O Que São Stablecoins e Como Elas Funcionam? Guia Completo 2025

As stablecoins surgiram como a resposta da comunidade cripto à enorme volatilidade que caracteriza a maioria das moedas digitais. Se você ainda tem dúvidas sobre o que são, como funcionam e por que estão ganhando espaço tanto entre investidores quanto em grandes instituições financeiras, este artigo detalhado é para você.

1. Definição básica: o que é uma stablecoin?

Uma stablecoin é um tipo de criptomoeda projetada para manter um valor estável em relação a um ativo de referência, normalmente uma moeda fiduciária como o dólar americano (USD), o euro (EUR) ou até mesmo commodities como o ouro. Diferente do Bitcoin ou do Ethereum, cujo preço pode oscilar dezenas de por cento em poucas horas, as stablecoins buscam oferecer previsibilidade de preço, facilitando transações, pagamentos e a integração com o sistema financeiro tradicional.

2. Como as stablecoins mantêm a paridade?

Existem três mecanismos principais que garantem a estabilidade de preço:

  1. Lastro em moeda fiduciária (fiat‑backed): Cada token está respaldado por reservas reais em dólares, euros ou outra moeda. Essas reservas são mantidas em contas bancárias auditadas, garantindo que para cada stablecoin emitida exista um dólar equivalente.
  2. Lastro em cripto‑ativos (crypto‑backed): Em vez de dólares, a stablecoin é colateralizada por outras criptomoedas, como Ethereum. Para proteger contra a volatilidade desses ativos, são exigidos níveis de colateralização superiores a 100% (por exemplo, 150%).
  3. Algoritmo (algorithmic): Não há reservas físicas. O preço é mantido por contratos inteligentes que expandem ou contraem a oferta da stablecoin automaticamente, semelhante ao funcionamento de um banco central digital.

Esses modelos podem ser combinados, criando hybrides que buscam o melhor dos dois mundos.

3. Tipos mais populares de stablecoins

Algumas das stablecoins mais reconhecidas no mercado são:

  • USDT (Tether) – Uma das primeiras e mais usadas, lastreada em dólares americanos.
  • USDC (USD Coin) – Emitida pela Circle e Coinbase, com auditorias regulares.
  • DAI – Stablecoin descentralizada, colateralizada por múltiplos cripto‑ativos e gerida pelo protocolo MakerDAO.
  • BUSD – Stablecoin emitida pela Binance em parceria com a Paxos.

Essas moedas diferem não apenas no mecanismo de lastro, mas também em aspectos regulatórios, transparência e grau de descentralização.

4. Benefícios das stablecoins no ecossistema cripto

As stablecoins trazem inúmeras vantagens:

  • Facilidade de negociação: Permitem que traders entrem e saiam de posições rapidamente sem precisar converter para fiat.
  • Remessas internacionais: Transferências quase instantâneas e com custos menores que os bancos tradicionais.
  • Integração com DeFi: São usadas como colateral, meio de pagamento e reserva de valor em protocolos de finanças descentralizadas.
  • Estabilidade para pagamentos: Empresas podem aceitar pagamentos em stablecoins sem se preocupar com flutuações de preço.

5. Riscos e desafios

Embora ofereçam estabilidade, as stablecoins não são livres de riscos:

  • Risco de contraparte: No modelo fiat‑backed, a confiança está na instituição que detém as reservas.
  • Transparência: Nem todas as emissoras publicam auditorias frequentes, o que pode gerar dúvidas sobre a real existência das reservas.
  • Regulação: Autoridades ao redor do mundo ainda estão definindo como classificar e supervisionar essas moedas.
  • Risco de contrato inteligente: Stablecoins algorítmicas dependem de códigos que podem conter vulnerabilidades.

6. Regulação das stablecoins em Portugal

Portugal, através da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) e do Banco de Portugal, tem acompanhado de perto o desenvolvimento das stablecoins. A Regulação de criptomoedas em Portugal: panorama atual, desafios e oportunidades destaca que, embora ainda não exista uma legislação específica para stablecoins, elas são tratadas sob a mesma ótica das demais criptomoedas, com ênfase nas regras de combate à lavagem de dinheiro (AML) e financiamento ao terrorismo (CFT).

Além disso, a Lei das criptomoedas em Portugal: tudo o que você precisa saber em 2025 menciona que emissores que operam stablecoins com lastro em fiat podem precisar de autorização como instituições de pagamento, dependendo do volume de transações.

7. Stablecoins e o futuro das finanças

Com a crescente adoção institucional, as stablecoins podem se tornar a ponte definitiva entre o universo cripto e o sistema bancário tradicional. Grandes bancos já testam versões próprias (ex.: JPM Coin) e plataformas de pagamento como PayPal e Visa passaram a aceitar stablecoins em suas redes.

Para investidores, entender os diferentes modelos, a solidez das reservas e o cenário regulatório é essencial antes de alocar recursos.

8. Como começar a usar stablecoins?

  1. Escolha uma carteira digital que suporte o token desejado (por exemplo, MetaMask para DAI ou Trust Wallet para USDT).
  2. Adquira stablecoins em exchanges confiáveis – a OKX e a Binance oferecem pares direto com EUR e USD.
  3. Verifique a transparência da emissora: procure relatórios de auditoria ou provas de reserva (Proof‑of‑Reserve).
  4. Considere usar stablecoins como meio de pagamento ou como colateral em protocolos DeFi, sempre avaliando o risco de contrato inteligente.

Ao seguir esses passos, você aproveita a estabilidade das stablecoins sem abrir mão da flexibilidade que a criptoeconomia oferece.

9. Conclusão

As stablecoins representam uma das inovações mais importantes da última década no mundo das finanças digitais. Elas combinam a segurança e a rapidez da blockchain com a previsibilidade das moedas tradicionais, criando um ecossistema mais inclusivo e eficiente. No entanto, como qualquer ativo, requerem análise cuidadosa, sobretudo em relação à transparência das reservas e ao ambiente regulatório.

Seja você um investidor experiente ou alguém que está começando a explorar o universo cripto, entender o funcionamento das stablecoins é fundamental para tomar decisões informadas e aproveitar as oportunidades que surgem neste mercado em rápida evolução.

Para aprofundar ainda mais, leia também nosso artigo Stablecoins: Explicação Completa, Funcionamento e Impacto no Mercado Cripto, que traz uma análise detalhada dos principais projetos e suas perspectivas para 2025.

Fontes externas de referência: