DAI: O que é, como funciona e por que está revolucionando o universo das stablecoins
Se você acompanha o mercado cripto, já deve ter se deparado com a sigla DAI. Criada pela comunidade MakerDAO, a DAI é uma das stablecoins mais inovadoras, pois mantém seu valor atrelado ao dólar americano sem depender de reservas centralizadas. Neste guia completo, vamos explorar a história, a tecnologia, os casos de uso, a regulamentação em Portugal e os principais riscos associados a esse ativo.
1. Origem da DAI e a proposta da MakerDAO
A DAI nasceu em 2017 como parte do ecossistema MakerDAO, um protocolo de finanças descentralizadas (DeFi) construído sobre a blockchain Ethereum. Diferente de outras stablecoins que mantêm reservas de dólares em bancos, a DAI utiliza um mecanismo de colateralização overcollateralized: os usuários depositam criptoativos (principalmente ETH e outros tokens aprovados) como garantia em contratos inteligentes chamados Vaults. Em troca, recebem DAI, que permanece estável em relação ao USD.
2. Como funciona a estabilização de preço
O algoritmo de estabilização da DAI, conhecido como Target Rate Feedback Mechanism (TRFM), ajusta taxas de juros (taxa de estabilidade) e incentiva a criação ou destruição de DAI para manter a paridade 1:1 com o dólar. Quando a DAI se negocia acima de US$1, a taxa de juros aumenta, encorajando os usuários a gerar mais DAI (oferecendo mais colateral) e, assim, diluir o preço. Quando está abaixo, a taxa cai, estimulando a queima de DAI para reduzir a oferta.
3. Principais vantagens da DAI
- Descentralização: Não há uma entidade central que controla a reserva de dólares.
- Transparência: Todas as transações e garantias são públicas na blockchain Ethereum.
- Flexibilidade: Pode ser usada como colateral em outros protocolos DeFi, facilitando empréstimos, yield farming e liquidez.
- Resistência à censura: Como funciona em uma rede distribuída, não pode ser bloqueada por governos.
4. Casos de uso da DAI no ecossistema cripto
A DAI tornou‑se a moeda de referência para diversas aplicações DeFi:
- Empréstimos e crédito: Plataformas como Aave e Compound permitem que usuários tomem empréstimos em DAI contra colaterais como ETH, BTC ou NFTs.
- Yield farming: Ao fornecer liquidez em pools de DEXs (Uniswap, SushiSwap), investidores recebem recompensas pagas em DAI.
- Pagamentos transfronteiriços: A estabilidade da DAI facilita remessas internacionais sem a volatilidade típica de outras criptos.
- Hedging: Traders utilizam DAI para proteger posições contra quedas bruscas de preço.
5. DAI e a regulação em Portugal
Embora a DAI seja descentralizada, investidores portugueses precisam observar a Regulação de criptomoedas em Portugal: panorama atual, desafios e oportunidades. A Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) ainda não categoriza stablecoins como valores mobiliários, mas recomenda que usuários estejam atentos à tributação. Em 2025, os ganhos com DAI são tributados como ganhos de capital, conforme o Impostos sobre Cripto em Portugal 2025. Além disso, a Autoridade de Supervisão Bancária pode exigir relatórios de grandes movimentações para fins de combate à lavagem de dinheiro.

6. Riscos associados à DAI
Apesar de suas vantagens, a DAI não está isenta de riscos:
- Risco de colateral: Se o preço dos ativos usados como garantia cair drasticamente, pode ocorrer liquidação automática, reduzindo a oferta de DAI.
- Risco de contrato inteligente: Bugs no código dos Vaults ou do protocolo Maker podem levar a perdas.
- Risco regulatório: Mudanças na legislação podem impactar a capacidade de usar DAI em exchanges ou serviços financeiros.
- Risco de liquidez: Em períodos de alta volatilidade, a DAI pode enfrentar dificuldade para ser resgatada rapidamente.
7. Como adquirir DAI com segurança
Para quem deseja comprar DAI, siga estas etapas:
- Escolha uma exchange confiável (Binance, Coinbase, Kraken) ou uma DEX como Uniswap.
- Deposite um ativo de sua preferência (ETH, USDC, etc.).
- Converta para DAI usando a funcionalidade de swap.
- Transfira a DAI para uma carteira segura (hardware wallet ou carteira de software com suporte a tokens ERC‑20).
Para aprofundar o assunto, confira o Finanças Descentralizadas (DeFi): Guia Completo 2025 – O Futuro das Finanças na Blockchain, que traz detalhes sobre como integrar DAI em estratégias de investimento.
8. Comparação da DAI com outras stablecoins
Existem diversas stablecoins no mercado, como USDT, USDC e BUSD. A principal diferença da DAI está na descentralização:
| Stablecoin | Modelo de Garantia | Emissor | Centralização |
|---|---|---|---|
| USDT | Reservas de dólares em bancos | Tether Ltd. | Alta |
| USDC | Reservas de dólares auditadas | Circle/Consensys | Média |
| DAI | Criptoativos colaterizados (over‑collateralized) | MakerDAO (DAO) | Baixa |
Essa diferença faz da DAI uma escolha preferida por usuários que valorizam a soberania financeira.

9. Futuro da DAI e inovações esperadas
O roadmap da MakerDAO indica algumas evoluções importantes para 2025:
- Multi‑collateral DAI (MCD) expandindo a lista de ativos aceitos, incluindo tokenizados de ativos reais.
- Integração com Layer‑2 (Arbitrum, Optimism) para reduzir taxas de gas.
- Governança aprimorada com votação baseada em tokens MKR para decisões estratégicas.
Essas inovações podem melhorar a eficiência, a segurança e a adoção da DAI em escala global.
10. Conclusão
Em resumo, a DAI se destaca como a stablecoin verdadeiramente descentralizada, oferecendo estabilidade, transparência e integração profunda com o ecossistema DeFi. Contudo, investidores devem estar atentos aos riscos de colateral, à segurança dos contratos inteligentes e ao cenário regulatório em Portugal. Ao compreender esses aspectos, você poderá usar a DAI de forma estratégica, seja como reserva de valor, ferramenta de hedge ou ativo para gerar rendimentos em plataformas DeFi.
Se você deseja aprofundar ainda mais seu conhecimento sobre stablecoins, não deixe de ler Stablecoins: Explicação Completa, Funcionamento e Impacto no Mercado Cripto, que traz uma visão abrangente sobre o tema.