Ferramentas para criar tokens sem código: Guia completo para 2025

Ferramentas para criar tokens sem código

Nos últimos anos, a tokenização ganhou proporções globais, permitindo que ativos digitais sejam emitidos, negociados e geridos de forma descentralizada. Contudo, a criação de um token tradicionalmente exige conhecimentos avançados de programação, contratos inteligentes e segurança de blockchain. Felizmente, o movimento no‑code (sem código) trouxe soluções que democratizam esse processo, permitindo que empreendedores, artistas e comunidades criem seus próprios tokens sem escrever uma única linha de código.

Por que usar ferramentas no‑code para criar tokens?

As plataformas no‑code apresentam diversas vantagens:

  • Acessibilidade: Qualquer pessoa com conhecimentos básicos de internet pode emitir um token.
  • Rapidez: O processo de criação pode ser concluído em minutos, não em semanas ou meses.
  • Custos reduzidos: Elimina a necessidade de contratar desenvolvedores especializados.
  • Segurança: A maioria das plataformas utiliza contratos inteligentes auditados por terceiros.

Essas características são essenciais para quem deseja testar ideias rapidamente, lançar campanhas de financiamento coletivo ou criar community tokens que reforcem a identidade de um grupo.

Principais categorias de ferramentas no‑code

Existem três tipos principais de soluções que permitem a criação de tokens sem código:

1. Plataformas de tokenização geral

Essas plataformas oferecem um painel de controle onde o usuário define parâmetros como nome, símbolo, supply total e tipo de token (fungível ou não‑fungível). Exemplos populares incluem:

  • TokenMint – Focado em tokens ERC‑20 e ERC‑721 na Ethereum.
  • Mintable – Permite a criação de NFTs e tokens utilitários com integração direta a marketplaces.

2. Soluções específicas para community tokens

Essas ferramentas são projetadas para projetos que desejam recompensar membros, criar governança descentralizada ou distribuir dividendos. Algumas opções são:

  • Roll – Cria tokens de comunidade com recompensas automáticas baseadas em participação.
  • Friends With Benefits (FWB) – Plataforma que permite a emissão de tokens sociais vinculados a benefícios reais.

3. Ferramentas de tokenização de ativos reais

Para quem deseja transformar ativos físicos (imóveis, obras de arte, commodities) em tokens, há plataformas que cuidam da documentação legal e da emissão de security tokens:

  • Polymath – Especializada em tokens regulamentados, com suporte a KYC/AML.
  • Tokeny Solutions – Oferece uma suite completa para emissão e gestão de ativos tokenizados.

Como escolher a ferramenta ideal?

A escolha da plataforma depende de alguns fatores críticos:

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Fonte: Bernd 📷 Dittrich via Unsplash
  1. Tipo de token: Você precisa de um token fungível (ERC‑20) ou não‑fungível (ERC‑721/1155)?
  2. Blockchain de destino: Ethereum ainda domina, mas redes como Polygon, Binance Smart Chain e Solana oferecem taxas menores.
  3. Regulação: Se o token representa um valor financeiro, opte por soluções que suportem compliance.
  4. Escalabilidade e custos de gas: Avalie a taxa de transação da rede escolhida e se a plataforma oferece soluções de camada‑2.

Para entender melhor como a escolha da blockchain impacta seu projeto, vale a pena ler nosso artigo sobre Polygon (MATIC) Layer 2: Guia Completo de Escalabilidade, Segurança e Oportunidades em 2025. Ele detalha as vantagens de usar sidechains e rollups para reduzir custos.

Passo a passo: criando seu primeiro token sem código

A seguir, apresentamos um tutorial genérico que pode ser adaptado à maioria das plataformas no‑code:

Passo 1 – Defina o objetivo do token

Antes de abrir a ferramenta, responda:

  • Qual problema o token vai resolver?
  • Ele será utilizado como moeda interna, recompensa ou representação de um ativo?
  • Qual será a oferta total e a política de distribuição?

Passo 2 – Escolha a plataforma

Para fins de demonstração, usaremos TokenMint, que suporta tanto ERC‑20 quanto ERC‑721 e oferece integração com a rede Polygon para taxas mais baixas.

Passo 3 – Preencha os campos básicos

  1. Nome do token (ex.: MyCommunityToken).
  2. Símbolo (ex.: MCT).
  3. Supply total (ex.: 1.000.000).
  4. Tipo de token – selecione “Fungível (ERC‑20)”.
  5. Rede – escolha “Polygon (MATIC)”.

Passo 4 – Configurações avançadas (opcional)

Algumas plataformas permitem definir:

  • Burnability: Possibilidade de queimar tokens.
  • Mintability: Autorizar a emissão de novos tokens no futuro.
  • Governança: Integração com frameworks como Snapshot para votação.

Passo 5 – Revisão e auditoria

Mesmo que a plataforma forneça contratos auditados, revise:

  • Endereço do contrato inteligente gerado.
  • Taxas de implantação (gas).
  • Política de propriedade – quem controla a capacidade de mintar ou queimar.

Passo 6 – Implantação

Clique em “Deploy”. Em poucos minutos, o contrato será publicado na blockchain escolhida. Você receberá um link para visualizar o contrato no PolygonScan (explorador de blocos).

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Fonte: Eduardo Soares via Unsplash

Passo 7 – Distribuição

Utilize a própria plataforma ou ferramentas de airdrop como CoinDesk – Airdrop guide para enviar tokens aos endereços desejados.

Casos de uso reais de tokens criados sem código

Vários projetos já provaram a eficácia dessas ferramentas:

  • Comunidades de fãs: Artistas independentes lançam tokens de apoio que dão acesso a conteúdo exclusivo.
  • Startups de DeFi: Lançam tokens de governança para validar propostas de protocolos.
  • Projetos de impacto social: Organizações não‑governamentais criam tokens que representam créditos de carbono ou doações.

Para entender como a tokenização está transformando ativos reais, confira nosso artigo Tokenização de Ativos: O Futuro dos Investimentos no Brasil. Ele oferece uma visão profunda sobre a convergência entre finanças tradicionais e blockchain.

Desafios e boas práticas

Embora as ferramentas no‑code simplifiquem muito a criação, alguns cuidados são indispensáveis:

  1. Segurança do contrato: Verifique se a plataforma mantém auditorias atualizadas.
  2. Compliance regulatório: Tokens que representam valores financeiros podem exigir registro na CVM ou outras autoridades.
  3. Transparência com a comunidade: Publique o código‑fonte do contrato e explique a política de emissão.
  4. Planejamento de governança: Defina quem pode propor mudanças e como as decisões serão tomadas.

Além disso, acompanhe as tendências do ecossistema Web3. Nosso guia O que é Web3? Guia Completo, Tecnologias e Perspectivas para 2025 traz insights sobre como a interoperabilidade e os padrões abertos vão impactar a criação de tokens nos próximos anos.

Conclusão

As ferramentas para criar tokens sem código estão democratizando a participação no universo blockchain, permitindo que ideias inovadoras ganhem vida rapidamente e com baixo custo. Ao escolher a plataforma certa, observar a regulamentação aplicável e seguir boas práticas de segurança, qualquer pessoa pode emitir seu próprio token e explorar novas oportunidades de negócio, governança e engajamento da comunidade.

Se você está pronto para iniciar sua jornada, comece testando uma das plataformas mencionadas, experimente diferentes configurações e, acima de tudo, mantenha-se informado sobre as mudanças regulatórias e tecnológicas que moldam o futuro dos tokens.