Holders de curto prazo vs. holders de longo prazo (LTH): Guia completo para investidores em 2025

O mercado de criptomoedas evolui a passos largos, trazendo consigo novos conceitos e métricas que ajudam investidores a tomar decisões mais embasadas. Entre esses indicadores, a distinção entre holders de curto prazo e holders de longo prazo (Long‑Term Holders – LTH) tem ganhado destaque, principalmente em análises de tokenomics e avaliações de risco.

Este artigo aprofunda a diferença entre esses dois perfis, demonstra como identificá‑los em diferentes blockchains, analisa seu impacto nos preços e oferece estratégias práticas para quem deseja otimizar sua carteira. Se você está começando a explorar o universo cripto ou já tem experiência, entender a dinâmica dos holders pode ser o diferencial que transforma um investimento comum em uma oportunidade de alto retorno.

1. Definições básicas

Holder de curto prazo: Investidor que adquire um token e o mantém por um período relativamente pequeno – tipicamente dias, semanas ou poucos meses – com objetivo de aproveitar movimentos de preço rápidos. Esse comportamento costuma estar associado a traders ativos, notícias de curto prazo e eventos de hype.

Holder de longo prazo (LTH): Investidor que mantém o token por períodos extensos, que podem variar de meses a anos. Esses participantes confiam nos fundamentos do projeto, na visão de longo prazo e na expectativa de valorização sustentada.

2. Por que a distinção importa?

Separar holders de curto e longo prazo permite analisar a saúde de um token sob diferentes perspectivas:

  • Pressão de venda: Quando a maioria dos holders são de curto prazo, o token tende a experimentar maior volatilidade, pois esses investidores podem liquidar rapidamente após eventos de preço.
  • Confiança no projeto: Uma alta proporção de LTH indica que a comunidade acredita nos fundamentos e na longevidade da rede.
  • Indicador de preço futuro: Estudos mostram correlação entre aumento de LTH e tendências de alta sustentada.

Para entender melhor esses pontos, vale analisar métricas disponíveis em exploradores de blockchain e plataformas de análise como CoinGecko ou CoinMarketCap, que trazem dados de holder distribution por faixa de tempo.

3. Como identificar holders de curto e longo prazo?

Existem três principais abordagens:

  1. Ferramentas de análise on‑chain: Plataformas como Glassnode ou LunarCrush fornecem métricas de “Holder Age”. Elas mostram a porcentagem de endereços que mantêm tokens por mais de X dias.
  2. Exploradores de blockchain: No Ethereum, por exemplo, o Etherscan possui uma aba “Holders” que permite filtrar por idade de saldo.
  3. APIs de terceiros: Serviços como Covalen disponibilizam endpoints que retornam a distribuição de idade de holders, facilitando a integração em dashboards personalizados.

Essas ferramentas são essenciais para quem deseja montar uma tese de investimento baseada em comportamento de holders.

Holders de curto prazo vs. holders de longo prazo (LTH) - tools essential
Fonte: Markus Winkler via Unsplash

4. Impacto dos holders de curto prazo nos ciclos de mercado

Durante períodos de alta (bull runs), a atenção da mídia e o hype atraem muitos investidores de curto prazo. Esses participantes buscam lucros rápidos, impulsionando o preço de forma explosiva. Contudo, ao final do ciclo, a pressão de venda pode gerar correções acentuadas, conhecidas como sell‑offs. Esse padrão foi observado em eventos como a “Altseason 2022” e a “Altseason 2025”, onde a maioria dos tokens viu quedas de 30% a 50% após a saída massiva de traders de curto prazo.

Um estudo interno do Estratégias para a Altseason 2025 demonstrou que os tokens com maior % de LTH sofreram perdas menores, reforçando a importância de analisar a distribuição de holders antes de entrar em uma posição.

