Ferramentas para criar tokens sem código
Nos últimos anos, a tokenização ganhou proporções globais, permitindo que ativos digitais sejam emitidos, negociados e geridos de forma descentralizada. Contudo, a criação de um token tradicionalmente exige conhecimentos avançados de programação, contratos inteligentes e segurança de blockchain. Felizmente, o movimento no‑code (sem código) trouxe soluções que democratizam esse processo, permitindo que empreendedores, artistas e comunidades criem seus próprios tokens sem escrever uma única linha de código.
Por que usar ferramentas no‑code para criar tokens?
As plataformas no‑code apresentam diversas vantagens:
- Acessibilidade: Qualquer pessoa com conhecimentos básicos de internet pode emitir um token.
- Rapidez: O processo de criação pode ser concluído em minutos, não em semanas ou meses.
- Custos reduzidos: Elimina a necessidade de contratar desenvolvedores especializados.
- Segurança: A maioria das plataformas utiliza contratos inteligentes auditados por terceiros.
Essas características são essenciais para quem deseja testar ideias rapidamente, lançar campanhas de financiamento coletivo ou criar community tokens que reforcem a identidade de um grupo.
Principais categorias de ferramentas no‑code
Existem três tipos principais de soluções que permitem a criação de tokens sem código:
1. Plataformas de tokenização geral
Essas plataformas oferecem um painel de controle onde o usuário define parâmetros como nome, símbolo, supply total e tipo de token (fungível ou não‑fungível). Exemplos populares incluem:
- TokenMint – Focado em tokens ERC‑20 e ERC‑721 na Ethereum.
- Mintable – Permite a criação de NFTs e tokens utilitários com integração direta a marketplaces.
2. Soluções específicas para community tokens
Essas ferramentas são projetadas para projetos que desejam recompensar membros, criar governança descentralizada ou distribuir dividendos. Algumas opções são:
- Roll – Cria tokens de comunidade com recompensas automáticas baseadas em participação.
- Friends With Benefits (FWB) – Plataforma que permite a emissão de tokens sociais vinculados a benefícios reais.
3. Ferramentas de tokenização de ativos reais
Para quem deseja transformar ativos físicos (imóveis, obras de arte, commodities) em tokens, há plataformas que cuidam da documentação legal e da emissão de security tokens:
- Polymath – Especializada em tokens regulamentados, com suporte a KYC/AML.
- Tokeny Solutions – Oferece uma suite completa para emissão e gestão de ativos tokenizados.
Como escolher a ferramenta ideal?
A escolha da plataforma depende de alguns fatores críticos:

- Tipo de token: Você precisa de um token fungível (ERC‑20) ou não‑fungível (ERC‑721/1155)?
- Blockchain de destino: Ethereum ainda domina, mas redes como Polygon, Binance Smart Chain e Solana oferecem taxas menores.
- Regulação: Se o token representa um valor financeiro, opte por soluções que suportem compliance.
- Escalabilidade e custos de gas: Avalie a taxa de transação da rede escolhida e se a plataforma oferece soluções de camada‑2.
Para entender melhor como a escolha da blockchain impacta seu projeto, vale a pena ler nosso artigo sobre Polygon (MATIC) Layer 2: Guia Completo de Escalabilidade, Segurança e Oportunidades em 2025. Ele detalha as vantagens de usar sidechains e rollups para reduzir custos.
Passo a passo: criando seu primeiro token sem código
A seguir, apresentamos um tutorial genérico que pode ser adaptado à maioria das plataformas no‑code:
Passo 1 – Defina o objetivo do token
Antes de abrir a ferramenta, responda:
- Qual problema o token vai resolver?
- Ele será utilizado como moeda interna, recompensa ou representação de um ativo?
- Qual será a oferta total e a política de distribuição?
Passo 2 – Escolha a plataforma
Para fins de demonstração, usaremos TokenMint, que suporta tanto ERC‑20 quanto ERC‑721 e oferece integração com a rede Polygon para taxas mais baixas.
Passo 3 – Preencha os campos básicos
- Nome do token (ex.: MyCommunityToken).
- Símbolo (ex.: MCT).
- Supply total (ex.: 1.000.000).
- Tipo de token – selecione “Fungível (ERC‑20)”.
- Rede – escolha “Polygon (MATIC)”.
Passo 4 – Configurações avançadas (opcional)
Algumas plataformas permitem definir:
- Burnability: Possibilidade de queimar tokens.
- Mintability: Autorizar a emissão de novos tokens no futuro.
- Governança: Integração com frameworks como Snapshot para votação.
Passo 5 – Revisão e auditoria
Mesmo que a plataforma forneça contratos auditados, revise:
- Endereço do contrato inteligente gerado.
- Taxas de implantação (gas).
- Política de propriedade – quem controla a capacidade de mintar ou queimar.
Passo 6 – Implantação
Clique em “Deploy”. Em poucos minutos, o contrato será publicado na blockchain escolhida. Você receberá um link para visualizar o contrato no PolygonScan (explorador de blocos).

Passo 7 – Distribuição
Utilize a própria plataforma ou ferramentas de airdrop como CoinDesk – Airdrop guide para enviar tokens aos endereços desejados.
Casos de uso reais de tokens criados sem código
Vários projetos já provaram a eficácia dessas ferramentas:
- Comunidades de fãs: Artistas independentes lançam tokens de apoio que dão acesso a conteúdo exclusivo.
- Startups de DeFi: Lançam tokens de governança para validar propostas de protocolos.
- Projetos de impacto social: Organizações não‑governamentais criam tokens que representam créditos de carbono ou doações.
Para entender como a tokenização está transformando ativos reais, confira nosso artigo Tokenização de Ativos: O Futuro dos Investimentos no Brasil. Ele oferece uma visão profunda sobre a convergência entre finanças tradicionais e blockchain.
Desafios e boas práticas
Embora as ferramentas no‑code simplifiquem muito a criação, alguns cuidados são indispensáveis:
- Segurança do contrato: Verifique se a plataforma mantém auditorias atualizadas.
- Compliance regulatório: Tokens que representam valores financeiros podem exigir registro na CVM ou outras autoridades.
- Transparência com a comunidade: Publique o código‑fonte do contrato e explique a política de emissão.
- Planejamento de governança: Defina quem pode propor mudanças e como as decisões serão tomadas.
Além disso, acompanhe as tendências do ecossistema Web3. Nosso guia O que é Web3? Guia Completo, Tecnologias e Perspectivas para 2025 traz insights sobre como a interoperabilidade e os padrões abertos vão impactar a criação de tokens nos próximos anos.
Conclusão
As ferramentas para criar tokens sem código estão democratizando a participação no universo blockchain, permitindo que ideias inovadoras ganhem vida rapidamente e com baixo custo. Ao escolher a plataforma certa, observar a regulamentação aplicável e seguir boas práticas de segurança, qualquer pessoa pode emitir seu próprio token e explorar novas oportunidades de negócio, governança e engajamento da comunidade.
Se você está pronto para iniciar sua jornada, comece testando uma das plataformas mencionadas, experimente diferentes configurações e, acima de tudo, mantenha-se informado sobre as mudanças regulatórias e tecnológicas que moldam o futuro dos tokens.