (Bloqueio): O contrato inteligente da bridge recebe o token na cadeia de origem e o mantém travado.
- Mint (Criação): Na cadeia de destino, a bridge gera um token “wrapped” (envolto) que representa o ativo bloqueado.
- Burn (Queima): Quando o usuário deseja retornar o token à cadeia original, o token envolto é queimado.
- Release (Liberação): O contrato na cadeia de origem libera o token original que havia sido bloqueado.
Esse mecanismo garante que a quantidade total de tokens permaneça constante, evitando a criação de moeda inflacionária.
3. Tipos de bridges
Existem diferentes modelos de bridges, cada um com seus prós e contras:
- Trusted (Confiáveis): Operadas por uma entidade centralizada (ex.: Binance Bridge). São rápidas e de baixo custo, porém dependem da confiança na empresa responsável.
- Decentralized (Descentralizadas): Utilizam smart contracts e validações distribuídas (ex.: Hop Protocol, Polygon Bridge). Oferecem maior segurança contra censura, mas podem ser mais lentas e caras.
- Hybrid (Híbridas): Combinam validação descentralizada com operadores confiáveis para otimizar velocidade e segurança.
Para aprofundar o entendimento técnico sobre como as blockchains se comunicam, recomendamos ler Como funciona a blockchain: Guia completo e aprofundado.
4. Passo a passo para usar uma bridge
A seguir, detalhamos cada etapa que você deve seguir antes de fazer sua primeira transferência cross‑chain.

4.1. Prepare sua carteira
Escolha uma carteira que suporte as duas redes envolvidas. As opções mais populares são MetaMask, Trust Wallet e a carteira da própria OKX. Certifique‑se de que a extensão ou app está atualizado e que você tem as chaves privadas armazenadas de forma segura.
4.2. Selecione a rede de origem e a rede de destino
Identifique claramente de qual blockchain você enviará o ativo (por exemplo, Ethereum) e para qual rede deseja recebê‑lo (por exemplo, Polygon). Essa escolha impacta diretamente nas taxas e no tempo de confirmação.
4.3. Escolha o token e a quantidade
Algumas bridges suportam apenas tokens padrão (ERC‑20, BEP‑20) enquanto outras aceitam NFTs (ERC‑721). Defina o valor que deseja transferir, lembrando das taxas de gás da rede de origem.
4.4. Aprovar a transação
Ao usar a interface da bridge, será solicitado que você aprove o contrato inteligente a movimentar seus tokens. Isso gera uma transação de approval que deve ser confirmada na sua carteira. A aprovação normalmente exige o pagamento de uma taxa de gás.
4.5. Confirmar e monitorar
Depois da aprovação, clique em “Transferir” ou “Bridge”. A ponte executará o processo de lock‑mint e fornecerá um ID de transação para ambas as redes. Use exploradores como Etherscan (para Ethereum) ou Polygonscan (para Polygon) para acompanhar o status.
É fundamental observar que algumas bridges podem demorar de alguns minutos a várias horas, dependendo da congestão da rede e do número de confirmações exigidas.
5. Segurança: boas práticas ao usar bridges
Apesar de as bridges facilitarem a interoperabilidade, elas também são alvos frequentes de ataques. Siga estas recomendações para minimizar riscos:

- Use bridges reconhecidas: Prefira serviços auditados por empresas de segurança reconhecidas. Por exemplo, a Polygon Bridge tem auditorias regulares.
- Verifique URLs e contratos: Sempre acesse a bridge pelo site oficial. Evite links enviados por terceiros ou e‑mails suspeitos.
- Limite o valor inicial: Comece com pequenas quantias para testar o fluxo antes de movimentar grandes somas.
- Ative autenticação de dois fatores (2FA) nas suas contas de exchange ou wallet que suportam essa camada extra.
- Acompanhe notícias de vulnerabilidades em fontes como CoinDesk ou o blog oficial da Ethereum.
Entender a importância dos nós na rede também pode ajudar a avaliar a descentralização da bridge. Veja nosso conteúdo Entendendo o que é um nó na blockchain: Guia completo e aprofundado para saber como os validadores garantem a segurança das transações.
6. Exemplos de bridges populares (2025)
| Bridge | Redes suportadas | Tipo | Taxas aproximadas |
|---|---|---|---|
| Polygon Bridge | Ethereum ↔ Polygon | Descentralizada | ~0,01 ETH (bloqueio) + 0,0005 MATIC (mint) |
| Binance Bridge | Ethereum, BSC, Avalanche, etc. | Confiável | 0,0003 BNB ou taxa fixa |
| Avalanche Bridge | Ethereum ↔ Avalanche | Descentralizada | ~0,005 AVAX |
| Wormhole | Solana, Ethereum, BSC, Terra | Descentralizada (Hybrid) | Variável, depende da origem |
7. Custos e tempos de transferência
Os custos de usar uma bridge são compostos principalmente por:
- Taxa de gás da cadeia de origem: paga para bloquear o token.
- Taxa de operação da bridge: pode ser fixa ou baseada em percentual.
- Taxa de gás da cadeia de destino: paga ao mintar o token representativo.
Quanto ao tempo, redes de alta velocidade como Polygon geralmente concluem a operação em menos de 5 minutos, enquanto transferências entre Ethereum e redes menos congestionadas podem levar 30‑60 minutos ou mais. Sempre verifique as recomendações da bridge para o número de confirmações necessárias.
8. Integração com plataformas DeFi
Depois de mover seu token para a rede de destino, você pode utilizá‑lo em protocolos DeFi nativos, como pools de liquidez, farms e empréstimos. Por exemplo, ao usar a Polygon Bridge, é possível depositar o token “wrapped” em Aave v3 na Polygon e ganhar rendimentos. Essa alavancagem de oportunidades é uma das principais motivações para usar bridges.
9. Perguntas frequentes (FAQ)
As dúvidas mais comuns estão resumidas na seção de FAQ que segue, mas recapitulemos alguns pontos essenciais antes de concluir:
- Verifique sempre a auditoria da bridge.
- Use pequenos valores para testar o fluxo.
- Mantenha suas chaves privadas offline e ative 2FA.
10. Conclusão
As bridges de blockchain são instrumentos poderosos que desbloqueiam a interconexão entre ecossistemas diferentes, permitindo que investidores e desenvolvedores aproveitem oportunidades em diversas redes. Ao seguir o passo a passo apresentado, adotar as boas práticas de segurança e escolher bridges reconhecidas, você poderá transferir seus ativos com confiança e eficiência.
Se você ainda está dando os primeiros passos no mundo cripto, recomendamos começar com guias como Como Começar a Investir em Criptomoedas: Guia Definitivo para Iniciantes no Brasil, que ajudam a construir uma base sólida antes de operar ferramentas avançadas como as bridges.