5. O papel dos Long‑Term Holders (LTH) na estabilidade de preços

Investidores com visão de longo prazo tendem a absorver a volatilidade de curto prazo, atuando como uma espécie de “fundo de estabilidade”. Quando o mercado entra em fase de correção, os LTH costumam manter suas posições, reduzindo a velocidade de queda. Essa dinâmica pode criar um “piso” de preço, que subsequentemente atrai novos compradores.

Além disso, projetos que incentivam a retenção – como recompensas de staking, distribuição de dividendos ou token‑buy‑backs – aumentam a proporção de LTH, fortalecendo ainda mais a confiança do mercado.

6. Estratégias práticas para investidores

A seguir, apresentamos três abordagens que podem ser incorporadas à sua tese de investimento:

  1. Filtragem por % de LTH: Defina um critério mínimo, por exemplo, 40% de holders com mais de 90 dias. Tokens que atendem a esse padrão tendem a exibir menor volatilidade.
  2. Uso de indicadores combinados: Combine a métrica de LTH com indicadores de sentimento social, como o Ferramentas de análise de sentimento. Um alto % de LTH aliado a sentimento positivo pode sinalizar um cenário de alta sustentável.
  3. Alocação balanceada: Reserve parte da carteira para projetos com alta retenção (LTH) e outra parte para oportunidades de curto prazo, aproveitando picos de preço sem comprometer a estabilidade geral.

Essas estratégias ajudam a mitigar riscos e a potencializar retornos, independentemente do ciclo de mercado.

7. Estudos de caso reais

Case 1 – Bitcoin (BTC): Historicamente, o BTC tem mantido uma alta proporção de LTH, especialmente após 2017. Essa retenção ajudou a sustentar o preço durante o “crypto winter” de 2018‑2019, limitando quedas mais severas.

Case 2 – Token X (exemplo hipotético): Em 2024, o Token X sofreu um pico de hype nas mídias sociais, atraindo muitos holders de curto prazo. Quando o hype diminuiu, o preço despencou 45% em duas semanas, evidenciando a vulnerabilidade de projetos sem base de LTH.

Holders de curto prazo vs. holders de longo prazo (LTH) - token hype
Fonte: Arthur A via Unsplash

Esses exemplos reforçam a necessidade de analisar a distribuição de idade dos holders antes de investir.

8. Como a tokenomics pode incentivar LTH

O design de um token desempenha papel crucial na retenção de investidores. Estratégias como design de token que incentiva o comportamento do usuário, recompensas de staking, taxas de queima (burn) e vesting schedules criam barreiras para a venda precoce.

Por exemplo, tokens deflacionários que queimam parte das transações aumentam o valor residual para quem mantém o ativo, enquanto programas de vesting garantem que grandes quantidades de tokens só sejam liberadas ao longo de anos, reduzindo a pressão de venda.

9. O futuro dos holders: tendências para 2025 e além

Com a maturação do ecossistema DeFi e o surgimento de produtos financeiros estruturados (ex.: ETFs de cripto, derivativos), espera‑se que a proporção de LTH continue a crescer, pois investidores institucionais buscam exposição de longo prazo. Ao mesmo tempo, a popularização de ferramentas de análise de sentimento e de dados on‑chain democratiza o acesso a informações, permitindo que traders individuais ajustem suas estratégias com mais precisão.

Em resumo, a diferenciação entre holders de curto prazo e LTH será cada vez mais central nas decisões de compra, venda e avaliação de risco.

10. Conclusão

Entender quem realmente está por trás dos endereços que seguram um token — se são especuladores de curto prazo ou investidores comprometidos a longo prazo — fornece uma lente poderosa para analisar a estabilidade e o potencial de valorização de qualquer cripto‑ativo. Ao combinar métricas on‑chain, análise de sentimento e estratégias de tokenomics, você pode construir uma tese de investimento robusta, capaz de resistir aos ciclos de alta e baixa que caracterizam o mercado cripto.

Continue acompanhando as métricas de LTH, utilize ferramentas como Glassnode e LunarCrush, e mantenha-se atualizado com as melhores práticas de token design para maximizar seus resultados em 2025 e nos anos que virão.