Factor Investing: Guia Completo para Investidores Brasileiros em 2025

Factor Investing: Estratégia de Investimento Baseada em Fatores de Risco e Retorno

O factor investing (investimento por fatores) tem ganhado destaque entre investidores institucionais e individuais que buscam melhorar a relação risco‑retorno de suas carteiras. Diferente da estratégia tradicional de “comprar e segurar” ou da diversificação simples por classes de ativos, o factor investing foca em características mensuráveis dos ativos – os chamados fatores – que historicamente geram retornos superiores ao mercado.

1. O que são fatores de investimento?

Fatores são atributos quantitativos que explicam parte dos retornos de um ativo. Os mais estudados na literatura acadêmica e praticada pelos gestores são:

  • Valor (Value): ações subavaliadas em relação a métricas como P/L, P/VP ou dividend yield.
  • Tamanho (Size): empresas de menor capitalização tendem a superar as de grande porte.
  • Momentum: ativos que apresentaram forte desempenho recente continuam a subir.
  • Qualidade (Quality): empresas com alta rentabilidade, baixa alavancagem e boa governança.
  • Baixa Volatilidade (Low Volatility): ativos menos voláteis entregam retornos ajustados ao risco superiores.
  • Dividend Yield: ações que pagam dividendos consistentes costumam gerar retornos mais estáveis.

2. Breve História do Factor Investing

O conceito surgiu nos anos 1970 com o modelo de três fatores de Fama‑French, que adicionou ao clássico modelo de Sharpe‑Lintner‑Mossin (CAPM) os fatores “Size” e “Value”. Desde então, dezenas de estudos acadêmicos confirmaram a existência de outros fatores, como momentum (Jegadeesh & Titman, 1993) e qualidade (Novy-Marx, 2013). Nos últimos anos, gestores de fundos e ETFs passaram a oferecer produtos que replicam esses fatores de forma transparente e com custos reduzidos.

3. Como Construir uma Estratégia de Factor Investing

Para montar uma carteira baseada em fatores, siga os passos abaixo:

factor investing - build factor
Fonte: Nikola Johnny Mirkovic via Unsplash
  1. Defina seu objetivo de risco/retorno: escolha fatores que complementem seu perfil – investidores conservadores podem priorizar low‑volatility e dividend yield, enquanto os mais agressivos podem focar em momentum.
  2. Selecione os ativos: use bases de dados (Bloomberg, MSCI, Morningstar) para filtrar ações que atendam aos critérios de cada fator.
  3. Monte a alocação: aplique pesos iguais entre fatores (“factor tilting”) ou ajuste pesos de acordo com sua convicção.
  4. Rebalanceamento periódico: a maioria dos fatores perde força ao longo do tempo; rebalancear trimestralmente ou semestralmente mantém a exposição desejada.

4. Factor Investing no Brasil

Embora a maioria dos estudos tenha sido conduzida nos mercados norte‑americanos e europeus, os fatores também são observáveis na B3. Estudos recentes da CVM e Valores Mobiliários: Guia Completo para Investidores e Emissores no Brasil mostram que ações de menor capitalização e as com múltiplos de preço mais baixos apresentam desempenho superior ao Ibovespa nos últimos dez anos.

Além disso, o surgimento de ETFs focados em fatores, como o iShares MSCI Brazil Value ETF (EWZ) ou o It Now Small Cap, facilita a exposição para investidores individuais. É importante lembrar que a Exchange Brasileira Regulada: Guia Completo para Investidores em 2025 oferece um ambiente seguro para negociação desses produtos.

5. Principais Vantagens e Riscos

Vantagens:

  • Potencial de retornos superiores ao benchmark.
  • Melhor diversificação ao combinar fatores não correlacionados.
  • Transparência – os critérios de seleção são claros e mensuráveis.

Riscos:

factor investing - risks
Fonte: AbsolutVision via Unsplash
  • Risco de “factor crowding” – quando muitos investidores seguem o mesmo fator, os retornos podem se deteriorar.
  • Volatilidade de curto prazo, especialmente em fatores como momentum.
  • Dependência de dados de qualidade – erros nas métricas podem gerar alocações equivocadas.

6. Ferramentas e Recursos para Iniciar

Para quem deseja começar, recomenda‑se:

  • Plataformas de análise de ações que disponibilizam filtros por múltiplos (Valor, Dividend Yield, etc.).
  • ETFs de fatores globais e locais – verifique a taxa de administração e a liquidez.
  • Leitura de literatura especializada, como o Handbook of Factor Investing da CFA Institute (cfainstitute.org).

7. Perguntas Frequentes (FAQ)

Veja abaixo as dúvidas mais comuns sobre factor investing.

Conclusão

O factor investing representa uma evolução natural da gestão de carteiras, permitindo que investidores capturem retornos associados a características fundamentais dos ativos. No Brasil, o acesso a ETFs e a maior disponibilidade de dados tornam a estratégia cada vez mais prática. Contudo, como qualquer abordagem, a disciplina no rebalanceamento e a compreensão dos riscos são essenciais para transformar teoria em resultados reais.