CMVM e as criptomoedas: o que muda para investidores em 2025

A Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) tem assumido um papel cada vez mais central no ecossistema de cripto‑ativos em Portugal. Desde a sua primeira comunicação oficial sobre o assunto, a entidade tem trabalhado para criar um quadro regulatório que proteja os investidores, incentive a inovação e alinhe‑se às diretrizes europeias.

1. O papel da CMVM no universo cripto

A CMVM atua como guardiã da integridade dos mercados financeiros. No contexto das criptomoedas, isso significa:

  • Fiscalizar plataformas de troca (exchanges) que operam em território português.
  • Emitir orientações sobre como investir com segurança em cripto‑ativos.
  • Coordenar‑se com a Autoridade de Supervisão de Seguros e Fundos de Pensões (ASF) e com a Autoridade Bancária (Banco de Portugal) para evitar lacunas regulatórias.

2. Principais exigências para exchanges e emissores

Desde 2023, a CMCMV (CMVM) exige que toda exchange que ofereça serviços a residentes portugueses esteja registrada no site oficial da CMVM. Entre as obrigações estão:

  • Implementação de procedimentos de KYC (Conheça o Seu Cliente) e AML (Anti‑Lavagem de Dinheiro).
  • Publicação de relatórios trimestrais de liquidez e de segurança dos ativos.
  • Separação de fundos dos clientes dos fundos operacionais da plataforma.

Para os emissores de tokens, a CMVM classifica alguns ativos como valores mobiliários (securities). Quando isso ocorre, o projeto deve submeter um prospecto aprovado pela comissão, conforme descrito no artigo sobre implicações de ser um security.

3. Como o investidor pode se proteger?

Além de seguir as recomendações da própria CMVM, o investidor deve adotar boas práticas de segurança:

  • Utilizar carteiras hardware para armazenar grandes quantidades de cripto‑ativos.
  • Verificar se a exchange possui registro na CMVM antes de abrir conta.
  • Manter-se atualizado lendo guias como Bitcoin para iniciantes e Guia de criptomoedas.

4. Perspectivas futuras e harmonização europeia

Com a adoção do Regulamento MiCA (Markets in Crypto‑Assets) pela União Europeia, espera‑se que a CMVM alinhe ainda mais suas normas aos padrões europeus. Isso trará maior clareza sobre:

  • Definição de stablecoins e sua supervisão.
  • Requisitos de capital para provedores de serviços de cripto‑ativos.
  • Direitos dos consumidores em caso de falência de plataformas.

Enquanto isso, a CMVM continua a publicar alertas e comunicados para que o público esteja ciente de riscos emergentes, como fraudes e esquemas Ponzi.

5. Conclusão

Entender o papel da CMVM e as obrigações regulatórias é essencial para quem deseja operar no mercado de criptomoedas em Portugal. Ao combinar a supervisão da CMVM com boas práticas pessoais, investidores podem aproveitar as oportunidades do setor de forma segura e alinhada às normas vigentes.