Metaverso: o que são e por que Decentraland e The Sandbox são os protagonistas
Nos últimos anos, o termo metaverso deixou de ser apenas ficção científica para se tornar uma realidade emergente, impulsionada pela descentralização e pelas tecnologias blockchain. Entre os projetos que mais se destacam, Decentraland e The Sandbox lideram o espaço, oferecendo mundos virtuais onde usuários podem criar, comprar, vender e interagir usando tokens não-fungíveis (NFTs) e criptomoedas.
1. Visão geral dos principais metaversos
Embora existam diversos ambientes 3D baseados em blockchain, Decentraland e The Sandbox compartilham alguns pilares fundamentais:
- Economia tokenizada: Cada parcela de terra, objeto ou avatar é representado por um token único (NFT).
- Governança descentralizada: Decisões sobre atualizações e regras são tomadas por meio de votações on‑chain.
- Interoperabilidade: Muitos ativos podem ser usados em diferentes plataformas que suportam os mesmos padrões (ERC‑721, ERC‑1155).
Esses elementos garantem que os usuários sejam, na prática, co‑proprietários do universo virtual, ao contrário das plataformas centralizadas tradicionais.
2. Decentraland: a cidade virtual baseada em Ethereum
Fundado em 2017, o Decentraland (MANA) é um mundo 3D que roda totalmente sobre a blockchain Ethereum. O mapa do metaverso está dividido em parcels de 10 × 10 m, cada uma representada por um NFT chamado LAND. Os proprietários podem desenvolver suas parcelas usando builder tools ou contratar desenvolvedores.
Alguns pontos-chave:
- MANA – token ERC‑20 usado para comprar LAND, pagar taxas de transação e adquirir itens dentro do jogo.
- DAO de Decentraland – permite que a comunidade proponha e vote em mudanças de política, como a criação de novos eventos ou a alocação de fundos do tesouro.
- Ecossistema NFT – obras de arte, coleções de avatares e objetos de decoração são comercializados em marketplaces como OpenSea.
2.1 Como adquirir terrenos em Decentraland
Para quem deseja investir, o processo pode ser resumido em três etapas:
- Obter MANA em uma exchange (por exemplo, OKX ou Binance).
- Conectar a carteira (MetaMask, Coinbase Wallet) ao Marketplace oficial.
- Selecionar a parcel desejada e concluir a compra pagando a taxa de gas.
É essencial monitorar o gas fee, que pode variar bastante em períodos de alta demanda na rede Ethereum.
2.2 O potencial de valorização
Desde seu lançamento, o preço médio das parcelas subiu mais de 300 % (dados de Dune Analytics). A valorização costuma estar ligada a:

- Localização dentro do mapa (proximidade de áreas de alto tráfego).
- Desenvolvimento de conteúdo relevante (eventos, galerias de arte, jogos).
- Parcerias estratégicas com marcas globais (Nike, Atari, etc.).
Entretanto, assim como qualquer ativo criptográfico, o valor pode oscilar rapidamente, e a análise de risco deve levar em conta a volatilidade da rede Ethereum.
3. The Sandbox: a plataforma de jogos baseada em voxels
Enquanto Decentraland foca na experiência social e de exploração, The Sandbox tem como principal objetivo criar um ecossistema de jogos onde os próprios jogadores desenvolvem conteúdo. O mundo de The Sandbox é construído em estilo voxel (blocos que lembram o Minecraft), e cada elemento – terrenos, avatares, itens – é representado por NFTs compatíveis com o padrão ERC‑1155.
Os tokens centrais são:
- SAND – token de utilidade usado para comprar LAND, pagar por criação de ativos e participar da governança.
- LAND – parcelas de 96 × 96 m que podem hospedar jogos, galerias ou experiências interativas.
3.1 Criação de conteúdo no Sandbox
A Game Maker da plataforma permite que usuários sem conhecimento de programação criem jogos usando lógica visual. Já a Voxel Editor possibilita a modelagem de objetos 3D que podem ser tokenizados e comercializados.
Essas ferramentas têm atraído marcas como Adidas, Reebok e Atari**, que lançaram coleções exclusivas dentro do metaverso.
3.2 Estratégias de investimento em The Sandbox
Tal como Decentraland, a compra de parcelas pode ser feita através de exchanges que listam SAND (ex.: OKX) e, depois, via marketplace oficial. As estratégias mais comuns incluem:
- Compra antecipada de terras próximas a hubs de tráfego (por exemplo, “The Gate” ou “Marketplace”).
- Desenvolvimento de jogos que geram receita via taxas de entrada, merchandising ou eventos patrocinados.
- Staking de SAND na DAO para receber recompensas e participar das decisões da comunidade.
O retorno pode ser obtido tanto pela valorização do LAND quanto pelos royalties gerados pelos jogos publicados na plataforma.

4. Comparativo rápido: Decentraland vs. The Sandbox
| Característica | Decentraland | The Sandbox |
|---|---|---|
| Blockchain base | Ethereum (ERC‑721/1155) | Ethereum (ERC‑1155) |
| Token nativo | MANA | SAND |
| Formato de terreno | 10 × 10 m (parcel) | 96 × 96 m (LAND) |
| Ferramentas de criação | Builder, SDK, APIs | Game Maker, Voxel Editor |
| Foco principal | Social, arte, eventos | Jogos e gamificação |
Ambos os projetos compartilham a mesma filosofia de propriedade real dos ativos digitais, mas atendem a públicos diferentes. A escolha entre eles deve levar em conta os objetivos de investimento – valorização de terreno versus geração de receita com jogos.
5. Riscos e cuidados ao investir em metaversos
Investir em Decentraland ou The Sandbox não é isento de riscos. Entre os principais fatores estão:
- Volatilidade de gas fees – em períodos de congestionamento, o custo para registrar transações pode chegar a dezenas de dólares.
- Regulamentação – ainda há incertezas sobre como as autoridades fiscais tratarão ganhos provenientes de NFTs e terrenos virtuais.
- Liquidez – apesar dos mercados secundários crescidos, nem todas as parcelas são facilmente vendidas.
- Riscos de segurança – perdas de chaves privadas ou ataques de phishing podem resultar em roubo de ativos.
Para mitigar esses riscos, recomenda‑se:
- Usar carteiras hardware para armazenar chaves privadas.
- Seguir boas práticas de segurança, como as descritas na Guia Completo de Segurança na OKX.
- Diversificar o portfólio, combinando ativos de metaverso com criptomoedas tradicionais.
6. O futuro do metaverso: tendências para 2025 e além
Algumas previsões apontam que, até 2025, os metaversos poderão integrar:
- Interoperabilidade cross‑chain – permitindo que ativos de Ethereum, Solana e Polygon circulem livremente.
- Realidade aumentada (AR) – usuários poderão acessar seus avatares e propriedades via dispositivos móveis.
- Economias de token híbridas – combinações de NFTs com tokens de governança que dão direitos de voto e dividendos.
- Integração com marcas globais – eventos de música, moda e esportes virão a ser habituais em ambientes virtuais.
Essas evoluções reforçarão a importância de compreender os fundamentos de cada plataforma antes de alocar capital.
Conclusão
Decentraland e The Sandbox representam os dois pilares centrais do metaverso atual: social‑cultural e lúdico‑econômico. Ambos oferecem oportunidades reais de investimento, mas exigem estudo cuidadoso das dinâmicas de tokenomics, custos de gas e estratégias de governança. Ao combinar conhecimento técnico (como o explicado em O que é Ethereum (ETH)) com boas práticas de segurança, investidores podem posicionar-se de forma vantajosa nesse novo território digital.