Como o Ethereum vai escalar a disponibilidade de dados

Com o crescimento exponencial de aplicações DeFi, NFTs e Web3, a disponibilidade de dados tornou‑se um dos maiores gargalos para o Ethereum. Sem dados acessíveis de forma rápida e segura, contratos inteligentes não podem ser executados eficientemente, o que impacta diretamente a experiência do usuário e a competitividade da rede.

Por que a disponibilidade de dados é crítica?

Em uma blockchain, cada bloco contém um conjunto de transações e, para validar essas transações, os nós precisam ter acesso completo aos dados armazenados. Quando a rede fica congestionada, os nós podem demorar a baixar ou validar blocos, aumentando as taxas (gas) e os tempos de confirmação.

As principais soluções que o Ethereum está adotando

Sharding: divisão da cadeia em múltiplas “shards” que processam transações em paralelo, reduzindo a carga de dados em cada nó.
Rollups (Optimistic e ZK): agregam milhares de transações off‑chain e enviam apenas provas resumidas para a camada base, diminuindo a quantidade de dados que precisam ser armazenados na mainnet.
Modularidade: separação da camada de consenso da camada de disponibilidade de dados, permitindo que blockchains especializadas cuidem exclusivamente do armazenamento.
Proposer‑Builder Separation (PBS): melhora a eficiência da produção de blocos ao dividir as funções de proposta e construção, reduzindo a latência e o consumo de dados. Para entender melhor, veja nosso artigo Proposer‑Builder Separation (PBS): O que é, como funciona e por que está revolucionando o Ethereum.

Celestia: a camada de disponibilidade de dados que pode transformar o Ethereum

Um dos projetos mais promissores no cenário de blockchain modular é a Celestia (TIA) e a camada de disponibilidade de dados. Celestia fornece um serviço de data availability (DA) independente que pode ser integrado ao Ethereum via rollups ou sidechains, permitindo que os desenvolvedores armazenem dados de forma mais barata e escalável.

Comparando arquiteturas: Modular vs Monolítica

Para decidir qual estratégia adotar, vale a pena analisar Blockchain Modular vs Monolítica: Qual a Melhor Arquitetura para Criptomoedas em 2025?. Enquanto as blockchains monolíticas (como a Ethereum atual) combinam consenso, execução e disponibilidade de dados em uma única camada, as modulares separam essas funções, oferecendo maior flexibilidade e potencial de escala.

Como as soluções se complementam?

O roadmap oficial da Ethereum já inclui sharding como parte da atualização “Ethereum 2.0”. Quando combinamos shards com rollups que utilizam serviços de disponibilidade de dados externos como Celestia, conseguimos:

Reduzir drasticamente o custo de armazenamento na camada base.
Acelerar a propagação de blocos, diminuindo o tempo de finalização.
Melhorar a segurança, pois os dados ficam disponíveis em múltiplas provas de disponibilidade.

Para acompanhar as atualizações oficiais, visite o Ethereum Roadmap no site da Ethereum Foundation.

Impactos para desenvolvedores e usuários

Com a escalabilidade da disponibilidade de dados, desenvolvedores poderão criar dApps mais complexos, como marketplaces de NFTs com milhões de itens ou protocolos DeFi que exigem alta frequência de atualização. Usuários, por sua vez, experimentarão taxas menores e confirmações quase instantâneas.

Conclusão

O Ethereum está trilhando um caminho sólido para escalar a disponibilidade de dados, combinando sharding, rollups, PBS e a integração com soluções modulares como Celestia. Essa combinação não só resolve os atuais gargalos de congestionamento, mas também abre portas para a próxima geração de aplicações Web3.

Para se aprofundar ainda mais, confira também o artigo O futuro da arquitetura da blockchain: tendências, desafios e oportunidades.