Identificação Específica para Criptomoedas: Tudo o que Você Precisa Saber em 2025
A identificação específica (specific identification) é um método de apuração de ganhos e perdas que permite ao investidor escolher quais unidades de um ativo foram vendidas ou transferidas, proporcionando maior controle sobre a carga tributária. No universo das criptomoedas, onde cada token pode ter um custo de aquisição distinto, esse método se torna ainda mais relevante.
1. O que é a Identificação Específica?
Ao contrário dos métodos simplificados como FIFO (First‑In‑First‑Out) ou custo médio, a identificação específica exige que o contribuinte registre individualmente a data, o preço de compra e o preço de venda de cada unidade vendida. Isso permite, por exemplo, vender primeiro as moedas adquiridas a preço mais baixo, reduzindo o imposto devido.
2. Por que Utilizar a Identificação Específica no Mercado Cripto?
- Otimização Fiscal: Possibilidade de escolher a base de custo mais vantajosa.
- Precisão Contábil: Cada transação é rastreada, facilitando auditorias.
- Conformidade Regulamentar: Atende às exigências da Receita Federal e das normas internacionais, como as diretrizes da SEC.
3. Como Aplicar a Identificação Específica nas Suas Operações
O processo pode ser dividido em quatro etapas fundamentais:
- Registro Detalhado das Aquisições: Salve data, quantidade, preço unitário (em BRL) e taxa de corretagem.
- Seleção das Unidades a Serem Vendidas: Ao planejar uma venda, escolha as moedas que gerarão menor tributação.
- Cálculo do Ganho ou Perda: Subtraia o custo de aquisição da unidade escolhida do preço de venda.
- Declaração no IRPF: Preencha a ficha de “Rendimentos Variáveis” com o detalhe de cada operação.
Para facilitar esse fluxo, várias ferramentas de gestão de portfólio já incorporam a lógica da identificação específica.
4. Vantagens e Desvantagens Comparativas
| Método | Vantagens | Desvantagens |
|---|---|---|
| Identificação Específica | Maior controle fiscal, possibilidade de redução de alíquota efetiva. | Exige registro minucioso, maior complexidade operacional. |
| FIFO | Simples de aplicar, aceita pela maioria das exchanges. | Não permite otimização de custos, pode gerar tributação maior. |
| Custo Médio | Fácil cálculo, adequado para alta rotatividade. | Ignora variações individuais, pode gerar perdas de oportunidade. |
5. Aspectos Regulatórios no Brasil
A Receita Federal, a partir da Instrução Normativa 1.888/2019, reconhece a possibilidade de uso da identificação específica, desde que o contribuinte mantenha documentação comprobatória. Para criptoativos, isso significa que a Ganhos de Capital com Criptomoedas: Guia Completo para Investidores Brasileiros deve conter informações detalhadas de cada lote.

Além disso, o Compliance Exchange: O Guia Definitivo para Conformidade em Exchanges de Criptomoedas destaca que exchanges regulamentadas já fornecem relatórios compatíveis com a identificação específica, facilitando a exportação de dados para o programa da Receita.
6. Passo a Passo para Declarar no Imposto de Renda (IRPF)
- Exportar o histórico completo de transações da sua exchange em formato CSV.
- Classificar cada aquisição com um identificador único (ex.: TX‑001, TX‑002).
- Ao vender, relacionar o identificador da unidade vendida ao preço de venda.
- Calcular o ganho/perda para cada operação e somar os resultados.
- Preencher a ficha “Rendimentos Variáveis” no programa da Receita, usando o campo “Operações à vista” e detalhando cada lote.
É recomendável guardar os arquivos CSV e os cálculos por, no mínimo, cinco anos, pois a Receita pode solicitar a comprovação.
7. Ferramentas e Softwares Recomendados
- CoinTracker – Integração automática com múltiplas exchanges e suporte à identificação específica.
- Koinly – Relatórios detalhados em português, geração de arquivos compatíveis com a Receita.
- CryptoTaxBR – Solução nacional focada nas normas da Receita Federal.
8. Estudos de Caso
Case 1 – João, trader de day‑trade: Ao aplicar a identificação específica, João conseguiu reduzir o imposto de renda em 12% ao vender primeiro lotes adquiridos em 2021 a preço promocional.
Case 2 – Maria, investidora de longo prazo: Maria utilizou o método para vender apenas os tokens comprados a preço alto, mantendo os lotes de custo baixo para futuras valorização, evitando tributação desnecessária.

9. Perguntas Frequentes (FAQ)
Veja as dúvidas mais comuns sobre a identificação específica no final do artigo.
10. Conclusão
A identificação específica é uma ferramenta poderosa para quem deseja otimizar a carga tributária sobre criptoativos. Embora exija disciplina e organização, os benefícios fiscais compensam o esforço, sobretudo para investidores com operações diversificadas e volumes relevantes.
Fique atento às atualizações da Receita Federal e aproveite as soluções de compliance oferecidas pelas exchanges brasileiras para garantir que sua declaração esteja sempre em conformidade.