As métricas on-chain são indicadores extraídos diretamente da blockchain, oferecendo uma visão transparente e em tempo real da saúde e do comportamento dos ativos digitais. Ao contrário dos indicadores tradicionais de análise técnica, que se baseiam apenas em preços e volume, as métricas on-chain revelam o que realmente acontece dentro da rede: movimentação de tokens, atividade dos endereços, taxa de queima, entre outros.
1. Principais métricas on-chain que todo investidor deve monitorar
- Volume de transações: indica a quantidade total de cripto movimentada em um período. Um aumento repentino pode sinalizar interesse institucional ou eventos de mercado.
- Taxa de hash (Hashrate): principalmente para Bitcoin, mede a potência computacional da rede. Um hash rate crescente reforça a segurança da blockchain.
- Endereços ativos: número de endereços que realizaram ao menos uma transação. Mais endereços ativos geralmente apontam para maior adoção.
- Supply em circulação vs. supply total: ajuda a entender a pressão inflacionária ou deflacionária de um token.
- Taxas de transação (Gas fees): especialmente relevante para Ethereum e suas L2s. Taxas elevadas podem indicar congestionamento ou alta demanda.
- Fluxo de tokens entre carteiras de exchange e carteiras externas: movimentações de grandes quantidades de tokens para exchanges podem preceder vendas de massa.
2. Como combinar métricas on-chain com análise técnica
Embora as métricas on-chain forneçam uma camada de informação única, combinar esses dados com indicadores técnicos clássicos potencializa a tomada de decisão. Por exemplo, ao observar um MACD em zona de compra e simultaneamente notar um aumento no número de endereços ativos, a probabilidade de um movimento ascendente se confirma aumenta consideravelmente.
Ferramentas como o TradingView permitem sobrepor indicadores on-chain (via widgets ou APIs) aos gráficos de preço, criando um painel unificado.
3. Fontes confiáveis para obter métricas on-chain
Plataformas como CoinGecko e Dune Analytics oferecem dashboards personalizáveis. Para dados de Ethereum, o próprio Ethereum.org disponibiliza estatísticas de gas, hash rate e número de nós.
4. Estudos de caso: quando as métricas on-chain previram movimentos de mercado
- Bitcoin (2023): um aumento de 30% no hash rate foi seguido por uma valorização de mais de 20% nos preços, indicando maior confiança dos mineradores.
- Ethereum (2022): a queda nas taxas de gas após o lançamento da London Upgrade correlacionou-se com um aumento na atividade de contratos DeFi, impulsionando o preço do ETH.
5. Dicas práticas para usar métricas on-chain no dia a dia
- Defina um painel de monitoramento com as métricas mais relevantes para o ativo que você acompanha.
- Estabeleça alertas (por exemplo, via oráculos ou serviços de notificação) para mudanças bruscas em volume ou endereços ativos.
- Combine sinais on-chain com padrões de candlestick e indicadores como RSI ou MACD para confirmar entradas e saídas.
- Revise periodicamente a correlação entre as métricas escolhidas e o desempenho histórico do ativo; ajuste seu painel conforme necessário.
Ao integrar métricas on-chain ao seu processo de análise, você ganha uma vantagem competitiva, obtendo insights que não são visíveis apenas pelos preços. Comece hoje mesmo a montar seu dashboard e veja a diferença nas suas decisões de investimento.