O que são os “tokens de segurança” (security tokens) – Guia Completo
Nos últimos anos, o universo cripto tem evoluído a passos largos, trazendo não apenas moedas digitais, mas também novos modelos de ativos financeiros. Entre eles, os tokens de segurança (security tokens) vêm ganhando destaque por combinar a transparência da blockchain com a proteção regulatória dos mercados tradicionais. Se você ainda tem dúvidas sobre o que exatamente são esses tokens, como funcionam, quais são suas vantagens e riscos, este artigo foi feito para você.
1. Definição de token de segurança
Um token de segurança é um ativo digital que representa uma participação em um ativo real – como ações, imóveis, dívida ou fundos – e que está sujeito às leis de valores mobiliários do país onde é emitido. Diferente dos utility tokens, que dão acesso a um produto ou serviço, os security tokens conferem direitos patrimoniais (dividendos, juros, voto, etc.) ao detentor.
2. Como os security tokens são criados?
O processo de tokenização segue etapas bem definidas:
- Identificação do ativo subjacente: pode ser uma ação de empresa, um título de dívida, um imóvel ou até mesmo royalties de música.
- Estruturação jurídica: a emissão deve obedecer à regulamentação local (SEC nos EUA, CVM no Brasil, FCA no Reino Unido, etc.).
- Desenvolvimento do contrato inteligente: o código na blockchain registra a emissão, transferência e direitos associados ao token.
- Oferta ao público: geralmente feita por meio de uma Security Token Offering (STO), que substitui o tradicional IPO.
3. Segurança jurídica – O papel dos reguladores
Os security tokens são, por definição, valores mobiliários. Isso significa que:
- Devem ser registrados ou isentos de registro conforme a legislação local.
- Exigem Know‑Your‑Customer (KYC) e Anti‑Money‑Laundering (AML) rigorosos.
- As plataformas de negociação precisam de licenças de corretora ou bolsa.
Nos Estados Unidos, a SEC (Securities and Exchange Commission) tem publicado orientações claras sobre como conduzir uma STO de forma legal. No Brasil, a CVM ainda está desenvolvendo regulamentações específicas, mas segue os princípios internacionais.
4. Principais diferenças entre security tokens e utility tokens
| Aspecto | Security Token | Utility Token |
|---|---|---|
| Natureza legal | Valor mobiliário (regulado) | Não é valor mobiliário |
| Direitos ao detentor | Dividendos, voto, participação nos lucros | Acesso a serviço ou produto |
| Necessidade de KYC/AML | Obrigatória | Opcional (dependendo da plataforma) |
| Mercado secundário | Plataformas reguladas (ex.: tZero, OpenFinance) | Exchanges descentralizadas ou centralizadas sem regulação |
5. Benefícios dos security tokens
Os investidores e emissores encontram nas STOs uma série de vantagens:

- Liquidez aprimorada: ativos tradicionalmente ilíquidos, como imóveis, podem ser fracionados e negociados 24/7.
- Transparência: todas as transações são registradas em blockchain, reduzindo fraudes.
- Custos menores: elimina a necessidade de intermediários (custódia, clearing houses).
- Inclusão financeira: investidores de pequeno porte podem acessar oportunidades antes restritas a grandes fundos.
6. Riscos e desafios
Apesar das promessas, há desafios a serem considerados:
- Regulação em evolução: mudanças legislativas podem impactar a viabilidade de projetos em andamento.
- Infraestrutura de negociação: ainda há poucos mercados secundários com alta liquidez.
- Segurança tecnológica: vulnerabilidades em contratos inteligentes podem levar à perda de fundos.
Para aprofundar a proteção dos seus ativos digitais, confira nosso Segurança de Criptomoedas: Guia Definitivo para Proteger seus Ativos Digitais em 2025.
7. Como investir em security tokens?
O caminho para quem deseja comprar security tokens pode ser resumido em quatro passos:
- Escolha uma plataforma certificada: procure exchanges que possuam licença de corretora de valores (ex.: OpenFinance, tZero, Securitize).
- Realize o KYC/AML: prepare documentos de identidade, comprovante de residência e, em alguns casos, declaração de renda.
- Deposite fundos: a maioria aceita fiat (USD, EUR, BRL) e stablecoins conformes à regulação.
- Adquira o token: participe de uma STO ou compre tokens já listados no mercado secundário.
Um exemplo prático de tokenização de ativos está detalhado no nosso artigo Tokenização de Ativos: O Futuro dos Investimentos no Brasil, que demonstra como imóveis podem ser fracionados em tokens negociáveis.
8. Casos de uso reais
Alguns projetos já operacionais ilustram o potencial dos security tokens:

- RealT – tokeniza propriedades nos EUA, permitindo que investidores globais recebam aluguéis em USDC.
- tZero – plataforma de negociação de security tokens que já listou ações de startups.
- Polymath – fornece infraestrutura para criação e emissão de tokens de segurança, facilitando a conformidade regulatória.
9. Perspectivas para 2025 e além
O mercado de security tokens tem projeções otimistas. De acordo com a Statista, o volume negociado deve ultrapassar US$ 30 bilhões até o final de 2025. Fatores que impulsionam esse crescimento incluem:
- Maior clareza regulatória em regiões como UE, EUA e Ásia.
- Avanços em soluções de identidade descentralizada (DID) que facilitam KYC automatizado.
- Integração com finanças descentralizadas (DeFi), permitindo empréstimos colateralizados por security tokens.
Para entender como a regulação europeia está moldando esse cenário, acesse Regulação de criptomoedas na Europa: o que você precisa saber em 2025.
10. Conclusão
Os security tokens representam a ponte entre o mundo tradicional de investimentos e a inovação trazida pela blockchain. Eles trazem maior liquidez, transparência e inclusão, mas também exigem atenção redobrada à conformidade regulatória e à segurança tecnológica. Se você busca diversificar sua carteira com ativos digitais regulamentados, entender profundamente o que são os tokens de segurança é o primeiro passo.
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