Altcoins: O que são, como funcionam e por que você deve conhecê‑las
Nos últimos anos, o universo das criptomoedas se expandiu muito além do Bitcoin. A expressão altcoins (abreviação de “alternative coins”) passou a representar milhares de projetos que buscam melhorar, complementar ou até mesmo revolucionar a forma como usamos a tecnologia blockchain. Neste artigo, vamos explorar em profundidade o que são as altcoins, como elas diferem do Bitcoin, quais são os principais tipos existentes e como avaliar seu potencial de investimento.
1. Definição básica: o que são altcoins?
Altcoins são todas as criptomoedas que não são o Bitcoin. Elas surgiram como resposta às limitações percebidas do BTC, oferecendo funcionalidades adicionais como contratos inteligentes, maior velocidade de transação, privacidade aprimorada ou modelos econômicos inovadores.
Embora existam mais de 20.000 altcoins listadas em sites de agregação como CoinMarketCap, apenas algumas dezenas têm relevância real no mercado, capitalização e comunidade.
2. Por que as altcoins surgiram?
O Bitcoin, criado em 2009 por Satoshi Nakamoto, foi pioneiro ao introduzir a ideia de dinheiro digital descentralizado. Contudo, seu design original focou em ser um store of value (reserva de valor) e um meio de pagamento simples. Algumas limitações técnicas e conceituais motivaram o desenvolvimento de alternativas:
- Escalabilidade: o BTC processa cerca de 7 transações por segundo (tps), enquanto algumas altcoins chegam a milhares.
- Funcionalidades avançadas: contratos inteligentes, tokenização de ativos, governança on‑chain, etc.
- Privacidade: moedas como Monero e Zcash focam em esconder remetentes, destinatários e valores.
- Modelos econômicos diferenciados: queima de tokens, deflação programada, staking, etc.
3. Principais categorias de altcoins
Embora a lista seja extensa, podemos agrupar as altcoins em categorias que ajudam a entender seu propósito:
3.1. Plataformas de contratos inteligentes
Essas redes permitem que desenvolvedores criem aplicativos descentralizados (dApps) e tokens ERC‑20, BEP‑20, entre outros. As mais conhecidas são:

- Ethereum (ETH): a primeira e maior plataforma, com a atualização EIP‑1559 que introduziu a queima de parte das taxas de transação (Ethereum e a queima de ETH com EIP‑1559).
- Binance Smart Chain (BSC): oferece taxas baixas e alta velocidade.
- Solana, Cardano, Avalanche: concorrentes que buscam maior throughput.
3.2. Tokens de utilidade e governança
Esses tokens dão acesso a serviços dentro de um ecossistema ou permitem participar da tomada de decisão. Exemplos:
- Chainlink (LINK): oráculos que conectam dados externos a contratos inteligentes (Como a Chainlink resolve o problema do oráculo).
- Uniswap (UNI): governança da maior DEX (exchange descentralizada).
3.3. Moedas de privacidade
Focam em anonimato total:
- Monero (XMR) e Zcash (ZEC).
3.4. Tokens de infraestrutura (DeFi, Cloud, Storage)
Projetos que oferecem serviços descentralizados:
- Golem (GNT) – computação descentralizada (Golem (GNT): Guia Completo).
- IPFS – armazenamento de arquivos distribuído (IPFS (InterPlanetary File System): O Guia Definitivo).
3.5. Tokens de finanças tradicionais (Real World Assets – RWA)
Representam ativos reais (imóveis, commodities) na blockchain, trazendo liquidez ao mercado tradicional (O que são Real World Assets (RWA) em DeFi).
4. Como analisar uma altcoin antes de investir
Investir em altcoins pode ser altamente lucrativo, mas também traz riscos significativos. Use o seguinte checklist:
- Equipe e comunidade: verifique o histórico dos desenvolvedores, presença nas redes sociais e atividade no GitHub.
- Whitepaper e roadmap: o projeto tem metas claras e um plano de entrega realista?
- Tokenomics: entenda a oferta total, circulação, mecanismos de queima ou staking. Artigos como Mecanismos de Queima de Tokens ajudam a compreender esses aspectos.
- Casos de uso reais: a altcoin resolve um problema concreto ou é apenas hype?
- Parcerias e integrações: alianças com empresas ou outras blockchains aumentam a credibilidade.
- Dominância do Bitcoin: em períodos de alta dominância do BTC, altcoins tendem a sofrer correções. Consulte o O que a dominância do Bitcoin nos diz para entender o ciclo.
5. Altseason: quando as altcoins brilham
“Altseason” é o período em que as altcoins superam o Bitcoin em termos de valorização. Os fatores que desencadeiam uma altseason incluem:

- Baixa dominância do BTC (BTC.D abaixo de 45%).
- Novas atualizações de rede (ex.: Ethereum 2.0).
- Fluxo de capital institucional para projetos DeFi e NFTs.
Para saber como aproveitar o boom das altcoins, leia Estratégias para a Altseason 2025 e O que é a “altseason”.
6. Riscos específicos das altcoins
Embora o potencial de retorno seja atrativo, as altcoins apresentam riscos que devem ser mitigados:
- Liquidez baixa: pode ser difícil vender grandes quantidades sem impactar o preço.
- Projetos abandonados: muitas moedas desaparecem após o ICO.
- Regulação: mudanças nas leis podem afetar tokens de segurança ou stablecoins.
- Vulnerabilidades de código: bugs podem ser explorados, como em ataques de vampire attack (Vampire Attack em DeFi).
7. Como montar uma carteira diversificada de altcoins
Uma estratégia prudente inclui:
- Alocação de risco: 60% em Bitcoin, 30% em altcoins de alta capitalização (Ethereum, BNB), 10% em projetos emergentes.
- Rebalanceamento periódico: ajuste a cada trimestre com base na performance e nas mudanças de mercado.
- Uso de staking e yield farming: ganhe rendimentos passivos com tokens que suportam proof‑of‑stake (ex.: LSTs, LRTs).
8. Futuro das altcoins
Nos próximos anos, espera‑se que as altcoins evoluam em três direções principais:
- Interoperabilidade: pontes entre blockchains reduzirão silos de liquidez.
- Regulação clara: normas específicas para tokens utilitários e de segurança trarão mais confiança institucional.
- Integração com o mundo real: via RWAs, tokenização de ativos físicos e serviços descentralizados (DeFi, dVPN, computação).
Em resumo, entender altcoins o que são vai muito além de saber que não são Bitcoin. É preciso analisar tecnologia, tokenomics, comunidade e o contexto macro do mercado. Com pesquisa cuidadosa e gestão de risco, as altcoins podem ser uma peça-chave para diversificar e potencializar sua carteira de cripto‑investimentos.